terça-feira, 31 de março de 2009

Enquete Betty Faria

Liam Neeson

















Betty, como a minha folga é curta e o tempo urge, só te digo uma coisa: vai ser bem feito se Natasha vier puxar o seu pé de noite, criatura sem religião!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Você não soube me amar!






Não é por nada, não, mas Ronnie Wood não está a cara do Evandro Mesquita??

Adivinha o quê?






Se eu não soubesse o que é o objeto acima, teria alguns palpites, todos na área dos fetiches, taras e afins: uma calcinha de dominatrix cibernética ou um projeto de um cinto de castidade pós-moderno.

Quem arrisca um palpite?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Crítica literária



A Crispim – Revista de crítica e criação literária (http://www.revistacrispim.com/) está retomando suas atividades ao promover o primeiro Crispim debate de 2009, que debaterá os rumos das artes plásticas hoje. O encontro acontecerá no dia 31 de março, a partir das 17 hs, na Galeria Arte Plural (http://www.artepluralgaleria.com.br/), localizada na Rua da Moeda, 140. O editores conversarão com as curadoras e críticas de arte Ana Luisa Lima e Clarissa Diniz, editoras da revista de crítica de arte Tatuí (http://www.revistatatui.com/), cujo novo número será discutido e lançado durante o evento.
Surgida nos corredores do curso de Letras da UFPE, a Revista Crispim completa mais de dez anos de existência reiterando o compromisso em refletir sobre a produção cultural contemporânea, através de publicações, da crítica literária militante, de debates e curadorias (a mais recente, realizada no Espaço Universitário da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco).

Estão todos convidados!

Crispim Debate com a Revista Tatuí

Data: 31 de março, a partir das 17 h.
Local: Galeria Arte Plural, Rua da Moeda, 140.
Convidados: Ana Luisa Lima & Clarissa Diniz (Revista Tatuí).

terça-feira, 24 de março de 2009

Corra, Kenia, corra!



Pessoas, realmente a correria está grande e a chapa quente pra lascar! Além do ritmo dos trabalhos e leituras da pós-graduação estar aumentando, soma-se a isso a minha necessidade de adiantar, o máximo possível, a entrega dos mesmos porque dia 10/04 estaremos indo para a Holanda, passar três maravilhosas (I hope so!) semaninhas! Essa era a coisa que estava rolando e eu ia contar para vocês.

Claro que quando eu voltar, ficarei num ritmo mais doido ainda, pois terei de recuperar as aulas perdidas, fazer trabalhos atrasados etc., mas nada impossível. O que não vou poder mesmo é postar direto, visitar blogs e coisa e tal com a freqüência que eu estava acostumada. Portanto, quem vier aqui naquela de visita retribuída, toma lá, dá cá, já sabe, né? :)

Vou ter acesso à net lá, mesmo porque preciso estar em contato com alguns colegas da turma, de modo que eventualmente vou postar, nem que seja foto - o que não é nada mal nessa época maravilhosa do ano, hein?

Tenho, na medida do possível, visitado os bloguinhos (tirei um tempo do domingo passado para isso) e visto o que cada um de vocês está falando. Por isso, não pensem que estou esquecendo da tchurma que freqüenta a birosca, não, viram? É tempo mesmo!, ou melhor, a falta dele. :)

domingo, 22 de março de 2009

Internet e autoria



Não resta dúvida de que a Internet é uma ferramenta e tanto para aqueles que buscam informações. Vejo a tremenda diferença qualitativa comparando a otimização do meu tempo de estudo hoje com a época da minha segunda graduação - não vou nem falar da primeira porque na metade dos anos 80 ainda não havia net no Brasil. Claro que nem todo conteúdo exposto na rede é confiável e toda informação deve ser checada antes de aceita como fidedigna. A questão da autoria, porém, é digna de muita atenção e preocupação porque virou lugar comum a apropriação indevida dos textos alheios, sem que haja sequer a preocupação em citar a fonte. Ou, muitas vezes, um texto é levianamente atribuído a um(a) autor(a) consagrado(a) sem que a autoria seja verdadeira. Para quem é familiarizado com os textos de determinado escritor(a), fica relativamente fácil perceber que certas características textuais não se adequam ao repertório autoral pretensamente alegado. No entanto, para a grande maioria, basta clicar no Forward e passar adiante uma informação equivocada. Portanto, todo cuidado deve ser tomado no sentido de conferir a informação a que temos acesso pelas mais diversas vias no espaço digital.

