sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sexta-feira 13






Hoje as bruxas estão soltas, cuidado!
Não estou me referindo àquelas crendices de evitar passar por baixo de escada, nem aos gatos pretos cruzando o caminho, coitadinhos, nem que se deva recorrer ao uso de amuletos e afins. Não dou bola para isso. Aproveito o gancho do dia para falar sobre as bruxas. Sim, aquelas que, num piscar de olhos, instalam-se nas nossas vidas e fazem o maior estrago - se deixarmos, claro.

Acreditem: são muitas. Mas calma porque existem as bruxinhas do bem. Vamos falar sobre as outras que é mais divertido.

Existem diversos tipos de bruxas que pousam suas vassouras no nosso pedaço nos mais diversos momentos.
Farei uma síntese e à medida que vocês forem lendo, poderão reconhecê-las em suas experiências atuais ou pregressas.
Aconselho, no entato, que ao fazerem a leitura, tenham um raminho de arruda perto do computador (superstições à parte, claro).
Sim, porque vocês devem ter em mente uma coisa: caso estejam vulneráveis e entrem na mesma sintonia dessas criaturas, os estragos podem ser grandes. Por isso, melhor prevenir...
Vamos lá, então:

Bruxa amiga de infância: é aquela que sempre te acompanhou, ela está presente nas suas mais remotas lembranças.
Porém, nem sempre essas evocações do passado são boas: brigas, discussões, puxadas de tapete, inveja, interesse no sexo oposto (desde que ele lhe interesse também, claro), elogios carregados de energia negativa e por aí vai.

Minha experiência: livre-se desse encosto o mais rápido possível! Você verá como a sua vida irá mudar. Pra melhor, claro.
Não tenha pena de jogar no lixo um traste que só te puxa para baixo apenas pelo fato de se tratar de uma amizade de longa data: coisa podre é assim mesmo, quanto mais tempo guardada, mais fede.

Bruxa boazinha: é aquela meiga, amiga, que te adora e te acha linda.
Só que na maioria das vezes dá conselho do tipo bola fora. E o pior: de propósito.
Esse tipo de bruxa costuma surgir na adolescência, quando ainda somos inseguras o bastante para acreditar que usar meia três-quartos, por exemplo, é a coisa mais linda do mundo.
Ela pode até surgir na fase adulta, porém somente terá sucesso nos seus intentos caso você seja uma criatura totalmente sem noção de estética ou proporção.

Minha experiência: use os mesmos métodos dela. De tanto tentar distorcer a imagem alheia, ela sequer tem tempo de se olhar no espelho e saber quem é. Deite e role que a vantagem é sua.

Bruxa que você não via há muito: é aquela que faz anos que você não vê e reencontra de repente, do nada.
Ela chega, toda alegre, e te diz bem assim: "Menina, você não mudou nada! Está ótima!"
Você, que não é boba nem nada, vê nela um misto de revolta e despeito. E a situação fica meio sem graça porque você não pode retribuir o elogio.
No entanto, capricha em algo neutro do tipo: "Menina, o mesmo riso de sempre!" - mais do que isso seria forçar a barra.
A outra meia hora seguinte do papo é o tempo que a criatura tem para lhe mostrar que é chique (apesar de tomar o cafezinho com o dedo mindinho em forma de gancho, achando isso o máximo do chiquê), rica e poderosa.

Resumindo e aconselhando: fuja, essa daí está tentando compensar o embarangamento, o péssimo casamento e a falta de perspectivas dizendo que é o que não é e, o pior, te botando mau olhado. Corra, Lola, corra!

Bruxa mais nova amiga de infância: é aquela que você conheceu ontem e já te considera a melhor amiga.
Pede dinheiro emprestado, coloca você nas maiores roubadas como ligar para casa do ex dela e dar em cima pra ver se ele cai. Inventa histórias enroladíssimas e te exaure com os detalhes para que você não a contradiga. Sim, porque você vai ter que mentir para ela. Na melhor das hipóteses, fornecer um álibi.

Minha experiência: afaste-se deste cálice porque o vinho pode virar vinagre rapidinho. E não há nos compêndios médicos nada que te tire da tormenta de encarar uma ressaca dessa substância.

