O que tem de gente por aí pra encher o saco do ser humano não está escrito em Guinness nenhum.
Se estou em casa almoçando ou jantando, quase todo dia liga uma criatura cuja variação do discurso se restringe apenas ao nome do banco no qual trabalha. Olha, eu sou do tempo em que as horas das refeições e do Jornal Nacional eram sagradas. Do segundo, com a misericórdia divina, eu me livrei, mas de fazer as refeições no sossego, não abro mão. Faço questão e deixo claro.
Tem gente que nem me conhece, não sabe nada de mim, mas se acha no direito de dizer o que e quando eu devo fazer determinadas coisas. A vontade de mandar vocês sabem pra onde é enorme e vez por outra eu mando mesmo, embora não tão textualmente assim. Às vezes é uma merda ser uma pessoa fina, sabem? Mas, noutras, a lavadeira desce do Alto do Mandu e é aquela beleza. Lá vai a doida. Depois do baile, é o máximo que a abespinhada criatura pode dizer e não pra mim, of course.
Mas acho que a culpa disso tudo é minha. Devo ter cara de quem precisa de conselhos e dicas e pitacos, vai ver que é isso, de modo que devo até agradecer quando uma imbecil vem me dizer que eu estou errada por não dar refrigerante à minha filha já que isso não tem nada de mais e lá na frente ela vai provar de todo jeito, por exemplo.
Sendo assim, eu poderia até dizer que a criatura deixasse seus filhos fazerem uma porção de coisas porque, mais lá na frente, eles vão fazer de todo jeito e não tem nada de mais nisso também, mas como criança é coisa sagrada e não pede pra nascer de uma quadrúpede, vou deixando pra lá.
No mais, dias de chuva no Manguetown, garganta inflamada e às voltas tentando explicar a uma criança de 4 anos que chuva se escreve com ch e não com x, apesar de toda lógica da sua cabecinha dizer que não. E nessas horas nem Saussure nem Chomsky nem ninguém te impedem de achar que a língua é mesmo uma coisa arbitrária, imotivada e chata pra cacete.
Enfim, a vida segue e a gente segue junto para as Casas José Araújo porque lá quem manda é o freguês.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
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3 comentários:
me dá o endereço dessa loja que eu estou precisando mandar bastante...rsrsrsrs
E essa turma do telemarketing é chata demais mesmo,não sei como não percebem a ineficiência do método!
Bjos e []s
Ivette Góis
Telemarketing é um troço besta auto-destrutivo. Sabe que TODOMUNDOTODO odeia e ainda cultiva a idéia e executa, o que é pior.
Há poucas empresas brasileiras para brasileiros no Japão. No começo, na onda do tele brazuca, tentaram aqui. Ligavam, a gente era mal educado e a vida seguia. O boicote foi automático. Pararam. Aqui é fácil porque o mercado é pequeno.
E filho, cada qual com seu cada qual. No meu quintal, se eu quiser, só planto brócolis.
Esse povo do telemarketing acho que recebe adicional de insalubridade por esporro, viram? :P
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