As observações feitas acima não são novidade para ninguém. No entanto, elas são apenas uma faceta do problema maior que envolve ética, respeito pela produção alheia e, por que não, subsistência. Num espaço altamente democrático como é a Internet, onde cada vez mais pessoas têm acesso às obras alheias, é imperioso que a produção intelectual seja respeitada. Da mesma forma que qualquer indivíduo recebe salário pelo trabalho que executa, por que o mesmo não deveria acontecer com alguém que produz conhecimento? É um equívoco pensar que, porque está na tela do computador, o texto alheio é direito de todos. Salvo o caso das obras que entram para o domínio público, mas que para isso obedecem a alguns critérios, como por exemplo, tempo decorrido da morte do(a) autor(a), a questão dos direitos autorais é bastante complicada.

Para melhor ilustrar essa questão, reproduzo aqui uma carta de Nita Freire, que fala sobre o desrespeito aos direitos autorais da obra de seu marido, o educador Paulo Freire:


Manifesto sobre o respeito aos direitos autorais


SOBRE OS DIREITOS AUTORAIS DOS ESCRITORES DE LIVROS

O intelectual que escrevia, fosse ele ou ela romancista, ensaísta ou poeta, desde longa data se sabia e se sentia assegurado dos direitos de usufruir de seu esforço, dedicação e competência profissional. De seu ato criativo. Tranquilamente sabia que lhe era garantido --- não apenas pela sociedade onde vivia, mas em todo o mundo --- o usufruto de seu trabalho, por si só respeitado. Era admirado enquanto tal, enquanto intelectual.

As sociedades se complexificam, o mundo tomou uma dimensão de “aldeia global”, na qual os bens materiais e culturais poderiam e deveriam ser distribuídos a todos e todas, em qualquer lugar que residissem as pessoas de todos os credos, idades e gênero, resguardados, obviamente, os direitos privados, pois se vivendo em sociedades capitalistas este é princípio fundante: o direito de posse e apropriação material e cultural, pelos cidadãos, de tudo aquilo que adquiriram legitimamente.

A economia se globalizou e o neoliberalismo tomou conta do mundo com sua falácia do “sou livre para ir e vir, sou dono do que é meu”, etc, etc. O direito privado nunca foi tão reivindicado e exaltado na história, com nos dias de hoje. As tecnologias de comunicação tiveram um aprimoramento a níveis nunca imagináveis ou imaginados. O fax, as câmeras digitais, o telefone celular e sobretudo a Internet abriram uma possibilidade impensável, anos atrás, de comunicação entre pessoas, povos e regiões as mais distantes.

Entretanto, como o modelo atual do capitalismo neoliberal só respeita os grandes conglomerados financeiros e econômicos, os sujeitos pessoais, os proclamados direitos privados, intencional e contraditoriamente, estão conhecendo as “criações” que representam esse novo estilo de vida: a ética do mercado. Isto é, a falta da prática dos valores morais e da ética, do respeito e da atenção para com os direitos alheios. Assim sendo, os sites, comunidades e páginas da internet, os orkuts, blogs de gente que vive de sugar o trabalho alheio coloca em suas telas o que lhe vem à cabeça, ou o que os possa projetar como expert, como sabichões familiarizado pela “lei de Gerson”, que infelizmente se expandiu pelo mundo, sobretudo, no Brasil.

Assim, nós que ganhamos a vida com o nosso trabalho intelectual, cansativo e sério, mas que nos alegra e recompensa, ao mesmo tempo, nos deparamos com a violação de nossos direitos, estes que deveriam, dialeticamente, ser assegurados como decorrência de nossos deveres. A recompensa pecuniária faz parte de todo trabalho, não se pode esquecer e desrespeitar isto. Para os autores de livros esta vem sob a forma de direitos autorais, pois autores precisam para viver e continuar criando de receber o dinheiro para, no mínimo pagar todas as suas contas: impostos, tributos, comidas, aluguéis, etc, etc. Não se conhece na história invasões à quitandas porque as frutas apetecem a quem as ver ou a supermercados porque não quer pagar pelas mercadorias. Entre livros, frutas e mercadorias quaisquer há diferenças qualitativas, mas, não tenho dúvidas, que, esta comparação serve como exemplo.