Bruxa aproveitadora: como o próprio nome já diz, essa daí só aparece quando precisa de você! Quando está no nirvana, sua reles existência não lhe diz nada, se bobear, até seu nome ela esquece! Mas deixe-a ter algum problema cabeludo, do tipo que ela tem certeza que só você pode saber. Sim, porque ao contrário dela, você sabe guardar segredos e ser discreta. É batata! Ela corre pra você, chora, pede ajuda, diz que você a emociona.
Você, claro, ajuda a criatura e ainda guarda o podre bem guardadinho.
Ela sequer lhe agradece porque acha que é sua obrigação ajudá-la e dá o fora rapidinho como se nada tivesse acontecido.

Minha experiência: coloque os podres da criatura na praça, de preferência contrate um daqueles boys que transformam bicicletas em carro de som e jogue bosta na Geni mesmo! Com gosto de gás! Da próxima vez ela te erra!

Bruxa disfarçada em pele de cordeiro: ah, essa é terrível. Comove todos, uma coitada! A vida tem sido muito dura com ela, os relacionamentos a maltratam, e logo ela, que é uma pessoa tão boa, tão sensível, tão singular.
No entanto, não ouse contrariar este tipo de bruxa! Ela arruinará sua imagem, falará mal de você para os amigos em comum. Com a ajuda das bruxas assistentes, tramará contra você, mas tudo isso muito discretamente porque ela é uma criatura do Bem.

Meu conselho: chegue primeiro e faça sua parte. Olhe bem nos olhos da criatura e diga: sabe aquele pecado capital que você cometeu? Aquele que te fará arder no mármore do inferno? Pois bem, estou com uma vontade louca de musicá-lo, fazer um vídeo e colocar no YouTube.

Enfim, eu poderia passar horas aqui neste exercício teórico, mas creio que esta tipologia já é suficiente para que vocês possam identificar e tratar devidamente essas criaturas que, vez por outra, dão uns rasantes nas nossas vidas!

P.S. Eu acredito na amizade verdadeira entre mulheres, sem falsidade e puxadas de tapete. E é por ter amigas tão sensacionais que sei exatamente a diferença entre elas e as outras...


Fotografia: Flickr

7 comentários:

Beth/Lilás disse...

Nossa, menina!!!
Nessa sua lista, detectei pelo menos 2 - A bruxa boazinha e A Aproveitadora.
Essas chegaram perto de mim há tempos e eu estava despreparada, mas agora a coisa vai virar, pois da sua vassoura, farei uma arma letal contra elas. haha
Slap, slap nelas!

Hummmm, você hoje tá com a "língua de cobra" afiada, heim!

bjs cariocas

Anônimo disse...

minha ex-mulher quando chovia, guardava a vassoura e so'andava de rodo

Kenia Mello disse...

Lilás, creia, essa tipologia não é obra de ficção! Hehehe
Beijos!

José Luís, essa sua ex era uma cocadinha de sal, hein? :P

Anônimo disse...

Hahahahahahahaha. Ótimo! Perfeito! Só uma dúvida... Em qual categoria eu insiro aquela pessoazinha que conhecemos, hein? Tenho certeza que vc sabe de quem estou falando. Próxima de mim por arrêgo, mas nunca aceita por mim, se faz de santa o tempo todo, porém aprontou uma que ainda vai me pagar!
Isso não me exclui do time das bruxas, embora não use dessas artimanhas relatadas por vc.
Peraí... Liiiiiiiiiiiiiimpa, hehehehe
Beijos.

Anônimo disse...

Tá ótimo o post, Kenya. Eu sou alvo de um bocado de bruxa. Elas adoram infernizar minha vida...Algumas nao aparecem de verdade, só brincam com a minha vida. Já outras aparecem de verdade. Com corpinho humano mesmo. A última que me apareceu assim, deu pra ler meu blog.

Anônimo disse...

Já tive a grata satisfação de ler e comentar acerca desse texto lá no flog.
Muito bom!
E embora seja muito divertido, nele se encerra algo de muito denso no que se refere a relações humanas.
E brincando, brincando... vamos identificando os tipos de amiga, digo, bruxa, que aparecem na nossa vida.
bjossss
Rê.

Kenia Mello disse...

Sue, tem umas que precisam de uma categoria à parte mesmo. Hehehe
Falando em bruxas, nós temos que reativar o CPG.
Beijos.

Nora, por isso que não coloco a página aqui do blog no Orkut, por exemplo... Tem muito doente nesse world wide web.
Beijos.

Este texto é sempre atual, hein, Regina??
Beijos.