segunda-feira, 21 de julho de 2008

Parto normal ou parto cesareano?



Não é nenhuma novidade que no Brasil os partos cesáreos são numerosos e, na maioria das vezes, desnecessários.
Eu conheci uma criatura que preferiu programar o nascimento do filho porque não queria que ele corresse o risco de nascer sob um determinado signo zodiacal... Sem comentários, hein? Também existe o fator comodidade que faz com que muitos obstetras convençam a futura mãe de que a cesárea é melhor - assim eles não precisam ficar ao lado da paciente por horas a fio no trabalho de parto porque, afinal, time is money e, nesse intervalo, ele poderia fazer mais uns três partos.

Não estou aqui defendendo o parto normal nem o cesáreo. Quando estava grávida, eu quis que minha filha viesse ao mundo de maneira natural (com analgesia, for Christ sake!), mas não deu. Apesar de ter engravidado aos 36 anos, tive uma gravidez calma e saudável, malhei até o oitavo mês - inclusive fazendo exercícios abdominais específicos para fortalecer a área para a hora do parto -, mas não deu, paciência. Eu não tive dilatação alguma, já estava com 40 semanas, o bebê encaixado e pronto para vir ao mundo. Questionei a minha obstetra e ela disse que sim, que poderíamos esperar. Mas também mencionou que minha filha poderia entrar em sofrimento. Ponto para a cesareana. Não cogitei mais nada, tomei a decisão e pronto.

No dia 9 deste mês, nasceu nossa sobrinha Alice, na Holanda. Nasceu com 4 quilos e 700 gramas, uma menininha fofa com cara de bebê de dois meses. E de parto normal. M-E-D-O! Mesmo para uma mulher grande (que não é o caso da minha cunhada, que creio não ter nem 1,55), um bebê de quase 5 quilos é muita coisa. A despeito de todo
sofrimento, meu cunhado questionando sobre a possibilidade de uma intervenção cirúrgica, os médicos (precisou de mais de um!) disseram que iam esperar mais. Enfim, nasceu Alice, de parto normal. Está fazendo fisioterapia porque ficou com um bracinho machucado no trabalho de parto - não consegue dobrar o cotovelo -, e os fisioterapeutas ainda vão ver como isso vai ficar. Até bem pouco tempo, a mãe estava de cama, ainda se recuperando. Faz doze dias que Alice nasceu.

Aí eu pergunto: isso é um parto normal? Claro que qualquer um pode dizer que antigamente as crianças nasciam assim, eram muitas numa mesma família e tudo bem. Não é bem assim. O índice de mortalidade materno-infantil era alto, as conseqüências para as mães muitas vezes eram definitivas - que tal ter incontinência urinária forever? Se a medicina evoluiu para tudo, por que a persistência em situações que não trarão benefícios para ninguém? Porque para quem defende o parto normal a ferro e a fogo deveria também ser natural continuar utilizando a sangria como processo de cura. E com sanguessugas, de preferência.

Toda mulher tem medo das dores do parto, mas isto não é impedimento para o parto vaginal. O medo, qualquer que seja ele, pode ser trabalhado. Existem exercícios físicos, técnicas de relaxamento, enfim, muitas maneiras de suavizar um parto normal, dentre elas, claro, a utilização da anestesia. Mas e se, com isso tudo, a mulher não quiser parir assim? Da feita que ela tem o poder de decisão sobre o próprio corpo, por que a discriminação, a cara torcida, o espanto quando ela opta pela cesareana?

Do mesmo modo, se a mulher quer ter um filho por vias normais, que tenha. As vantagens são inúmeras: o leite desce mais depressa, a recuperação física da mãe é bem mais acelerada, tem o empoderamento etc. etc. E sobre a dor? Todas elas dizem que foi tremenda, mas que se esqueceram. A natureza tem seus mecanismos que facilitam a reprodução da espécie e é sábia.

O que não acho nada legal são os xiitas defensores do parto normal a qualquer custo, que te olham como uma mãe menor porque você não sentiu as dores do parto. E que muitas vezes conseguem incutir nessa mãe o sentimento de culpa por não ter conseguido - mal sabem eles que parir não é nada perto do que vem pela frente... Tudo é uma questão de equilíbrio e isso é o que falta a essas pessoas.
Afinal, desde quando sentir dor é coisa boa, meu povo? Isso tem cara de castigo: desfrutou do sexo, aquela coisa suja - e nas palavras da finada Dercy Gonçalves, com cheiro de água sanitária -, agora que sofra com a dor do parto, a conseqüência. Eu, hein, berimbau.

28 comentários:

Coronel Yanossauro disse...

Conseguistes mudar minha opinião com a descrição do nascimento de tua sobrinha...
Vou pensar BEM mais sobre o assunto daqui pra diante...
ixqqi

Kenia Mello disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kenia Mello disse...

Yano, eu não tive nenhuma intenção de mudar a opinião de ninguém apregoando que o parto normal é sempre ruim. O que aconteceu com a minha cunhada e sobrinha é um caso, existem outros que são maravilhosos e gratificantes. Como também existem cesareanas que são uma bomba, um risco e também outras que são igualmente maravilhosas.