Como viúva e sucessora da obra do educador PAULO FREIRE, por mais de uma vez venho tendo que “suportar” o desrespeito de pessoas, que estimulando, a impressão de livros deveriam ser conhecedoras da legislação autoral brasileira, assim de meus direitos como detentora de parte significativa da obra do maior educador brasileiro.

O trabalho dele vem sendo vilipendiado por sites que disponibilizam, criminosamente e por inteiro, seus livros mais importantes, cujos direitos, em sua maioria a mim pertencem. São sites de universidade pública federal do Brasil, que usam o dinheiro público para instigar a pirataria ou até de organização que tem o nome de meu marido, com a desculpa, desonesta e fraudulenta por si só, de que “todo mundo tem o direito de ler Paulo Freire”. Tem mesmo! Por isto sua obra está disponível nas livrarias de todo o país, e para os que não podem ou não querem pagar, nas bibliotecas públicas.

Assim, essa herança legal diante da legislação brasileira, recebida por mim para dela cuidar, fruto de uma vida inteira de Paulo, dedicada aos valores éticos e pedagógicos, vem sendo profanada pelos que, contraditoriamente se apossam antieticamente, no caso, de meus direitos. Venho dedicando horas, todos os dias de minha vida, desde que Paulo nos deixou, para fazer jus ao desejo dele: que eu e somente eu desse prosseguimento ao que ele pensou, refletiu e escreveu desde 1988. Os direitos autorais que recebo não “caem do céu” como as chuvas que nos molham, eles são o resultado de minha dedicação, séria e eficiente, de meu trabalho árduo para perpetuá-lo como o educador da libertação.

Há que se dar um basta nesses ilícitos que se praticam desrespeitando ao meu marido e a mim, e a tantos e tantos outros escritores. Qualquer citação, por pequena que seja, de qualquer obra de um autor precisa da autorização prévia dele ou de seus sucessores, que a Lei garante por até 70 anos, a partir da morte do autor.

Segue abaixo a reprodução da carta que colocou no ar, nove livros de meu marido, sem o menor despudor ou seriedade:



"Livros do Paulo Freire desbloqueados para impressão"


Meus car@s,
Segue em anexo várias preciosidades da obra de Paulo Freire desbloqueadas para impressão. Vejam que maravilha: são livros importantíssimos de um pensador brasileiro comprometido profundamente com as causas sociais – inovador, criativo, original (com importância histórica inédita). Não preciso nem falar tudo isso que o mundo todo há muito sabe disso, reconhecendo-o em todos os cantos e recantos. O importante é poder acessar esta obra, conforme anexos, divulgando-a o mais amplamente possível.



Às pessoas de boa fé, alerto, pensem e reflitam sobre os crimes que estão cometendo. Às de má fé, alerto, as Leis existem para punir os contraventores.

BASTA!!!

RESPEITO AOS DIREITOS AUTORAIS DOS ESCRITORES DE LIVROS.


Ana Maria Araújo Freire (Nita Freire)
Jaboatão dos Guararapes, 03 de março de 2009.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Com a palavra, Sua Santidade...




Camisinhas agravam epidemia da Aids.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Lente da verdade






Olhe para a lente da verdade e responda: por que esse blog está às moscas?


Pessoas queridas, além dos trabalhos e leituras do curso, ainda estou na correria com outra novidade que depois conto para vocês. Assim que der, atualizo a postagem e dou uma passadinha nos seus blogs. ;)

domingo, 15 de março de 2009

Nita Freire






Hoje à tarde, tive a feliz oportunidade de conhecer e conversar com a professora Nita Freire, viúva do nosso inesquecível educador Paulo Freire.

Uma pessoa extremamente simples, acolhedora e simpática, falou-me dos seus projetos, inclusive do livro que está escrevendo sobre a temática do analfabetismo, em que uma experiência sua de ida ao Japão com Paulo Freire, que estava representando a então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, resultou na percepção do que é sentir-se analfabeta num mundo impregnado de signos desconhecidos.

A oportunidade de pôr-se no lugar de uma pessoa que não consegue ver o mundo deu à Nita - que gentilmente me pediu para não chamá-la de senhora -, a experiência de sentir-se excluída de um mundo que explode de informação, mas que, ao mesmo tempo, ainda nega, em pleno século XXI, o acesso a uma grande fatia da nossa população.

