sábado, 31 de maio de 2008

Desterro



Passei onze anos fora de Pernambuco (de 1987 a 1998) e de Recife, 13.
Morei em Belém do Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Vinha uma vez por ano, geralmente nas férias de verão, me entupia de tapioca, feijão-de-corda, passa de caju e carne de sol, pegava um bronze em Porto de Galinhas, Tamandaré e Calhetas, revia parentes e amigos, e no fim das férias, já aborrecida com meio mundo de coisas, queria voltar para casa - e era com certo constrangimento que
eu dizia isso: a minha casa já não era mais aqui. No restante do ano, ficava um pouco de banzo, sentia falta dos lugares, da família e dos amigos, dos cheiros e sabores conhecidos. Mas novos amigos, lugares e sabores ocupavam seus espaços e a vida seguia em frente.

Outro dia comentava com Nei, que mora no Japão há 18 anos, o quão dividida fica a vida de uma pessoa que deixa o seu local de origem, seja mudando de cidade, estado ou país. Definitivamente, sair de casa é um ritual de passagem e ele compreende não apenas deixar a casa dos pais, mas também aquele momento em que você opta, levado pelos mais diversos motivos, por deixar a sua zona de conforto e tentar outros rumos.

Sem dúvida, a pessoa resultante dessas mudanças não pode ser igual àquela de antes de partir. Mas quem ficou muitas vezes não compreende isso. E quando se tem a felicidade (ou infortúnio, não sei) de voltar, muitas vezes você se choca ao constatar que por mais que tenha mudado, muitas pessoas ainda te vêem como antes, como se você tivesse congelado num hiato temporal.

Isso pode ser bom porque muitas vezes certas singularidades suas se perderam ou diluiram nas mudanças e você se surpreende com o que foi um dia e nem lembrava mais. Mas, por outro lado, você sente um certo desconforto diante da estagnação de quem te vê e não te reconhece mais. E isso só aumenta o seu sentimento de desterro.

Você não pertence mais a lugar nenhum e nenhum lugar mais lhe pertence, esse é o ponto. E por mais que você tenha perdido aquele medo inicial de bater asas e voar, por mais que você tenha a segurança e a certeza de poder viver e se adaptar a qualquer coisa, no fundo você sabe que voltar para casa é uma impossibilidade. A porta se fecha uma vez para nunca mais abrir.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Knock, knock, knocking on the heaven's door






Compadecido com a perturbação que venho sofrendo, ele tentou ajudar me dando essa idéia. A intenção foi boa e é isso que vale.
No mais, esse blog rola de ladeira abaixo. Mas aguardem que numa outra ocasião trarei poesia, música, delicadeza e suspiros ao recinto.


Update: Acabei de atualizar o Ninho de Cobra, confiram que tem mais gente chegando.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Curtinhas



* O ruim de se obter informações por meios, digamos, pouco ortodoxos é que você tem que fazer cara de paisagem quando a sanha é de seccionar a jugular do indivíduo em questão...

* Eu não dormi direito de ontem pra hoje. O Recife e a Região Metroplitana também não. Não estou reclamando, muito pelo contrário, afinal meu time venceu ontem, nos pênaltis, o Vasco na Copa do Brasil - sorry, amigos vascaínos, mas não teve Animal, vegetal ou mineral que desse jeito. De novo.

A julgar pelo ônibus do time do Sport que foi apedrejado em São Januário, diria que contra o Corinthians vem chumbo por aí e dos grossos. Vai ser uma briga desigual contra os que dão as cartas no futebol brasileiro juntamente com a mídia do sul e do sudeste tentando, de todas as maneiras, prejudicar o time pernambucano, tenham certeza disso. E saiu o resultado do sorteio na sede da CBF: dia 4, o primeiro jogo será em São Paulo, no estádio do Morumbi. A decisão, no dia 11, vai ser na Ilha do Retiro, também conhecida como Caldeirão Rubro-Negro. Quem viver, verá.

* Eu juro que estava quietinha no meu canto. Mas aí veio uma terrível criatura amiga minha e me fez dar umas boas risadas. Lembram que outro dia a patrulha baixou aqui porque usei a expressão "cagando e andando"? Que isso era coisa feia e que ia espantar os blogueiros (uns dois pares de rugas foram adicionados à minha delicada cútis por causa disso) e coisa e tal.
E não é que a moça está usando expressões ignominiosas tais como foda-se e roçar numa periquita? É o Leite de Cobra na vanguarda da esculhambação disseminando os maus costumes pelas últimas casas de família da blogosfera.

* Já virou piada aqui em casa: quando estamos vendo House e a equipe testa a primeira medicação no paciente, Paul olha pra mim e eu entro em convulsão. É batata: eu estrebuchando no sofá e o miserável, na tela. Ô povo pra gostar de uma presepada...

* Pra completar, a armação dos meus óculos quebrou e estou usando provisoriamente o antigo até o conserto. Estou a cara do Clark Kent (o do Christopher Reeve, que Deus o tenha).

* Existe coisa mais cafona do que perguntar Vamos tomar um drink?

* E parece que a maioria dos ministros do STF vai votar a favor das pesquisas com células-tronco embrionárias. Aleluia, irmãos!

* Falando em irmãos, não é que a turma das Testemunhas de Jeová, com a mesmíssima conversa pra boi dormir de material em inglês e tal, baixou aqui no prédio de novo? Dessa vez eram dois procurando Paul, mandei o porteiro despachar no ato. Vou processar esses putos por perseguição religiosa.

