segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Ode à TPM

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Tirando o desejo nada cristão de assassinar criaturas, diria que o período mais odiado, defenestrado e combatido por todas as vias e meios, a TPM, é aquele que me dá todas as respostas que necessito para viver com alguma coerência e satisfação comigo mesma.

Não, não enlouqueci de vez ou colocaram algum alucinógeno na minha comida.

Logicamente tirando os inchaços e algumas mazelas físicas ocasionadas pela dita cuja, e também a falta de paciência monstruosa para responder pela segunda vez à mesma pergunta -- situação que, confesso, quase sempre me acompanha independentemente do período do mês --, costumo ter uma relação quase que amigável com a famigerada prévia da semana nada carnavalesca, que é aquela coisa mais que estúpida que nós, mulheres, nos vemos obrigadas a encarar mês após mês, a menos que algum acidente de percurso, reprodutivo ou crepuscular, aconteça.

Digo isso porque é justamente nessa época do mês que costumo ganhar a objetividade que tanto almejo alcançar naquelas situaçõezinhas do dia-a-dia nas quais, por educação, consideração e gentileza, não mando quem de direito pro seu devido lugar.

Sabe aquela coisa de não querer magoar os sentimentos alheios, de ser sempre equilibrada, mesmo que isso me renda uma tremenda enxaqueca?

Sabe aqueles momentos em que a vontade é mais de mandar pra puta que pariu, sem dó nem piedade, mas, ao invés disso, a darling aqui prefere respirar duas, dez, quinze vezes e preservar o que quer que seja?

Sabe aquela de 'releva que a criatura é seqüelada' que muitas vezes impede que se dê um belo chute na bunda, esse sim, que poderia fazer algum bem pra quem se traveste de coitadinho(a) pra se dar bem em cima dos incautos? Sim, o famoso pontapé inicial?

Pois é isso que a TPM me dá em uma semana e a babaquice de ser centrada me tira no restante do tempo.

Mas como nunca é tarde para mudar e eu ainda tenho esperança de lograr êxito nessa matéria, diria que vou me esforçar ao máximo para tentar ser uma mulher assim, digamos, mais tepeêmica, no sentido hormonal mesmo: é a força do Yang que nocauteará o Yin e todos viverão felizes para sempre -- não sei se todos, mas eu pelo menos viverei, sim.

O problema é que eu, em nome de algumas besteiras que infelizmente fui ensinada a respeitar, ultimamente ando sendo boazinha demais e neguinho tem se aproveitado (e como...), sabem? Portanto, creiam, estou em período de libertação paradigmática, ou seja, agora sou eu e o BOPE: osso duro de roer, pega um, pega geral... Desculpem a metáfora tão pouco rotineira no meu jeito manso e poético de escrever, mas é isso aí, folks!

E tem mais alguns detalhes que gostaria de esclarecer a quem interessar possa:

* Se eu não falei com você quando eventualmente nos encontramos, podem ter ocorrido duas coisas: primeiro, realmente não te vi; segundo, não quis lhe dirigir a palavra. Mas, de uma coisa fique certa, se você me pergunta sobre o episódio e eu lhe digo que não falei porque não vi, saiba que não estou mentindo, pois quando não quero falar mais com uma pessoa sequer lhe dou a chance de questionar as minhas intenções.

* Ter amizade ou simpatia por duas pessoas que se antagonizam não quer dizer necessariamente que eu tenha tomado partido de uma ou de outra. Isso é coisa de colegial, algo que já não sou há muito tempo. Trate de não ser você também: não me julgue a partir do próprio umbigo.

* Não adianta: tem pessoas que nem pintadas de ouro e cravejadas de brilhantes terão minha simpatia ou amizade de volta. Fazer merda tem limite...

* Não ajo por interesse. Se digo que gosto de alguém é porque realmente algo nessa criatura me soa verdadeiro. Até que me provem o contrário.

* Quando tiver alguma dúvida com relação a alguma atitude ou palavra minha, pergunte a mim e não dissemine uma opinião infundada. Não gosto de fofoca e ver meu nome envolvido nelas, tampouco. Como disse antes, não sou mulher de recados, apesar de, às vezes, precisar ser didática como agora.

* Não tenho culpa dos seus traumas de infância, também tive os meus e sobrevivi. Só não venha fazer a releitura deles envolvendo a minha pessoa porque não sou sua mãe, pai, madrasta ou quem quer que tenha te mutilado emocionalmente. Cansei de querer dar uma de band-aid da humanidade.

* Geralmente procuro ser uma pessoa justa, conciliadora e não sou de colocar lenha na fogueira dos outros. Prefiro jogar um balde de água gelada. Mas, olha, não abusa porque não é todo dia que estou com paciência pra ouvir problemas alheios porque, via de regra, quase ninguém se preocupa em saber quais são os meus.

* Detesto que peguem as minhas coisas sem pedir, por menores que sejam. É muito clara a regra: o que é meu, é meu. O que é seu, é seu. Dependendo de quem e do quê, até posso emprestar, mas peça.

* Se você me acha prepotente, arrogante e metida, está coberto(a) de razão: cada um tem a minha versão que merece...

Resumo do post e da ópera: estou bem e no perfeito uso das minhas faculdades, quaisquer que sejam elas, só não tire muita onda comigo porque o mar não tá pra peixe e a terceira Lei de Newton foi definitivamente acionada.

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