Nossa conversa girou em torno das suas muitas viagens com Paulo, seu casamento feliz e apaixonado, a descrição da pessoa generosa, simples e carinhosa que foi o seu marido e as dificuldades que enfrenta como guardiã do legado paulofreiriano. Senti-me privilegiada por poder conhecer de perto uma pessoa que lutou e ainda luta pela educação no nosso país.

Duas coisas que ela falou me tocaram profundamente. A primeira foi que estar casada com Paulo foi muito fácil devido à sua natureza serena e generosa. Difícil foi depois que ele morreu, pois teve de enfrentar muitas críticas à visão da educação que o seu marido defendia. Além da disvirtuação da proposta paulofreiriana, que em algumas ocasiões foi deturpada visando a fins meramente comerciais.

O outro ponto foi a observação feita por Nita de que a obra de Paulo é grande justamente porque, paradoxalmente, começando aqui em Recife, em pequenos núcleos de alfabetização, ganhou o Brasil e depois o mundo. Foi pequena primeiro para depois tornar-se universal. O que começou com um sentimento, com um insight desse grande pensador, que dizia, segundo palavras de Nita, que nunca havia dito nada de novo, transformou-se em algo cujo valor é inestimável para aqueles que pensam e vivem a educação como um direito de todos.

sábado, 14 de março de 2009

Cotidiano



Quando cheguei da faculdade ontem à noite, Mariana já tinha tomado banho, jantado e escovado os dentes. Tomei um banho rapidinho e depois conversamos, vimos TV juntas e falamos com Paul por telefone. Depois fui colocá-la para dormir. Quando terminei de ler o Boitatá para ela (estamos lendo estórias do folclore brasileiro nestas duas semanas), me despedi dizendo que ainda iria jantar. Com a carinha bem séria, ela perguntou por que a minha tia não tinha me dado a janta. Depois da minha explicação sobre as diferenças entre as tias, a qual foi ouvida com bastante atenção, já com a carinha mais desanuviada, ela perguntou mais uma vez se eu estava levando lanche. Respondi que sim. Aí arrematou: então, mãe, junto da sua lancheira, você coloca uma sacolinha com sua janta, aí você não fica com fome. Beijei Mariana, agradeci o conselho e fui jantar com a certeza de que o amor cuida de mim.

sexta-feira, 13 de março de 2009



Você prefere ser inteiro ou bom? (K.G. Jung)*


* Não posso assegurar a autoria, no entanto, não deixa de ser uma questão muito interessante. O que você diz?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Macacas ensinam filhotes a usar fio dental






Segundo cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão, as macacas de uma colônia na Tailândia ensinam seus filhotes a usar fio dental. Acredito que esse estudo teria inestimável valor para a humanidade se fosse veiculado aos meios de comunicação audio-visuais com o objetivo de ensinar a determinados representantes da espécie humana a utilização do apetrecho, pondo fim, portanto, ao nojento, repulsivo e pouco civilizado hábito de higiene que consiste em retirar restos de alimentos dos dentes com o auxílio ruidoso da língua. Eca!

P.S. Palito também é uma lástima, mas, em termos de nojeira, fica em segundo lugar.

terça-feira, 10 de março de 2009

Momento Latino






Ele é brega, usa roupas medonhas, canta umas musiquinhas ruins à beça acompanhadas de coreografias que dispensam comentários. E mesmo não confessando nem sob tortura, tenho umas amigas mui finas, chiques e intelectuais que suspiram por ele...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Estupro: a culpa foi da menina de 6 anos!



Anônimo disse...

Apesar de eu não concordar com algumas doutrinas da Igreja Catolica, e mesmo a excomunhão ser besteira, porque ser humano nenhum tem autoridade diante do Altíssimo para barrar ou impedir uma benção, mas vejo que a postura do Arcebispo está certíssima e digo mais, certamente diante de Deus pela sua postura de impedimento ele não está culpado por este sangue inocente.Antes de culpar e cruscificar alguem deve se levar em conta a cumplicidade desta jovem mulher que não tem nada de menina, investigar se esta moça não foi registrada como recem nascida aos 2 ou 3 anos de idade, oara ter esta desenvoltura física, e quem são os legisladores, outros tantos nescios, e medicos para ter autoridade diante de Deus para arbitrar e decidir: este vai viver, este vai morrer. Certamente esta moça se alcançasse alguma fé, ao final da gestação estaria bem ela e seus dois filhos.
8 de Março de 2009 20:41


Quando eu penso que já tinha ouvido tudo sobre o caso da menina grávida de gêmeos, vem um comentário desses e mostra que eu estou completamente enganada e que o ser humano, por trás de um confortável anonimato, é capaz de ser podre, preconceituoso e cruel, muito cruel.