Linda






Pé de manga não dá jaca, não é mesmo? Hihihi

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O coala e a lagartixa



Um coala estava sentado num pinheiro, curtindo um baseado.





Uma lagartixa passava e, olhando para cima, disse: "E aêêê, Coala... Tudo beleza? O que você está fazendo?"





O coala disse: Queimando um. Suba aqui.
A lagartixa subiu no pinheiro e sentou-se ao lado do coala, curtindo uns baseados.
Após algum tempo, a lagartixa disse: Pô cara, minha boca tá seca, vou tomar água no rio...
Meio desorientada, a lagartixa se inclinou muito e caiu no rio. Um jacaré a viu cair e nadou até ela, ajudando-a a subir na margem.
Depois ele perguntou: Qual é a sua, lagartixa? O que aconteceu? Quer morrer?
A lagartixa explicou que estava curtindo um baseado com o coala num pinheiro, ficou zuadinha e caiu no rio enquanto tomava água.
O jacaré, querendo verificar esta estória, entrou na floresta e encontrou o coala sentado num galho, chapadão. Então, olhou para cima e disse: Ei! Você aí em cima!





O coala olhou para baixo e disse:





PUTA-QUE-PARIU, lagartixa, tu bebeu água pra caralho!!


Inspirado na Marcha, Gio mandou essa pra gente. Aproveita e atualiza esse blog, Bob Esponja.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ninho de Cobra



Adotando a sugestão de José Luís, hoje é inaugurado o seleto recinto onde se encontra a mais fina flor da sociedade leite cobrense.

Terminei achando que abrigar as fotos no Flickr seria uma boa, o que não quer dizer que isso não possa ser modificado daqui a uns tempos. Ao todo temos trinta e um viventes, lindos e maravilhosos por lá. Dêem uma fuçada e liguem a cara aos comentários, é uma beleza de diversão. E quem ainda quiser enviar foto, fique à vontade que eu vou atualizando.

Caso alguém não goste da foto e/ou do que escrevi, avise que eu conserto, de preferência por aqui ou via email.

O Ninho de Cobra não é nenhum pão de açúcar, mas lá é lugar de gente feliz. Hohoho

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Você está de TPM?



Infelizmente, por mais que eu me empenhe em subir alguns degraus na escala da evolução espiritual, algumas coisas ainda me irritam e muito. No geral, tento sair pelas vias do humor porque sei que, partindo de onde partem, é perda de tempo e energia levar o que quer que seja adiante.

Um exemplo é essa pergunta que serve de título para o post de hoje.

Fora do contexto, ela pode soar como uma brincadeira, mas em determinadas situações, ela serve, no mínimo, para desqualificar a fala de uma mulher. Pode parecer discurso feminista, mas não é. O fato é que me sinto agredida quando, numa discussão civilizada, onde procuro apresentar argumentos concretos sobre determinados assuntos e o faço com veemência e firmeza, o meu interlocutor - e nesses casos, a pérola sempre sai da boca de um homem - vem com essa inocente pergunta.

Para quem acha que estou exagerando, faço a seguinte pergunta e ainda ofereço possíveis respostas: se, ao invés da minha pessoa, fosse um homem que proferisse os mesmos argumentos com igual intensidade, ele seria o quê? Arrojado? Teria atitude? Seria alguém que inspira segurança porque convicto dos seus pontos de vista?

Esse é um sentimento muito particular e sei que há casos e casos. Mas uma pergunta como essa soa como uma rasteira mesmo. É sair de um nível de discurso (fatos, opiniões etc.) e entrar em outro, mais abaixo, diga-se de passagem.

E usar o conhecimento de um período de confusão hormonal, emocional e física que acomete a maioria das mulheres para desqualificar o discurso de alguém, na minha opinião, é golpe baixo de quem ou não tem argumentos à altura e apela ou simplesmente, por puro machismo, acha que mulher tem quem ficar quietinha ou, no máximo, emitir suas opiniõezinhas com uma voz bem meiguinha e boazinha e de preferência sem muita contundência porque isso é coisa de macho.

A quem interessar possa, não estou de TPM. Muito pelo contrário, se é que vocês me entendem...

sábado, 24 de maio de 2008

Religiões, cultura ocidental e pombas



Meu amigo João Eurico estava com furor pedagógico e disparou na lista de discussão da qual participamos:

João Eurico: Não é uma incrível coincidência que a época de mais atraso no desenvolvimento do mundo ocidental seja exatamente a de florescimento da religião cristã e a consolidação da igreja católica ?

Kenia: Você está falando de qual época?
1. Defina atraso no mundo ocidental e sob qual(quais) ponto(s) de vista.
2. Trace um paralelo entre o florescimento da religião cristã (indicando, de preferência, qual ou quais dentre elas) e a igreja católica.
3. Desembucha logo.

João Eurico: Considere mundo ocidental o que foi mais fortemente influenciado pela civilização grega. A biblioteca de alexandria foi queimada e saqueada várias vezes até a completa destruição por volta do ano 600, quando a igreja católica cristã assumiu o controle da região ocidental entre o oriente médio até a ibéria.

Quase 1000 anos de atraso até o mundo ocidental recuperar um nível de sofisticação comparável com o que se fazia no oriente médio (leia-se muçulmanos, otomanos) e os orientais da China. Na verdade, só depois de o Renascimento europeu, com os freqüentes conflitos de Galileus da vida com a Igreja Católica é que começou a haver avanço. Enquanto isso, os muçulmanos tinham uma matemática, filosofia, medicina, história e geografia bem mais avançadas. Sem falar nos chineses que já eram capazes de mandar uma frota de mais de 100 navios em viagem de circunavegação bem antes do que Magalhães e com estrutura superior que até hoje fica difícil de comparar.

