terça-feira, 29 de setembro de 2009



(Clique na imagem para ampliar, ui!)





Oi, tudo bem?






Não há palavras, apenas o silêncio e uma mente tentando se esvaziar. Não há nada que eu possa fazer ou dizer: está tudo parado e na contramão. E eu tentando, como quem se engana, não estar em mim.

domingo, 27 de setembro de 2009

Ainda sobre a Bienal






(Clique na imagem para ampliar)


Pessoas de Recífilis, vamos prestigiar o lançamento do livro Servis Amores Senis, do meu querido Alexsandro Souto Maior, que acontecerá na VII Bienal do livro, no stand da Livro Rápido, às 19:00 horas, no dia 9/10/09.


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E falando na Bienal, o site dela deu pau: sumiram dois textos meus (Desaguar e Fragmentos) e os dois que ficaram, perderam os comentários. Acho o critério de voto por comentários uma furada fenomenal: se o cara for RC e tiver um milhão de amigos, não importando o texto em si, leva. Enfim, mandei minhas coisas por mandar, sem pretensão alguma. Aliás, aproveito para agradecer aos amigos e familiares que foram lá e votaram. Valeu mesmo!


Update:
Já ajeitaram o site da Bienal.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bienal de Pernambuco






Queridos amigos e amigas e demais passantes,

Quatro textos meus estão concorrendo na Bienal de Pernambuco, que começará no dia 2 de outubro e irá até o dia 12. Aí embaixo estão os links dos textos; caso gostem de algum (ou de todos :P), é só deixar um comentário, o nome e o e-mail. Qualquer pessoa, de qualquer lugar, pode votar.

Desaguar

Fragmentos

Conversa na Tabacaria

Agosto

Obrigada a vocês!


Update:
O voto nos poemas é computado pela quantidade de comentários, assim, se você gostou de um (ou de mais de um), deverá deixar um comentário lá no site (clicando nos poemas acima você chega lá).

domingo, 20 de setembro de 2009

Chá das 5








ela? pois sim. tão necessária, centrada, confiável. você, acostumado que está com essas certezas, se soubesse das sombras, do abismo e do pequeno estilete com que ela corta a própria carne, sem lágrimas nem dor, movida ainda, teimosa que é, pela vontade de sentir-se viva, decerto recusaria a xícara de chá que lhe será servida um dia. entre as rendas e a fatalidade, apenas um sorriso breve e toda delicadeza do gesto. a vingança, silenciosa e aguda, travestida na lucidez que a tudo corrói lentamente, espera a hora de mostrar-lhe a trágica e pervertida face.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009






Há dias que não leio jornal de espécie alguma. Caso eu tenha perdido algo sensacional, por favor, me avisem. E a conversa agora é que a blogosfera acabou por causa do Twitter. Sério, acabou, foi? Hora de suprir a lacuna com algo mais eficiente. Crack, por exemplo? Ando tão atolada nos meus afazeres que me levam do nada a lugar nenhum que passou batido: a despedida de V. bem aqui do lado de casa, o dia da sua viagem para Londres, o aniversário de 21 anos de uma das merdas mais federais que fiz na vida (a parte boa da memória seletiva!), a falta de consideração reincidente de determinada pessoa em relação a mim - mas isso aí é resultado do meu excessivo fairplay, I know –, enfim, somando todos os debiques e esquecimentos, constato que não perdi nenhum dente, amigo ou documento, então estou veramente no lucro. E o mês de setembro se arrasta tal qual lesma tetraplégica. Mas dia 25 está chegando e eu quero mesmo é que tudo mais vá pro inferno, aliás, querer de verdade eu queria ir pra Cuba. E parece que o CPG vai comparecer em peso na próxima sexta-feira, também conhecida como amanhã, em recinto onde campeia a falta de moral e bons costumes. No que me diz respeito, estou fora. (O que a inveja não faz com o coraçãozinho da pessoa...). Entrementes, novembro fará G. aportar (literalmente) em Recife. A única coisa que posso adiantar é que a farra vai ser supimpa - alguém lembra disso? E hoje é dia de achar que a vida é boa e descomplicada como quando se come algodão doce sem medo de lambuzar a cara. Quero dois.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009






É pelo estatuto da falta que a sua presença me povoa.

domingo, 13 de setembro de 2009






E eu que me pensava tão frágil pelo embargo da voz e pensamentos em colisão, fiz daquele arremedo de gente a fortaleza que é o meu constante desmoronar e reerguer-me em várias outras. Por entre as palavras ditas enquanto despedaçava, tracei revisões e recaminhos. Norteei pela minha fraqueza o mapa do que eu não mais percorreria e cheguei, finalmente, a uma paz que se não para sempre, hoje me acolhe e amansa o dia. Ontem, dos uivos em que desprendi remotas dores, tão velhas quanto a mais anciã das pedras, fiz-me água, essência, reencontro. Doravante, sigo meu rumo sem tantos pesos e senões e devo tudo (e ao mesmo tempo nada) ao despudor de mostrar-me, de brigar pelos desmascaramentos, os meus, sobretudo, e de proferir verdades ao mesmo tempo em que esbofeteio minhas defesas. E ao final dessa rinha, suja de lama e sangue, triunfo, sobrevivente que sou de lutas que às vezes sequer me pertencem, mas que não me escuso de travá-las pelo bem do que de mais humano há em mim.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009






