terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mais do mesmo








Salpicão. Tender, love me, tender. E tome peru porque a noite é uma criança. Velas e véias. Castanhas e amendoins. Uvas-passas porque tudo passa, graças a Deus. Bolo de frutas. Farofa, fafá? Não, obrigada, azia motors the world. Prisão do Ventre Livre, um retrocesso histórico em tempos de Obrama. Feliz Natal a noite toda - que por sorte acabou logo. E mais um ano sem rabanada, que é bom...

Dia 25

Salpicão. Tender peru de novo, quem quer? Casas diferentes, porém. A diferença? Lasagna! É uma casa italiana, com certeza. Bolos de chocolate e macaxeira, este último valeu a prece natalina. E teve bolo de ameixa, mas nada igual ao de Vovó Naná, que se foi e levou a receita junto graças à incompetência culinária da ala feminina da família C. de M. Farofa, cof cof break, peloamordedeus. Frutas. Creme de queijo com compota de goiaba. Cerveja e castanhas e amendoins. As crianças com suas jujubas e chocolates e presentes trotando de biquíni sem parar. Do you wanna dance? Foi Natal. Que bom, foi. Ciao, pessoal, vejo vocês na Bienal. Quer rima rica? Suba o Parnaso.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009






Desejo um feliz Natal e um 2010 bem bacana pra todos que frequentam este blog. Volto em breve. Beijos e comportem-se. ;)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009



Estou sumida, mas é por uma boa calça.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Certezas de rio






Deixar-se ir
com desapego de rio:
vento, chuva, dia e céu estrelado, os únicos haveres,
seus despertences.
Deixar-se ir
em plácida rota ou desordenadamente,
à mercê de correntezas várias,
ou como for possível,
quem saberá a próxima esquina?
Deixar-se ir
com tal serenidade que pareça calculada e pontual –
mal saberão, os outros, a que custo...
Deixar-se ir
quando tudo o mais já estiver cumprido,
perfeito em sua primeira e mais remota acepção.
Deixar-se ir
mesmo que haja motivos, resoluções e contas a pagar.
Deixar-se ir,
pois a perdição se nos apossa por excessiva vigília ao insondável,
aumento dado às suas garras e aos seus tentáculos.
Deixar-se ir
porque, afinal,
ah, trem de passagem...
E entre um respiro e outro,
tudo é pouso de passarinho,
certeza de rio,
que na sua grandeza,
segue exatamente o devido e mesmo curso,
em eterno recomeço e sábio esquecimento.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ígnea natureza






Fogo
elemento
pequena candeia ou indômita chama
língua de fogo
perfilada ou em agônico desmantelo sinuoso
Marte, deus da guerra
Ariano destino de cascos que trincam o chão
em estrondo e posse
o poder que emana da luz hipnótica
e do calor escaldante
Fogo
magma que arrasta tudo ao redor
em grossos e lentos borbotões
fúria
ímpeto
queimadura
dor profunda
aguda
Fogo
que tudo consome
desfigura
dizima
beijo feroz e sôfrego
dança de saias negras e rubras,
convulsivas, orgásticas
carmesim
brutal natureza
alimentada por alvas mãos vestais
E quando, por fim, verte-se
em punhados de cinza
O que era labareda
agora é fogo manso
morto
fátuo
brasas esmorecidas:
os seus despojos
Fogo
ele que tudo assola, inclemente,
também purifica e emprenha
e das somas elementares
surge a vida, clandestinamente,
pelas frestas,
sorrateira,
a mais divina e estrangeira das contradições.