A religião cristã se caracterizou por diversas facções até meados do século IV e V quando começou a se organizar e adotar os padrões de gestão do Império Romano. O obscurantismo já era incentivado pela religião cristã, mas quando esta se sistematizou como instrumento de obtenção e condução de poder aí a coisa ficou profissional. O poder das religiões cristãs no mundo ocidental era absoluto e ai de quem ousasse questioná-lo. Vide as perseguições dos judeus, as cruzadas, a inquisição e a separação das duas linhas mais fortes e não conciliáveis (Católica Romana e Ortodoxa Grega).

Kenia: Pô, João, a Igreja Católica já pediu perdão pelas atrocidades cometidas na Inquisição, pela omissão com relação aos judeus no Holocausto e demais injustiças cometidas em seu nome, tadinha.
Não seja assim cético e revoltado. Deixe a pomba do espírito santo entrar em você...

Ele não respondeu mais nada, não sei por quê. Talvez não tenha gostado muito da pomba. Ou muito pelo contrário...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Curtinhas



* Hoje li no jornal uma nota de falecimento que começava assim: Fulano de Tal que em vida foi pai de Beltrano de Tal... e fiquei pensando na falta de sentido disso. Porque os meus mortos continuam sendo o que sempre foram para mim.

* Com a idade chegando nos costados, estou percebendo que mais importante do que aprender a perdoar os outros é poder fazer isso por mim mesma.

* E a família do outro contratou o legista freela de PC Farias. O problema agora é que o cara virou vereador e coisa e tal... O gosto pela coisa pública lança uma nuvem de desconfiança sobre os dedos do doutor, né mesmo? Vão-se os badans, mas ficam os palhares.

* Gente que se acha muito inteligente tende a achar o restante da humanidade burra. O bom disso tudo é que se pode tirar proveito dessa idiotice.

* Que me perdoem os amigos vascaínos, mas não teve Animal, vegetal ou mineral que desse jeito. Sabem como é, né? Caiu na Ilha...

* Aguardem que a galeria de fotos está quase pronta. Terça-feira, no máximo, estará disponível. Ah, se alguém tiver sugestões para o nome, por favor, deixe um comentário. Pensei em algo como "Amigos da Cobra", mas acho que alguns poderiam chiar...

* Estou lendo Hegemony or Survival - America's quest for global dominance (Hegemonia ou Sobrevivência - A busca da América pela dominação global), de Noam Chomsky. Sei que a política de Washington é escrotinha, mas ver Chomsky jogar pra bunda dos primos ricos não tem preço.

* Faz um tempinho que acabei a biografia de Tim Maia. Quero e vou comentar ainda, mas com calma. As Curtinhas não agüentam tanto som e fúria.

* "Tenho medo de dar errado", diz Sandy, da ex-dupla Sandy & Junior, sobre seu casamento com Lucas Lima. Quem mandou não ter praticando antes, fia? Me engana que eu gosto...

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Primeira edição






Ronda

De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você não está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida São João

(Paulo Vanzolini)


Cresci ouvindo músicas no rádio. Elas eram a trilha sonora das minhas brincadeiras, dos nossos almoços em família (havia um programa na Rádio Difusora que, ao meio-dia, só tocava música instrumental do tipo das grandes orquestras de antigamente) e das demais atividades do dia-a-dia.

Na casa dos meus avós, havia sempre alguma música tocando no rádio ou na radiola. Lembro-me delas num volume moderado, discreto porque lá barulho excessivo nunca foi bem-vindo. Ainda hoje é em ambientes mais silenciosos que me sinto em casa.

Eu tinha uns dez, onze anos quando ouvi pela primeira vez Maria Bethânia cantar essa canção. E foi como se alguma coisa tivesse passado a existir daquele momento em diante, era impossível que aquilo tudo servisse apenas como pano de fundo. Parei o que fazia e deixei que cada acorde, cada palavra entrassem dentro de mim certeiros, mesmo sem saber exatamente para que serviam, o que diziam, por quem chamavam.

A voz de Bethânia rasgava meu peito e me mostrava uma dor de amor diferente daquelas que eu já ouvira cantar, nas quais sempre o amante chorava a inacessibilidade do seu amor ou mesmo a perda dele. A mulher, sendo amada, era sujeito passivo de alguém. Elas eram como a maioria das mulheres que eu conhecia (mas não todas): recebiam o amor pronto aos seus pés e às vezes partiam, seu máximo de subversão.

Mas aquela voz me feria o coração de tal modo que foi como se eu, de mãos dadas com ela, percorresse os bares e os rostos em busca de alguém que eu sequer sabia quem era. Aos dez anos, essas coisas não dizem muito, mas foi através delas que eu percebi que havia um mundo para além daquela música, um mundo que eu não compreendia, mas que me dóia como um presságio.


Fotografia: Flickr

terça-feira, 20 de maio de 2008

20 de maio






Atrás, com aquela letra bem desenhada de antigamente, aos quase 25 anos de idade, minha avó escreveu essa dedicatória:

Ao meu querido Belmiro, com grande amor, ofereço esta pequena recordação de sua noiva que muito lhe preza,

Lindinalva Florencio
10 de Fevereiro de 1942


É certo que havia a guerra, mas quem se importa com isso quando escreve coisas de amor?