era noite quando do sono fui retirada, ainda tonta, e não em rota de salvação ou fuga: fui lançada no abismo sem premissas de chão, vertigem sem tempo de nó na garganta, sem anteparo, sem cuspe, sem beijo na boca. fui despejada de mim e lançada na irrealidade do que viria a seguir e para sempre. e saído triunfante das imensidões da agonia e do terror, ele, enfim, se deu a conhecer na crueldade do dia em que eu soube o que era o irreversível. E hoje quando te ouço dizer, num misto de desdém e raiva, que irradio a presunçosa calma de quem já viu tudo, apenas lhe respondo que sim, eu vi. e do inferno do qual retornei, você não merece o relato.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


















Todos juntos, em lacaniana demanda, contra o meu maior inimigo: eu mesma.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A bad hair day



Noite péssima, cãibra na panturrilha bem no meio da madrugada, a cabeça explodindo e o Vizinho de Cima todo trabalhado no tema da faxina-que-cura-insônia. E hoje ainda é dia 9. A propósito, setembro tem 30 ou 31 anos? Queria uns diazinhos de férias, de preferência em um lugar qualquer de outro planeta porque gente só serve pra encher bem muito o saco e repetir uma frase simples duas vezes já beira o insuportável. Lidar com gente inconstante, grosseira e irresponsável vem a ser a cereja do bolo. Bad mood completely on.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Oração






que a lucidez e a navalha na carne me livrem de todo mal, amém.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Wuthering Heights






Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green.
You had a temper like my jealousy:
Too hot, too greedy.
How could you leave me,
When I needed to possess you?
I hated you. I loved you, too.

Bad dreams in the night.
They told me I was going to lose the fight,
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering heights.

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Ooh, it gets dark! it gets lonely,
On the other side from you.
I pine a lot. I find the lot
Falls through without you.
I'm coming back, love.
Cruel Heathcliff, my one dream,
My only master.

Too long I roam in the night.
I'm coming back to his side, to put it right.
I'm coming home to wuthering, wuthering,
Wuthering Heights,

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Ooh! let me have it.
Let me grab your soul away.
Ooh! let me have it.
Let me grab your soul away.
You know it's me -- Cathy!

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy.
I've come home. I'm so cold!


Quem ainda não leu Wuthering Heights, de Emily Brönte, leia. E veja o(s) filme(s). Gosto muito desse com Ralph Fiennes e Juliette Binoche.


(Pra instigar Priscila a lê-lo - como se ela não tivesse mais nada para ler...). :)

domingo, 6 de setembro de 2009






A situação da pessoa: na varanda, com a menina cujos pés e mãos estão numa bacia com água e sabonete líquido, de molho. Alternando, a escova de dentes a pilha (novinha) tirando a tinta da caneta hidrocor - preta - que ela cismou ser o esmalte de unha. E cadê sair? Ela, toda braba, dizendo que está arrependida, com ódio porque eu não paro de rir. :)

Crazy maze








sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A abelha e a batata






uma abelha sobre uma batata. quase morta, defeituosa. sem tentativa de voo, paralisada. não em maçãs ou uvas ou nectarinas, mas numa comezinha batata. inadequada. será uma abelha mesmo? lenta, indefesa. não reage ao meu olhar. desconfio da sua imobilidade. é uma abelha, alquebrada, mas abelha. preciso de batatas, seis, tamanho médio, boa textura. deslocada. volto àquela batata. a abelha continua como à minha espera. parada. e viva. palpitando, pulsando na sua quase morte de abelha vencida, operária. num movimento impreciso, de quase abelha, escorrega na superfície lisa da sua batata. será esmagada entre as outras. meu medo se impulsiona no gesto: estico o dedo para poupar-lhe a queda. ela me fere, seu último movimento. abelha.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009






O que há? O que foi?, você pergunta diante do meu estarrecimento. É a vida e suas urgências, a vida, a cada dia e longas noites, a vida que espreita, inquieta e pulsa. é a vida, ávida. vida. e não é pouco o que há. não lhe parece?

Cubar o tempo






um dia quero ir à cuba. não por profissão de fé, mas antes pela visão dos fantasmas nas antigas latarias dos carros de havana. meu coração certamente sorrirá para um tempo que parou em cuba.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Amarelei






engulo a seco
e regurgito soluços
batom vermelho
no riso amarelo
fecho a porta
e esqueço a chave
pretexto
para desacontecimentos
e o dia começa
o que a noite termina:
engulo soluços
e bebo a seco
o riso amarelo
no batom vermelho
regurgito silêncios
e numa esquina qualquer
sua alaranjada sombra
faz do mundo uma valsa
roda de samba
e poesia

Para Roberta

Corisco






Corisco e a gaita que rasgou uma manhã de julho de terra batida e cheiro de chuva. O lamento da gaita fez desaguar do peito da menina dores sem represa. E ver o mar já não abismava, sua escuridão tirou o impossível de todas as outras.