É certo que eu não deveria me chocar porque em se tratando de estupro, não é procedimento incomum desqualificar a vítima, usando o argumento de que ela, a mulher, nesse caso, uma menina de 6 anos, foi quem provocou o estuprador, forçando-o, coitado, a praticar a violência sexual. Mas não tem jeito, uma situação como essa me enoja profundamente.

Especialmente para a ICAR, a mulher representa o pecado, a tentação, de modo que não é de se estranhar uma justificativa desse quilate para o injustificável. E o comentário desse(a) fundamentalista demonstra claramente o menosprezo pelo sofrimento alheio, pela infância roubada e pisoteada dessa menina quando fala em
jovem mulher. E se a menina foi registrada com 2 ou 3 anos, teria, quando molestada sexualmente pelo padrastro, 8 ou 9 anos. Uma mulher, realmente, não acham? E, portanto, merecedora, per se, de ser estuprada por alguém que, na condição de padrasto, deveria protegê-la e ampará-la. Sim, mas ela deve tê-lo provocado...

Não, realmente não estou com a menor disposição para replicar um comentário miserável desses, vindo de alguém que é digno de todo o meu desprezo. Pessoas como você, anônimo, são a escória, portanto, volte para o esgoto de onde você saiu e faça bom proveito das suas teses misóginas.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Excomunhão e hipocrisia - a moral de dupla face



E não é que dom José Cardoso Sobrinho conseguiu atrair olhares estarrecidos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, para si e para a ICAR? Longe de ser um comportamento exemplar, que dignifique a igreja, sua postura medieval e autoritária apenas reforça a visão da igreja católica como uma instituição falida que não soube se adaptar à realidade dos seus fiéis, os quais vivem num mundo completamente diverso daquele no qual as bases da doutrina foram fundadas.

É um equívoco falar que a igreja católica perde fiéis porque é dogmática. Está na natureza do dogma ser absoluto, conter certezas e valores inquestionáveis. Toda religião é assentada em dogmas. Acredita e segue quem quer. Mesmo não tendo conhecimento profundo de Teologia, creio que a grande crise que as religiões enfrentam se dá, justamente, pela inadequação que as pessoas experimentam quando confrontam o fundamentalismo das suas crenças com o mundo em que vivem, onde as mudanças acontecem rápido demais e, desse modo, exigem delas uma dose extra de flexibilidade. Vivemos em constante processo de adaptação, de convivência com situações novas que exigem respostas e ações imediatas. E os impasses vão se somando à medida em que os atos vão de encontro aos dogmas e preceitos religiosos.

Não acredito que seja tarefa fácil para a igreja católica conciliar-se com o mundo em que vivemos. Fazer uma releitura dos seus mandamentos à luz do novo, da solidariedade e da bondade baseada numa visão imparcial das pessoas e da realidade que nos cerca, parece-me uma tarefa impossível. Conceitos como pecado e culpa, extremamente enraizados na doutrina cristã, são a base dessa impossibilidade.

No entanto, apesar do dogmatismo ser inerente à religião, não é da sua alçada, num estado laico, intervir e tentar fazer prevalecer seus preceitos. Num estado laico como o nosso, quem decide não é a igreja. As decisões são tomadas e acatadas dentro do que reza a lei. Padre tem de rezar, sim, mas na igreja e de preferência pedindo clareza e sensibilidade para lidar com os dramas humanos.

A arquidiocese de Olinda e Recife, no entanto, tentou intervir, inclusive judicialmente, no caso da menina estuprada e grávida de gêmeos. A advogada da arquidiocese, Rilane Dueire, esteve o tempo todo pressionando o IMIP com o argumento da discordância paterna sem sequer levar em conta, por exemplo, que este pai, mesmo morando na mesma cidadezinha que a filha, não a via nem lhe dava qualquer assistência moral ou material havia dois anos.