Hoje, 20 de maio, essa jovem completaria 91 anos de idade. E agora eu, sua neta, é quem lhe escreve em tempos de aparente paz.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Um mundo de emoções num pacote só!

Quer viver uma vida de emoções? Use o Velox da tia TELEMÁ.
Quer mais emoção ainda? Faça um OI Conta Total...
Se até o final do ano você não enfartar, seu dinheiro vai estar sendo devolvido.

domingo, 18 de maio de 2008

Welcome to the Fantasy Island

Trinta anos atrás, essa era uma das minhas séries favoritas de TV.


sábado, 17 de maio de 2008

Senhora dona do baile




Zélia Gattai (1916-2008)

Fotografia: UOL

Minha dica de final de semana




Beber sim, mas sempre com moderação.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Gente que enche

O que tem de gente por aí pra encher o saco do ser humano não está escrito em Guinness nenhum.

Se estou em casa almoçando ou jantando, quase todo dia liga uma criatura cuja variação do discurso se restringe apenas ao nome do banco no qual trabalha. Olha, eu sou do tempo em que as horas das refeições e do Jornal Nacional eram sagradas. Do segundo, com a misericórdia divina, eu me livrei, mas de fazer as refeições no sossego, não abro mão. Faço questão e deixo claro.

Tem gente que nem me conhece, não sabe nada de mim, mas se acha no direito de dizer o que e quando eu devo fazer determinadas coisas. A vontade de mandar vocês sabem pra onde é enorme e vez por outra eu mando mesmo, embora não tão textualmente assim. Às vezes é uma merda ser uma pessoa fina, sabem? Mas, noutras, a lavadeira desce do Alto do Mandu e é aquela beleza. Lá vai a doida. Depois do baile, é o máximo que a abespinhada criatura pode dizer e não pra mim, of course.

Mas acho que a culpa disso tudo é minha. Devo ter cara de quem precisa de conselhos e dicas e pitacos, vai ver que é isso, de modo que devo até agradecer quando uma imbecil vem me dizer que eu estou errada por não dar refrigerante à minha filha já que isso não tem nada de mais e lá na frente ela vai provar de todo jeito, por exemplo.

Sendo assim, eu poderia até dizer que a criatura deixasse seus filhos fazerem uma porção de coisas porque, mais lá na frente, eles vão fazer de todo jeito e não tem nada de mais nisso também, mas como criança é coisa sagrada e não pede pra nascer de uma quadrúpede, vou deixando pra lá.

No mais, dias de chuva no Manguetown, garganta inflamada e às voltas tentando explicar a uma criança de 4 anos que chuva se escreve com ch e não com x, apesar de toda lógica da sua cabecinha dizer que não. E nessas horas nem Saussure nem Chomsky nem ninguém te impedem de achar que a língua é mesmo uma coisa arbitrária, imotivada e chata pra cacete.

Enfim, a vida segue e a gente segue junto para as Casas José Araújo porque lá quem manda é o freguês.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Notícias que deixam qualquer um fúcsia

* Da bostae (palavra feminina, plural, primeira declinação - porque hoje amanheci culta e fina e sei falar Latim, tá?):

Claro que nosso Brasil sil sil tem muitos problemas em muitos setores, ninguém pode negar isso. Mas acho que o grau de civilidade de um povo também pode ser moldado a partir de pequenas atitudes. Por causa de coisas como essa, perco cada vez mais a esperança na Terra Brasilis.

* E o troféu a Corda-Quebra-Sempre-Onde? vai para...

Ô bestão, pra quem mais poderia ser?

* Minha cidade tem encantos (e espantos) mil, mas essa lei aqui já funciona, meus bens.

* Enquanto isso, Paulo Autran dá um duplo twist carpado no túmulo. Nelson Rodrigues, por sua vez, dá é muita risada.

* Tá com pena, meu bem? Contrata pra baby sitter.

* Mãe é tudo igual. A diferença é que essa teve coragem de pagar o mico, aliás, o King Kong.

Solenemente declaro à patrulha de plantão que a alusão ao tão famoso primata está contextualizada, portanto, nada tem a ver com preconceito racial, viram, amores?

* Já estão dizendo que o Papa é ateu, que o ET é nosso irmão, que vai ter carreata e show interplanetários do Padre Marcelo Rossi e que a IC vai abrir filial em Marte. Ah, esse povo não presta...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Quando o buraco é mais além do embaixo...

Criar um filho é coisa tão, mas tão difícil...
Você tem que quebrar um monte de paradigmas porque a forma como você foi criado estará sempre vindo à tona, para o bem e para o mal.
Você tem que deixar de lado o medo por estar fazendo diferente, seguir em frente e pagar para ver depois.
Você tem que ter em mente, a toda hora, que aquela criaturinha é diferente de você apesar de tão parecida, na maioria das vezes.
Você tem que deixar de lado também seus traumas e, com isso, não superproteger.
Você tem que ter cuidado para não deixar que uma personalidade forte tolha vontades, anseios e diferenças.
Você tem que estar disposto e preparado para se reescrever a cada nova situação, a cada novo conflito.
Você tem que passar por cima de uma imensa vontade de matar leões diários só para garantir uma felicidade que você sabe impossível.
E nessas horas todas você se sente sozinho com seus fantasmas, seus dilemas, seus hiatos como nunca se sentiu porque antes eles apenas lhe diziam respeito.
E no meio de todas essas dúvidas, a única certeza que você tem é o seu amor: ali, presente, cálido, cheio de bons motivos.
Só depois que essas coisas acontecerem é que você entenderá uma porção de outras e, mesmo assim, não terá respostas, pelo menos não as que você esperava.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Presentes




