quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cena urbana



Em plena luz do dia, eu e Paul entramos numa rua pequena, estávamos no carro, vidros fechados, por via das dúvidas.
De repente, fomos parados por cinco homens vestindo calças e camisetas pretas, sem nenhum distintivo, que se apresentaram como policiais. Um deles tinha notas de dinheiro na mão, dobradas como fazem os cobradores de ônibus (ou pelo menos faziam). Ele, o das notas, olha para nós com um sorriso auto-explicativo...

Paul saiu do carro, tranqüilizou-me e foi para o outro lado da rua, conversando com um dos homens. Tive medo que ele esboçasse alguma reação, que se indignasse, protestasse ou algo que o valha. Nessas horas, o melhor argumento é não tê-los.

Fiquei perto do carro, na calçada oposta, quase dentro de uma garagem que servia de escritório para a turma do pedágio. Do outro lado da rua, Paul estava sem camisa, acho que sendo revistado. De repente, ouço vozes que se alteram dentro da garagem: um outro homem, também sem camisa, parece ter dito ou feito algo que contrariou os policiais. Um tiro é disparado por um dos de preto. Eu me jogo no chão e perco Paul de vista.

Esse foi o meu sonho da madrugada de hoje. Do jeito que as coisas vão, em breve deixará de ser.

12 comentários:

KS Nei disse...

Saravá, acontece não!!

Giovanni Gouveia disse...

"Eparrei, sarava, Bagalo treis veiz..."

Mas, Mme. Ke poderia interpretar o sonho, ou, assim como na norma etiquetaria da psicologia, a análise envolvendo ligações afetivas não surte efeito? ;)

ywfsab

Kenia Mello disse...

Nei, a coisa aqui tá vestida de preto mesmo, fio. Dos pés à cabeça. Vai vendo...

Gio, acho que o sonho foi uma projeção do mundo real, a chapa tá quente e a tendência é piorar mesmo. Preciso parar de ler jornal.

Anônimo disse...

ainda bem q não passou de um sonho,pesadelo no caso!Cheguei a pensar q vcs tinham passado por algum problema.rsrsrs
Mas infelizmente essa é a realidade do nosso país e sua polícia corrupta e corruptora,qq hora dessas,se as coisas não mudarem,vai ser isso q vai estar acontecendo:policia e bandidos disputando territórios em bebefício póprio...

Bjos e []s

Ivette Góis

Beth/Lilás disse...

Caramba! Quando comecei a ler pensei que era uma cena real e ao finalzinho, já atônita, você me diz que foi um sonho!!!!!!
Pior é que as coisas estão assim mesmo. Acontecem tão repentinamente e sem você perceber já está dentro de algum problema.
Que vocês sejam muito abençoados sempre.

Mas, dá uma olhadinha no meu post de ontem e você vai ver que cenas reais, menos drásticas como a sua, mas stressante também acontecem por aqui.
beijos cariocas

Blog de Jackson Junior disse...

Não, mulé! Nem pensar nessas coisas... Vote!
Espero que isso nuca aconteça, fia!

Anônimo disse...

porra! que susto

Renata Komuro disse...

pois é, eu também como todos os seus amigos blogueiros, fui logo correndo rrsss, e o duro que não é que a tal da violência da ibope?

Anônimo disse...

Isso é pesadelo, flor... sonho é outra coisa!

Kenia Mello disse...

"Foi um sonho medonho desses que às vezes a gente sonha/E baba na fronha e se urina toda e quer sufocar..." ;)

Giovanni Gouveia disse...

Ainda bem que o trecho escolhido não foi:

"...Tu que foi tão valente, chorou pra gente, pediu piedade, olha que maldade, me deu vontade de gargalhar..."

rviwrpyh

Kenia Mello disse...

Esse trecho aí quem canta é o Coringa. :P