E muito me chocou ler, na edição de ontem do Jornal do Commercio, a declaração que essa advogada deu aos meios de comunicação para justificar a posição da arquediocese. Rilane Dueire disse que Estupro é muito pequeno em relação à vida. Isso mesmo que vocês leram. O estupro é uma coisinha besta, à toa, o que importa é a vida! E ainda acrescentou que se o estupro tivesse acontecido com as suas filhas, sua atitude seria a mesma. Eu acredito piamente em Rilane Dueire. E só tenho a lamentar por suas filhas.

Ou será que o discurso da advogada da arquidiocese não é tão performático quanto o do arcebispo? Será mesmo que se tivesse uma filha estuprada e grávida a partir desse estupro, a advogada não deixaria o palavrório de lado e levaria sua filha a uma clínica destinada à clientela que pode pagar por abortos limpos e seguros sem que precise ir à Justiça e mostrar a cara para conseguir abortar com segurança num hospital de referência?

E sabem por que me dou o direito de julgar a advogada e o arcebispo dom José Cardoso Sobrinho? Porque são hipócritas! Em momento algum dom José mencionou a excomunhão do estuprador, notaram? A menina, claro, por ser de menor como ele afirmou, não mereceu a excomunhão, mas os médicos e a mãe, sim. Mas e o padrasto pedófilo? Por que ele não foi sequer mencionado? Simples. Porque pedofilia é um tema espinhoso dentro da igreja católica, tratado à meia voz e solucionado sem alarde com transferências e algumas penitências. Porque se fosse excomungar o padrasto por pedofilia, estaria forçando a igreja católica a assumir seus crimes perante a sociedade. Excomungar o padrasto pedófilo seria dar um tiro no próprio pé e dom José Cardoso Sobrinho pode ser muita coisa, mas besta ele não é.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Arcebispo de Olinda e Recife excomunga mãe e médicos que interromperam gravidez de menina



Conforme eu havia dito ontem de manhã nos comentários, a notícia que até então se tinha sobre a menina grávida de gêmeos era que ela teve alta médica, solicitada pela mãe, e ambas deixaram o IMIP (Instituto Materno Infantil de Pernambuco) com destino desconhecido.

À noite, vi num telejornal que ambas se encaminharam ao único hospital da capital que está autorizado a interromper gravidezes dentro do que prevê a lei (CISAM - Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros). Lá, a menina de 9 anos foi submetida ao aborto.

Como se não bastassem todas as seqüelas que a criança terá, o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, conhecido por seu radicalismo, autoritarismo e por perseguir padres que não professem a sua - ele é, inclusive, processado judicialmente por calúnia e difamação -, na falta do que fazer, resolveu excomungar os parentes e médicos envolvidos na consumação legal do aborto. (E se os médicos ou a mãe foram budistas, cardecistas ou ateus? Que punição, hein?).

Acredito que a ICAR, seguindo a linha do arcebispo local a quem tanto admira, também deveria excomungar todos os padres culpados de pedofilia, ao invés de simplesmente transferi-los de paróquia para que continuem praticando seus crimes.

Se dom José Cardoso Sobrinho canalizasse sua veia midiática e exibicionista (o santo homem não pode ver um holofote) em prol das muitas comunidades carentes de Olinda e Recife, estaria, sim, fazendo a sua obrigação.




6 de Março - Data Magna de Pernambuco



Como se não bastasse o feriado do Carnaval, que aqui dura cinco dias, a próxima sexta-feria também será feriado em todo o Estado (Data Magna de Pernambuco). O 6 de Março homenageia a eclosão da Revolução de 1817, episódio marcante da história de luta do bravo e guerreiro povo pernambucano. O grande absurdo é que somente em 2007 a data comemorativa ganhou status de feriado!

E eu nem sei por que tem gente se queixando de mais um feriado. Como é do conhecimento geral, o nosso Estado, rico e com as finanças em dia, possui uma taxa de analfabetismo muito próxima às dos países escandinavos; a dengue foi, há anos, erradicada da capital e do interior; a violência urbana tem índices insignificantes quando comparados com outros estados brasileiros. Enfim, possuindo o IDH mais elevado da União, é natural que o recém-criado feriado seja usufruído com toda satisfação e entusiasmo, afinal, quem precisa trabalhar ou estudar em plena sexta-feira?

quarta-feira, 4 de março de 2009



Fernando Collor é o novo Presidente da Comissão de Infra-estrutura do Senado? É, faz sentido.