Como o universo sempre conspira a meu favor (vamos, Pollyanna, enquanto tu ainda és moça!) e levando-se em conta a má vontade de certas pessoas em emprestar um certo livro, ontem ganhei não só o próprio, mas também um CD do síndico.
Tsah?

domingo, 11 de maio de 2008

Quando nasce um filho




Quando nasce um filho,
Nos pegamos cheios de medos:
De não sabermos cuidar, alimentar e consolar;
De não conseguirmos segurar a barra do cansaço, das noites insones, das olheiras que aumentam mais e mais;
De não sobrevivermos às mudanças, mesmo sabendo que agora temos que fazê-lo por alguém que precisa de nós;
Medo de adormecer com aquela coisinha pequena no braço e derrubá-la no chão;
Medo de nunca mais termos de volta a nossa vida, a própria vida, porque o tempo parece ter adquirido vontade própria;
Medo de um choro repentino assim que conseguimos, finalmente, fazê-lo dormir;
Medo de que não arrote, medo de que não nos queira bem, medo de que sinta uma dor qualquer que não se possa apaziguar;
Medo do inseto que fira, medo da água estar fria ou quente demais, medo que a roupinha irrite a pele tão fina...
Esses são os pequenos e primeiros medos, que somem com os dias e dias que virão...
Esses darão lugar a outros porque a vida agora assume contornos mais reais e essa criatura é tão pequena, tão indefesa...
Depende tanto da nossa lucidez, que, a trancos e barrancos, conseguimos manter...
Mas, depois que nasce um filho,
Um amor tão, mas tão grande transborda de dentro do peito
Que a noção do nosso limite se perde.
Não há palavra, afago ou lágrima que consiga drenar essa loucura tão misteriosa,
Que é amar alguém assim tão em profusão.
Aí todos os medos, os grandes e os pequenos, sucumbem
Porque esse amor tão insuspeito
Nos ensina que a medida para amar alguém assim é deixar
Que essa mão pequenina leve o nosso coração pelos caminhos desconhecidos
Numa história sem fim
De um amor que desconhece o medo.

sábado, 10 de maio de 2008

Litígio familiar

Assim:

Imagem 1




ou assim?

Imagem 2




Fotografia: aqui.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A gente se acostuma...

Hoje de manhã, andando sobre um dos muitos canais do Recife, olhei pras suas águas fétidas e cheias de lixo: garrafas plásticas, pedaços de pano, latas de comida, papel. E pensei que o Recife merecia ter canais bonitos como os de Amsterdam, e que em alguns pontos poderia haver até transporte público. Mas o pensamento cedeu lugar ao mau cheiro, a gente se acostuma com ele e a vida segue.

Lá mais na frente, por detrás do vidro fechado, sempre vejo crianças com outras no braço pedindo esmolas no sinal. Do outro lado, meninas tecem, nas suas barrigas grávidas, mais uma vida para esmolar. Dói o coração, eu penso na minha e dá vontade de chorar. Mas o sinal abre e, duas quadras adiante, a gente se acostuma porque sabe que precisa estar inteiro pra quem ainda não tem que conhecer as verdades do mundo.

É tanta grosseria, tanta irresponsabilidade, tanta falta de educação e respeito, que tem horas que a gente termina achando que essa deve ser a regra e não a exceção. A gente até se acostuma, muito embora tente, de todas as formas, blindar pelo menos os poucos metros quadrados da nossa casa.

E quando você reencontra um conhecido que não via há anos, fica feliz e muita coisa do passado volta e vocês riem disso, mas lá adiante, no meio da conversa, você percebe que pouca coisa mudou e, exatamente como antes, você continua sem fazer parte de nada. Você sorri amarelo, troca telefone e diz "Vamos nos ver". Depois de
pensar que a melhor felicidade é a cega, você deixa pra lá e acaba se acostumando, mesmo sabendo que essa não é a sua verdade.

É, a gente se acostuma com um monte de coisas. As boas, quem não consegue? As ruins, fazer o quê? E assim a vida segue, a gente esquece pra depois lembrar mais resignado ainda. A gente acaba se acostumando mesmo. Mas não deveria.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Curtinhas

* Mesmo com suas imperfeições, todo ser humano deveria tê-los pelo tempo que desejasse.

* Falando em crianças e lambanças, os desenhos animados de hoje estão cada vez mais nojentos. Esse narigudinho é a síntese: seu maior desejo é ter dois narizes pra poder tirar mais meleca, eca.

* E não é que a noiva perdoou Ronaldo? O amor é lindo! E dinheiro no pé do cipa, mais ainda...

* Já estão dizendo que o padre voador foi visto em vários lugares diferentes. Como é praticamente impossível que ele ainda esteja vivo, queria que achassem logo o corpo. Caso contrário, vai virar lenda. Cada país tem o Dom Sebastião que merece.

* Dá pra acreditar na justiça (com minúscula mesmo) de um país que condena o matador de aluguel e absolve por falta de provas o mandante do crime?

* Moro perto de um bar bem conhecido na cidade. Quando o meu time joga e eu não posso ir ao estádio, é só dormir de janela aberta que sei pelo menos o resultado do jogo. Ontem foi assim. Mas aconteceu uma coisa inusitada: só ouvi aplausos e como sei que a torcida do meu time não é disso, concluí que boa coisa não era. Batata! Perdeu de 1x0 pro Inter de Porto Alegre. Mas como a volta é aqui na Ilha do Retiro, sabe como é, né? Caiu na Ilha...

