terça-feira, 30 de novembro de 2010

Olha o picolé...





No meio da manhã, uns três vieram aqui na frente do prédio e, com escavadeira e tudo, arrancaram um pedaço dos arbustos que ornam toda a calçada da rua onde moramos. Agora, um furgão está na frente do prédio, letreiro ilegível (pra mim, claro), e dois cabras confabulam sobre alguma coisa que não dá pra ouvir daqui de cima, enquanto um fio, saído do furgão, entra aqui no prédio. O hall deve estar uma meleca agora que a neve começou a derreter. Acredito que o destino do fio seja a casa da senhora do térreo, que morreu já faz um tempinho e cujo imóvel está à venda. Só espero que não descubram que a mulher foi enterrada em casa e isto aqui vire um pandemônio. Sim, porque o povo destas bandas se amarra em trabalhar a própria casa no tema do IML, né? Sem contar que uma vizinhança sempre pacata pode ser uma caixinha de surpresas...

Coisinha linda é a neve





Por volta das 15h de ontem, começou a nevar em Amsterdam e regiões vizinhas. Adivinhem onde estava a criatura que escreve estas mal digitadas linhas? Hein? Na rua, mais precisamente no descampado que fica na frente da saída da escola de Mariana, em Amsterdam.

Sim, porque neve é linda, é fofinha, é cute-cute, mas, no interior da sua residência, com o aquecedor ligado, o ser tomando uma caneca de café bem quente ou uma taça de vinho ou comendo um veneno de rato desses aí de baixo:



Estar na rua por obrigação é penoso. A qualquer hora você pode se estabacar no chão, o transporte público tem aquecimento, ok, mas fica molhado, ensebado. As pessoas cada vez mostram menos os dentes e todo mundo quer mais é saber de chegar logo ao seu destino, portanto, os dag, goede morgen, tot ziens e demais expressões cordiais são substituídas por resmungos e olhe lá. Mau humor impera.

Parece que os únicos que se divertem são as crianças mesmo. Ontem à noite a molecada aqui da rua estava brincando na neve. Ainda bem que a criatura não viu, senão, era palestra na certa. Hoje, no pátio da escola, a guerra de bolinhas. Uma quase acerta em mim. Pestes.




segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Esfriando






Hoje, às 9h30, -3 lá fora. Saí pra correr. Por causa de muita macheza, aguentei dez minutos. E, não, eu não sou do tipo que fica feliz por ter uma boa desculpa para não me exercitar. :(


sábado, 27 de novembro de 2010

Diemen



Saindo de casa hoje, por volta das 9h da manhã:





Voltando pra casa, duas horas depois:




quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Corra, Kenia, corra!






Correr está ficando cada dia mais difícil.

Quando chegamos aqui, no início de outubro, apesar de ser o começo do outono, o tempo estava bem camarada: fez sol quase todos os dias, não houve um domingo que não fosse ensolarado (nada que permitisse o uso de camiseta e sandália de dedo, claro, mas era roupa de meia-estação mesmo). Novembro, no entanto, entrou bonitinho: o povo do tempo já anunciou previsão de neve umas três vezes -- uma seria pra hoje, mas foi descartada --, enfim, ao que tudo indica, vai rolar um Natal branquinho.

Correr aqui sempre foi uma delícia, ventinho frio, nada de sol escaldante na cabeça, sensação de cansaço muito menos frequente. Em outubro, os primeiros cinco minutos de corrida eram os mais penosos, especialmente para os ouvidos, mas, passando esse comecinho, era beleza. Por estes dias, a coisa só está começando a engrenar depois de vinte minutos! Antes disso, os dedos dos pés e das mãos parecem saídos do freezer, um horror! E a tendência é piorar. Acredito que esteja na hora de comprar roupas de baixo térmicas porque de outro modo vai ficar impossível. E do jeito que bate a fome juntando com a oferta de pães/tortas/chocolates e que tais, é ganho de peso na certa. Sem contar que não vivo sem atividade física e depois de anos de academia, estou curtindo a prática ao ar livre, abusei geral de espaços fechados. Vou persistir na corrida (que é viciante!) e procurar me equipar melhor para enfrentar o frio, que promete ser de rachar.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Krenten bollen






