O que dizer de uma criatura de sete anos que pede para ouvir a história de Anne Frank na hora de dormir?
Tudo começou quando assistíamos a um programa na TV e no intervalo passou uma propaganda da casa de Anne Frank, em Amsterdam. Mariana perguntou quem era e eu, naturalmente dotada de um imenso bucho de piaba, falei, em linhas gerais, sobre campos de concentração, Adolf Hitler, holocausto, febre tifo, nazismo etc. Sou adepta de falar a verdade sempre, guardando as devidas proporções, quando ela pergunta alguma coisa.
Evidentemente, a criatura cismou em saber detalhes. Mas como o programa estava bom, ela deixou Anne Frank pra lá. Só que Maricota não esquece, no máximo, arquiva. Pois bem, à noite, ao invés da continuação da história do mundo -- dia de Paul, que começou com a criação do universo, Big Bang etc., e no momento se encontra na Idade Média --, ela disse que queria ouvir a história de Anne Frank toda. Ai.
Fazer o quê, né? Contei, de maneira resumida, o que está escrito no Diário, com a promessa de que, quando ela for mais velha, emprestarei o livro que ficou no Brasil (nem quero lembrar dos meus livros solitários e abandonados...).
Quando terminei, com a cara mais triste do mundo, ela me perguntou se eu não tinha nada alegre para contar. Daí, lembrei de falar que outra família, também Frank, teve um melhor destino que a de Anne: conseguiu, escondida e nas mesmas condições, sobreviver àquele homem muito, mas muito mau:
Assunto encerrado? Nada. Ela nos fez prometer que a levaríamos à casa de Anne Frank. Não sei até quando vou poder enrolar. Estive lá na primeira vez que vim aqui e chorei copiosamente, a coisa é pesada demais. Ela vai ter de se contentar em esperar um pouco mais.
4 comentários:
Nas escolas japas lembram anualmente de Hiroshima e Nagasaki.
A minha sobrinha estuda numa escola japa em Budapeste e lá houve aula sobre o assunto. Ela disse que quando viesse ao Japão, queria ir a Hiroshima conhecer o museu etc.
ela tem 7 anos.
Essas meninas precoces... :-)))
E pensar que lembro da Maricota quando ela ainda era projeto de gente...
Lu, eu estava grávida de Mariana quando a gente se conheceu na Ena, né? :)
Ah, mas ela gosta de coisas mais amenas também: leitura de gibis da Turma da Mônica é obrigatória (quando voltei pra cá, em janeiro, trouxe tudo que achei de novo) e também curte estórias inventadas, mas ela determina o tema: terror/suspense e aventura. Hehehe
Nei, acho bacana elas terem esse contato com a História, estimulamos bastante.
Beijos pra vocês.
essa Maricota é muito precoce e intelectual. rsrsrsrs
Bjos e []s
Ivette Góis
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