* Não gosto de acompanhar jogo pela televisão porque não é a mesma coisa. Se eu não puder ir ao estádio e tiver que optar, prefiro o rádio por se aproximar mais da emoção in loco.

* A primeira vez que entrei num estádio foi em 91, no velho e bom Maracanã, num clássico Fla-Flu. E penei porque ao vivo você tem que ficar de olho no lance. Se piscar, já foi. Mas depois que você pega o ritmo, não quer outra vida: assistir a uma partida do seu time do coração no seu reduto não tem preço!

* Eu poderia falar que não mereço patrulha dizendo o que eu devo ou não escrever, mas não vou fazer isso. Mesmo sendo metida a dura na queda, o que eu realmente não mereço é ter amigos que sabem que, no fundo, eu não passo de uma abestalhada e me protegem de mim mesma. Isso, sim, eu sei que não mereço, mas agradeço. De coração.

* E se contarem a vocês que eu chorei e funguei hoje na apresentação do Dia das Mães, na escola de Mariana, por favor, não acreditem. É intriga da oposição.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sai daí, menina!




Quem tem blog quer ser lido, não é mesmo? Lido e comentado, de preferência, porque não tem graça falar sozinho. Eu penso assim e não tem nada a ver com popularidade ou algo que o valha. Particularmente, gosto da troca de idéias, gosto do contraditório e de ouvir o que os outros têm a dizer, independentemente de concordarem comigo ou não.

E tenho observado algo interessante ultimamente. Quando escrevo textos sobre assuntos como amor, dor e rancor (só pra manter a rima pobre), os comentários e queixumes e ais pululam. Quando falo sobre questões sociais, entretenimento e afins, idem. Mas quando toco em assuntos como o debate da legalização da maconha, religião e seus opiáceos tentáculos dominicais e comportamentos sexuais tidos como de desvio, as bocas se calam, os dedos escondem-se nas mãos como gatos enrodilhados em dias de frio.

Seria isso medo de exposição? Receio de não parecer bacana, legal e descolado por discordar dos meus pontos de vista? Pois querem saber? Isso tudo é bobagem e não dá para levar muito a sério porque escrevo o que me vem à cabeça e ela nem sempre está funcionando bem. Mas aí pergunto pra quem acha que escrever num blog é um
exercício de representação: em que minha vida seria afetada caso algum leitor desse blog pensasse que, por eu ter falado sobre a Marcha da Maconha, por exemplo, eu seria usuária da Cannabis? Eu até poderia dizer que já fumei (mas não traguei, lógico!), mas querem saber? Há muito tempo estou cagando para o que pensam de mim. É um exercício penoso, sujeito a recaídas, porém sigo achando que é o melhor a ser feito.

Como reivindicar liberdade de expressão e respeito à diversidade se eu mesma não mostrar o que eu penso, sinto e espero sem meias palavras, rodeios e preocupação com a opinião alheia? E o fato de alguém discordar de mim não tem importância também. Não tenho (aquela velha) opinião formada sobre tudo, há muitas perguntas sem respostas, muitas coisas a saber, entender e ver. Desde que a discordância com relação às minhas posições e às dos demais comentaristas seja feita de maneira educada, estamos no lucro.

Por essa blogosfera afora, tenho visto alguns blogueiros, muitos deles renomados, gente inteligente, culta e capaz, tratando seus leitores com desdém e sarcasmo pelo simples fato de os estúpidos não concordarem com seus pontos de vista deveras embasados, inusitados e sapientíssimos. Para respaldar essa conduta, dizem que o
blogueiro tem todo o direito de fazê-lo porque o espaço é seu, que gente estúpida e medíocre tem mais é que se foder e coisa e tal. Mas no dia que só rola um comentário no blog da sumidade, vem piti de tudo quanto é lado: que o leitor só gosta de ler amenidades, que quando vem um texto teórico o povo some, que o nível dos leitores já foi melhor e tome carência afetiva...

Resumindo e encurtando a conversa, aqui desse mal vocês não morrem, amados leitores. Só não venham me xingar com palavras de baixo calão porque, como manda a má etiqueta, tem volta e o meu repertório é vasto. No mais, fiquem à vontade.


Fotografia: Flickr

terça-feira, 6 de maio de 2008

Mea-culpa

Era pra ser uma coisa legal. Era pra ser uma coisa bonita. Era pra ser como um cafuné na cabeça dos amigos e um convite aos que chegaram agora para que se sentissem à vontade.

Ainda não defini exatamente o formato da coisa, mas tenho umas idéias (aceito dicas também!). Uma delas seria criar um álbum no Flickr, por exemplo, e depois botar um link aqui, como já vi em outros blogs.
Outra idéia seria escolher um dia da semana e mostrar não só a foto, mas falar sobre a pessoa, o que ela representa pra mim, o que faz da vida, se tem página pessoal, enfim, alguma coisa mais intimista. A decisão ainda está em fase de elucubrações.

Mas aí eu me empolguei e escrevi que quem ficasse calado estaria dizendo SIM. Mea-culpa. De modo algum eu colocaria foto de quem não tivesse dito explicitamente SIM - logo eu que ando dando crédito até pra retrato de assombração, coisa que quase ninguém faz, diga-se de passagem -, mas como escrevi, o que vale é o preto no branco. De boas intenções (e sugestões) o inferno tá cheio, né vero?