Não tão inusitado assim...



É compreensível que numa região como a nossa, onde ver um filho morrer aos poucos de desnutrição e de doenças que poderiam ser facilmente prevenidas e diagnosticadas é coisa corriqueira, o respeito e o tratamento digno dispensando aos animais seja coisa praticamente inexistente ou apenas encontrada nas classes mais abastadas.

Mesmo aqui em Recife, capital com aproximadamente dois milhões e meio de habitantes (incluindo a região metropolitana), é bastante comum a presença de carroças, especialmente nos bairros mais periféricos. E a forma como os animais que as conduzem são tratados é, na maioria das vezes, repugnante: geralmente mal nutridos, são açoitados por seus donos de maneira cruel. Não consigo ver uma cena dessas sem me revoltar. E esse tipo de tratamento não é apenas dispensado aos animais de tração: ver cachorros de rua apedrejados e envenenados, gatos mortos com água fervente ou chumbinho também é fato comum.

Explicação para esse tipo de atitude existe. Posso muito bem racionalizar e ver na brutalização do sujeito pela miséria, ignorância e violência a resposta para tal comportamento: se a vida humana não vale nada, o que dizer da de um animal? O problema é que não consigo me conformar com isso. Na edição de hoje do Jornal do Commercio (04/03), o flagrante a seguir ilustra esse meu sentimento:







terça-feira, 3 de março de 2009

Aborto de menina estuprada pelo padrasto nas mãos da Justiça



Conforme previ - e não me gabo disso porque é óbvio que aconteceria -, a imbecilidade e a ignorância humanas falaram mais alto, desta vez através de um pai ausente, mas que agora, com o poder de decisão na mão, se arvora de paladino do Senhor. Nojo dessa corja!


Aborto de menina estuprada pelo padrasto nas mãos da Justiça
Publicado em 02.03.2009, às 22h30

Do Jornal do Commercio

O caso da menina de 9 anos que engravidou de gêmeos depois de ser estuprada será resolvido pela Justiça. O acusado do crime é o padrasto de 23 anos. O pai da criança foi ouvido nesta segunda-feira pela Assistência Social do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip) e, evangélico, teria se posicionado contra o procedimento de aborto, iniciado no último sábado. Sem a decisão da junta médica do hospital e com a divergência entre os pais, a situação será decidida por um juiz da infância e da juventude.

Nesta segunda, o Imip deu entrada com os papéis na Justiça, mas ainda não se sabe qual juiz ficará com o caso. Na criança de 33 quilos e 1,36 de altura, a gravidez gemelar apresenta os riscos à saúde e à vida da mãe. O aborto está assegurado por lei.

De acordo com o juiz da infância e da juventude, Humberto Vasconcelos, a unidade de saúde pode efetuar o aborto sem autorização judicial em casos onde há iminência de morte da mãe.

Desde o último sábado, a mãe da garota autorizou o início dos procedimentos para a retirada dos fetos. Apesar da autorização, a criança ainda não recebeu os medicamentos abortivos. Ela está sendo acompanhada por psicólogos e assistentes sociais até que esteja pronta para o encerramento da gravidez de quatro meses.

A polícia continua apurando o caso.







Não tenho curiosidade pela vida alheia. Explicando melhor, não sou do tipo que fica vidrada em reality shows, esperando ver reações, ouvir coisas ou apenas espiando pessoas em situações corriqueiras. Eu até gosto de observar pessoas, mas por pouco tempo, vendo-as passar na rua, por exemplo. E às vezes eu até preferia não ter
que lidar com algumas, na verdade, há dias mesmo em que eu adoraria não ter nenhuma à minha volta, mas isso é outra conversa.

No entanto, uma coisa instiga a minha curiosidade: habitações. Sem pessoas dentro. Apenas seus cômodos e mobiliário. Imaginar que tipo de gente vive ou viveu em determinado lugar a partir de objetos, sua disposição, o que recebe destaque em cada cômodo, a presença de luz ou a falta dela, os quadros, a quantidade de livros e onde são guardados, as cores com as quais são pintadas as paredes. Se o lugar me passa a sensação de aconchego ou apenas de um canto onde se come e dorme.