Isso com Nutella é invenção do demônio.

sábado, 13 de novembro de 2010

Sinterklaas in Diemen



Nossa programação de hoje: ver Sinterklaas chegar:





Maricota e os ajudantes de Sinterklaas, muitos docinhos recebidos também:





O legal é que Mariana faz aniversário no dia de Sinterklaas: 5 de dezembro! :)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cara-Pé-Cu



Minha avó tinha uma vizinha cuja buchada, iguaria light da culinária nordestina, era famosa, conhecida pelo seu inigualável sabor. Quando A. resolvia prepará-la, a notícia se espalhava e as visitas inesperadas eram frequentes. E ela se orgulhava disso: franqueava a entrada às vizinhas para que pudessem vê-la em plena atividade, limpando, costurando e cozinhando sua especialidade. Gostava de matar as pobres amigas de inveja, porque mesmo vendo tudo tim tim por tim tim, nenhuma conseguia fazer uma buchada igual.



Um dia, Dona Nau foi à casa de A. saber de alguma coisa e deparou-se com uma cena que foi determinante para que eu abominasse buchada (além do gosto, claro): encontrou A. fazendo escalda-pés. Até aí nada de mais, se não fosse o recipiente em questão:






A., que Deus tenha piedada da sua porca alma, usava a mesma bacia na qual "tratava" a buchada para lavar as frieiras...

Depois desse dia, "cara-pé-cu" tornou-se uma expressão bastante utilizada para as coisas assim meio bombril, mil e uma utilidades...

Glühwein



Ontem, isto aqui foi só chuva, chuva mesmo, tempestade, trovão, o fim do mundo, rajadas de vento gelado, uma frente fria apocalíptica que se deslocou da Inglaterra e fez estragos por aqui. E eu gripada. E Mariana se recuperando da gripe dela. E nós duas na rua, volta da escola e blablablá. Estou entubida. Ai, ai. Mas ainda bem que existe esse cabra aí embaixo,




vinho alemão pra se beber quente, Glühwein. Pois sim, quem não tem quentão, vai com ele mesmo, que, onomatopaicamente, não requer muita cautela na ingestão. Menos pra mim, claro, que preciso pegar Mariana na escola logo mais e não pega muito bem chegar assim, digamos, meio glub glub. ;)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dilema





O sertanejo é, antes de tudo, um forte, já dizia E. da Cunha. E o nordestino é, antes de tudo, um comedor de farinha. Como boa representante da raça, quando desembarquei em terras nederlândicas, trouxe o meu quilinho de farinha, das boas, quebradinha, mas não sem o devido cagaço de pensar na possibilidade de a bichinha ser confundida com alguma droga (ok, alguns dirão que é uma droga mesmo, mas eu amo!) pelas autoridades alfandegárias.


Não que eu não passe sem farinha, passo. O fato é que pretendemos convidar uns amigos holandeses para uma feijoada aqui em casa (sim, acham-se feijão preto e demais ingredientes nesta terra) regada à caipirinha (pra eles, eu prefiro caipirosca, especialmente pelo fato de as boas vódegas russas serem bem em conta por aqui) e à boa música brasileira (quem pensou pagode, vá sonhando).

Voltando ao dilema, que vindo do grego é dillemma e do latim só perde um l, o problema é que, no último supermercado, compramos o holandse bruine bonen (o equivalente ao nosso mulatinho), esse fulano aí embaixo,



e eu me vejo tentada a usar a minha rica farinha porque, convenhamos, nordestino NÃO concebe feijão SEM farinha! O nó é este: será esse feijãozinho mequetrefe digno da minha precisa iguaria? Depois comunico o resultado dessa profunda elucubração.