Felizmente tenho assessores para assuntos de moda, etiqueta e catimbó que me alertaram a tempo sobre esse terrível crime contra a humanidade. De modo que fica assim:

Aqueles que quiserem ter suas faces reveladas no recinto que continuem a autorizar nos comentários ou via email. Quem não quiser, nem precisa dizer não. O silêncio é o suficiente para que esse meu coração pimpão, que pensa que *todo mundo tá feliz, todo mundo quer dançar, todo mundo pede bis quando pára de cantar, entenda o recado.

E obrigada aos meus 18! fofuchos e fofuchas que até agora disseram "SIM, meu bem"!

* Xuxa de fundo.

Ronaldo, hipocrisia, fotos e luta de classe

Eu sei que a tendência da humanidade é ficar careta à medida que vai envelhecendo. Normal. Nesses 41 anos de estrada já vi muita bizarrice e é justamente por causa disso que fico pasmada com o escarcéu que estão fazendo com Ronaldo por causa dos travestis.

As inúmeras piadas decorrentes do fato são a parte engraçada da história. Até o próprio Ronaldo diz que, depois que a poeira baixar, ainda vai rir de tudo isso. E vai mesmo. Com a grana que ele tem, até eu estaria rindo à toa...

Mas voltando ao furdunço. Sem entrar no mérito da questão da traição à noiva - é aquela historinha: a mulher sabe que o cara é mulherengo, mas mesmo assim acha que com ela vai ser diferente porque ela... It rings a bell... -, não entendo a razão de, num país que vive da apologia da bunda, que tem a maior Parada Gay do mundo, que elegeu presidente do operariado, entre outras, as pessoas ainda ficarem escandalizadas porque o rapaz foi terminar a noitada num motel com três travestis. Ô, que coisa! Putaria maior rola no Congresso e à luz do dia, minha gente.

Perdido o contrato publicitário com a TIM, periga perder também o vitalício com a Nike. Que perca porque existem cláusulas que permitem que os mesmos sejam rompidos quando a imagem da pessoa que os representa fica chamuscada, podendo causar prejuízos para a marca. É justo. E também é legítimo que Ronaldo perca contratos pela acusação de consumo de cocaína no tal motel, fato que um dos travestis alega e que está sendo investigado. Afinal, o uso de drogas e a prática de esportes são de uma compatibilidade semelhante à Mulher Melancia ter Nietzsche como autor de cabeceira.

Mas ser defenestrado porque transou com travestis é hipocrisia! E não me venham a TFP e demais paladinos da moral e dos bons costumes falar besteira porque, se procurarem direitinho, vai ter sempre um conhecido, amigo ou parente que dá suas escapadinhas por aí, por debaixo dos panos. Falso moralismo é uma merda mesmo!


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E continuem mandando fotos, autorizações, polpudos depósitos bancários e demais fofurices que eu já estou organizando meu banco de dados.


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Notícia boa: Segundo informações por mim apuradas, Francisco está apenas de férias. Não vai ser demitido. Mas como isso pode ser uma cortina de fumaça objetivando desviar nossa atenção, continuamos de olho. A luta continua, companheiros condôminos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Psiu!

Ei, você aí. Sim, você que freqüenta este blog, que tal revelar sua linda, charmosa e malemolente figura?

Eu gostaria de mostrar os queridos amigos e amigas que participam ativamente deste blog, o qual prima pela beleza, cultura e descontração, a começar pela criatura que nele escreve.

Apesar de a grande maioria dos leitores ser meus camaradas, gostaria de pedir aos que ainda não tive o prazer de conhecer que se apresentem e, sem querer ser folgada demais mas já sendo, que enviem uma foto para o meu email do Yahoo (é só ir aí do lado esquerdo da tela e clicar em Visualizar meu perfil completo, que vocês terão acesso ao email).

Aos que eu já conheço e sabem que eu tenho foto ou que posso roubar no Orkut (claro que com a devida autorização), favor comparecer à caixa de comentários e dizer que SIM, meu bem. Também se quiserem mandar outra foto em que julguem estar mais aprumados (questão de gosto, sabe como é que é...), fiquem à vontade.

Mas atenção: quem NÃO quiser ter a foto publicada, por favor, AVISE dirigindo-se também à caixa de comentários. O seu silêncio será um sinal de concordância. Afinal, trata-se de uma homenagem que visa à maior integração entre os membros (no bom sentido) deste seleto blog, de modo que todo material a mim enviado ou por mim surrupiado será usado apenas para sabermos com quem estamos conversando, trocando idéias e, eventualmente, quebrando o pau. De lambuja, quem tiver blog também poderá divulgar seu espaço sem passar por chato.

Aos que entram mudos e saem calados do recinto, uma ótima oportunidade para quebrar o gelo, vencer a timidez e soltar o verbo.

Obrigada.
A proprietária do estabelecimento.

Fiquei de cara!




O que mais me espantou foi a proibição da Marcha na maioria das capitais brasileiras. É de assombrar, independente do que se vai discutir em torno da legalização ou não da maconha, como a sociedade brasileira ainda vive sob o jugo da censura e como determinados setores dessa mesma sociedade têm poder de veto no que diz respeito à liberdade de expressão.