Tenho particular curiosidade com relação a imóveis antigos. No bairro onde moro, quase não se encontram mais prédios ou casas assim, consigo lembrar de poucos e não completo nem os dedos de uma mão. Mas na avenida à beira-mar tem um que eu adoraria conhecer. Ao lado dele há uma casa antiga, também em ruínas e abandonada - ambos devem estar no meio de brigas de herdeiros porque o metro quadrado lá é bem caro e só uma pendência judicial pode estar evitando a demolição e/ou restauração dos mesmos - eu sei que é querer demais, mas não seria possível dar uma ajeitadinha neles enquanto a hipotética disputa judicial corre?

Pois bem, o prédio de dois andares, que não é tão antigo assim (deve ter sido construído nos anos 50), está lá, caindo aos pedaços. A garagem já foi lacrada e o jardim, ou o que sobrou dele, está cheio de ervas daninhas e lixo. A cor original permanece: branca com detalhes azuis. Qualquer dia desses, faço umas fotos e mostro aqui.

Sempre que passo por ele, costumo dar asas à imaginação e pensar nas pessoas que moraram nesses apartamentos. Possivelmente os tenham usado como imóvel de veraneio. Talvez tenham morado definitivamente ali, de frente para o mar, num tempo em que os prédios eram poucos e baixos. Muito me instiga pensar em como o ritmo de vida dessas pessoas, mais desacelarado e menos acossado pela violência, desenrolava-se dentro daquelas quatro paredes. Algumas delas devem estar mortas. Haverá, no seu interior, ainda algum móvel, algum resquício que possa, por alguns segundos, trazer o passado de volta?

Quando estive na casa de Anne Frank, em Amsterdam, tive a confirmação do quanto esse tipo de experiência é representativa para mim. Claro que o fato de conhecer a história dos Frank trouxe uma dose extra de emoção, mas ver a escada quebra canela*, os cômodos com alguns móveis, o quarto de Anne com fotos nas paredes como o de qualquer adolescente, deu-me a possibilidade de experimentar sensações muito vivas: era quase possível ouvir suas vozes, sentir o cheiro da comida sendo preparada, ver a vida que um dia habitou aquele espaço. Eu poderia passar horas nessa aventura sensorial...

Na época em que li O Diário pela primeira vez (a primeira versão, que teve partes suprimidas pelo pai, pois Anne fazia referências muito cruas à sua mãe, além de confidências relativas à própria sexualidade. A segunda versão, que é o diário na íntegra, li anos depois), não tive como não me sentir tocada pela menina cuja maior transgressão era espiar a rua por uma frestinha da cortina da janela do seu quarto. E anos depois, ao sair do museu e ver a estátua de Anne na calçada, bem embaixo da janela do seu quarto no anexo, fiquei com o coração meio aquecido pela delicadeza de um desejo que foi simbolicamente realizado.


* A escada para se chegar ao anexo recebe esse nome porque os degraus são muito estreitos. Assim, à medida que alguém sobe, a atenção deve ser redobrada, caso contrário, vai ter sempre uma perna batendo no degrau de cima e a pancada dói bastante. :)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Chove, chuva, chove sem parar...



Aqui em Recife, chove quase que direto desde o Carnaval. E eu não lembro de nada parecido nos últimos dez anos. Mariana é quem anda desconsolada com este tempo ruim, acostumada que estava com os banhos de piscina no fim de semana e os passeios na praia nas tardinhas de domingo.

Na hora de dormir, depois de rezar para o anjo da guarda, ela vem pedindo sol a papai do céu. E como o tempo bom não vem, a carinha de decepção a cada manhã é de cortar o coração. Hoje chegou até a chorar porque era dia de tanquinho na escola...

Já eu adoro o tempo assim, nublado, com a temperatura amena. Sinto-me mais disposta, produtiva, raciocino melhor - coisa que vai me ajudar bastante, já que estou cheia de trabalhos para entregar. Claro que gosto de dias de sol, mas aqui isto significa os nada agradáveis adicionais tempo abafado e temperaturas altas, e para quem tem pressão baixa como eu, isso tudo é uma droga. E calor em excesso, sem que se esteja na praia ou na beira da piscina, no dia-a-dia mesmo, é insuportável, convenhamos. Sem contar que viver pingando de suor o tempo todo e ter de sair de casa com a impressão de estar num microondas em funcionamento quase o ano todo, não é das sensações mais agradáveis do mundo.

Mesmo assim, só para não ver a tristeza dela, ando pedindo junto para que o sol volte logo.