Fotografia: Flickr

domingo, 4 de maio de 2008

Recife será a única capital do país a sediar a Marcha da Maconha




Marcha da Maconha chega ao Recife em meio a polêmicas
Publicado em 03.05.2008, às 18h36

Do JC OnLine
Com informações de Cidades/JC
ATUALIZADA ÀS 20h30

Recife será a única capital brasileira a sediar a Marcha da Maconha neste domingo

A manifestação foi proibida nas demais nove capitais do País onde estavam previstas a sua realização. Curitiba, João Pessoa, Cuiabá, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo foram impedidas pela Justiça de realizar o evento. A marcha integra manifestações que fazem parte do movimento internacional pela legalização da maconha.

A concentração da marcha começa às 14h, na Rua do Apolo, Bairro do Recife, Centro, com performances artísticas e distribuição de material informativo. Os organizadores lembram que fumar maconha no evento ou levar a droga até o local é proibido, uma vez que tal conduta é considerada crime pela lei brasileira.

Quem prefere não se expor, mas quer participar da manifestação encontra no site oficial do evento (www.marchadamaconha.org) máscaras com rostos de personalidades que defendem publicamente a causa, como Fernando Gabeira, FHC e Luana Piovanni, entre outros. A marcha é promovida simultaneamente em mais de 220 cidades em todo o globo.

LIBERADO - Não houve tentativa, por meios judiciais, de impedir a realização do evento na capital pernambucana, apesar de algumas vozes contrárias. A justificativa da Justiça brasileira para a proibição da marcha é a possibilidade de o ato incitar o uso da droga. Os organizadores em Pernambuco frisam, no entanto, que o ato é uma maneira de criar um canal de discussão sobre a necessidade de mudança na legislação antidrogas e nas políticas públicas relacionadas.








Ilustrações: aqui e ali.


Em tempo: Passeata com máscara da Luana Piovanni? E eu aqui pensando que a única droga em questão era a maconha...

Vou apertar, mas não vou acender agora. Tá ligado, doido? Responde o doido: Sóóó.

É Recife na vanguarda e a massa na retaguarda!

Atenção:

Esse blog é contrário ao uso de drogas porque entendemos que elas fazem mal à saúde física e mental. Por isso, evitem: revista VEJA, pagode, axé, funk, sertanejo, Rede Globo e bolsas do tipo pochete.





Update: Porto Alegre, Florianópolis e Vitória também participarão da Marcha da Maconha.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Curtinhas

* Hoje bem cedo, encontrei a vizinha de baixo no elevador, uma senhora muito simpática e falante. Vinha da caminhada no calçadão. Conversa vai, conversa vem, ela me disse que tinha preguiça de malhar em academia e preferia caminhar. E que todo mundo tem que fazer atividade física porque onde tem osso, tem dor.
Entrei em casa com isso na cabeça. Fui direto no Google: um ser humano adulto tem 206 ossos... É dor demais prum esqueleto só.

* Do alto dos seus 4 anos e 5 meses, Mariana dá o seguinte chilique, depois que eu a repreendo por uma bobagem qualquer: Não quero mais os seus beijos! Essa daí tem veia poética...

* E não é que a síndica demitiu Francisco? Mas nós fizemos um abaixo-assinado para que o caso seja discutido em assembléia. Quem paga o salário dos funcionários não somos nós, condôminos? Aguardem o desenrolar do triste episódio.

* Feriado chocho esse. Acordei pensando que era segunda-feira, mas a boa notícia é que é sexta. Papai Noel existe!

* Estou doida pra ler a biografia de Tim Maia. Na Saraiva, o preço caiu de 49 pra 35, mas mesmo assim tô pirangando porque é o tipo do livro que eu não releio. Alguém quer me emprestar? Prometo que devolvo e cuido direitinho.

* Falando em devolver: Regina, esse fim de semana passo aí pra deixar o CD do Uptown Blues Band - pra quem não sabe, o filho dela é baixista do Uptown e do Cascabulho. Só tenho amigos chiques, viram?

* E falando em entregar: Flavita, o seu entulho está aqui em casa quarando à sua espera. Estou já jogando no lixo. Humpf!

* Tenho um amigo que está na Costa do Sauípe se amostrando bem muito. Já roguei tanta praga que ele deve estar com a terceira pele caindo.

* E hoje é o aniversário do meu amigo-ex-aluno Álvaro, que está com o bucho costurado devido a uma cirurgia no intestino, mas passa bem. E amanhã quem passa aí somos nós, viu, amore? Só não invente de mostrar os pontos porque minha pressão anda muito baixa...

* E como esse post de hoje está inteiramente direcionado aos amigos, deixo aqui meus pêsames para dois deles:

1. Os amigos do Parmeira que levaram uma lapada de 4x1 do meu Glorioso Sport Club do Recife, voltando para casa assim com o rabinho de mola entre as pernas. Valeu, porco!

2. Os amigos alvirrubros: ano que vem tem mais, fios.

* Como eu sei que o que não vai faltar é espírito de porco (desculpa de novo, Parmeira!) dizendo que eu não devolvo objetos alheios, já me adianto e conto:

No chá de bebê de Mariana (outubro de 2003), minha amiga Elzinha fez um escondidinho de charque daqueles que se comem rezando - depois eu pego a receita com ela e posto aqui, que já virou uma zona mesmo.
E a assadeira dela foi ficando aqui em casa. Nela foi assado o ganso de um Natal, o peru de outro, o chester de um réveillon. Foi emprestada à minha sogra e à minha comadre também. Mas eis que 5 anos depois, a assadeira volta para sua dona, que já nem lembrava de sua existência pelo fato de já dar a dita cuja por perdida.
Mas como sou pobre, porém asseada, mostro a verdade, sem montagens e photoshops:





Hoje em dia não saio de casa sem uma câmera digital...