O meu objetivo ao escrever este texto foi de falar de extremos, de opiniões fechadas que muitas vezes podem trazer conseqüências não muito boas. E de radicalismo também.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Estou surpreso! Sempre soube q fazia mto bem pro bebê e para mãe o parto normal, mas se tanto faz como tanto fez...Sua cunhada é uma...,sei lá, acho q santa é pouco! Com 1,55m parir uma criança de quase 5Kgs? Essa sim pode dizer q a pior dor é a do parto...Mas aki pra nós, a cada dia q passa tenho mais convicção: "precisa ser muito macho pra ser uma fêmi, vi..."

Sweet! disse...

É, acho q como tudo na vida há q se ver as razões q levam a pessoa a decidir-se a fazer algo de determinada maneira. No caso da sua sobrinha, q coisa, né?Realmente parece q algo não saiu muito bem na avaliação dos médicos.

Eu tive parto normal e não aconteceu do médico informar q poderia haver sofrimento para o bebê - com certeza nesta hipótese eu optaria pela cesárea. A história de esquecer a dor é pura verdade - a gente esquece mesmo. A questão da incontinência pela minha experiência acho q é coisa superada pela medicina. Pelo menos foi assim comigo. A recuperação é excelente - Clara nasceu as 18h, as 20h eu levantei sozinha, tomei banho, estava ótima.

O que realmente assusta é ver a qtde de partos normais em contraponto às cesáreas. Vou te dizer: mínima. Pqe eu, particularmente, do meu ciclo de amizades, em minha faixa etária - digamos, entre 30 e 45 - não conheço ninguém, ninguém q tenha tido parto normal como eu. Sério. Acho q, de um universo de 30, 40 mulheres com quem já conversei sobre isso, não conheço ninguém, desta geração, q tenha parido de parto normal. Na verdade o sentimento muitas e muitas vezes é tb de "peixe fora d´água mesmo". As pessoas olham prá ti como se fosse um animal de outro gênero. Eu hein, mesmo.

E, de minha experiência, o q observo é q a decisão da forma do parto muitas e muitas vezes reflete a segurança do médico. Por que? Porque nenhuma mãe sã escuta um médico dizer "seu filho está enlaçado", "seu filho tá sofrendo" e diz: espere, Doutor. Concorda? Eu acho, sinceramente, é q muitas vezes é muito cômodo para o médico, inseguro, apostar suas fichas numa intervenção. Eu confiava muito em meu obstetra. Qdo ele disse "pode esperar", eu esperei. E fiz bem. Mas eu jamais teria esperado se ele tivesse outro tipo de atitude.

Anônimo disse...

Bom pessoas,
Meus partos foram normais mas se em algum momento o médico dissesse que o bebê correriaa risco iria optar pela cesareana lógico! Mas tive boa dilatação, não tive nenhuma dor desconhecida do primeiro filho (= as pestes da minhas cólicas menstruais) e da minha filha eu estava preocupada demais para sentir dor pois tinha tido rubéola grávida mas o parto foi normalíssimo, normal até demais pois nem deu tempo de aplicar a anestesia, foi em 10 min e sem nenhum problema. Detalhe: os dois estavam laçados e foram crianças médias (ele 3.850 49 cm e ela 3.250 48cm).

Acho esses radicalismo o fim, se escolhe o melhor para mainha e filhinho e pronto. Se for normal ou for pra faca o que importa é não ter traumas.

Naná
Beijooo

Anônimo disse...

como medico e pai de 4 filhos
nao tenho nada contra a cazarea
muito pelo contrario
acho tambem esse parto da sua sobrinha um absurdo
de muito risco
e desnecesario

Aline Tavares disse...

O problema, Kenia, é que a cesárea oferece mais riscos para mãe e bebê, como, por exemplo, maior chance de hemorragias e infecções (mãe) e de problemas respiratórios (bebê).
A questão é avaliar os riscos de cada caso e, custo x benefício (para mãe e bebê, não para o médico!), escolher a via de parto mais adequada.
O problema real, atualmente, no Brasil, é encontrar um médico que tope assistir um parto normal. Partejar não é pra qualquer um. É preciso experiência, paciência e sensibilidade. A maior parte dos médicos agenda cesárea ainda com 6 meses de gestação. Não espera nem a mulher entrar em trabalho de parto! Quem garante que essa criança tá pronta pra nascer? Mesmo em indicações absolutas de cesárea (placenta prévia ou bebê transverso) o indicado é esperar entrar em trabalho de parto.
80% das gestantes iniciam a gravidez desejando um parto normal. 90% acaba em cesárea na rede privada. Eu acho que a mulher tem todo direito de optar se quer passar por uma cirurgia ou não. E acho que é obrigação do médico dizer-lhe, claramente, quais os riscos de sua escolha, seja ela qual for.
Há uma romantização muito grande da cesárea como se ela fosse mais uma opção para uma gestante saudável, quando ela deveria ser uma indicada em casos problemáticos reais. Isso implica em um médico não arranjar desculpas para a realização de uma cesárea desnecessárea super cômoda e lucrativa. E por desculpas entenda-se: circular de cordão (laçado), bebê passando da hora (uma gestação normal vai de 38 a 42 semanas), bacia estreita (não tem como prever isso sem esperar o TP começar), etc.
E quanto à incontinência urinária, já diz a minha GO, o primeiro fator de risco é nascer mulher, o segundo é ficar grávida. A via de parto não tem nada a ver com isso. Além do mais, existem exercícios para isso, bem simples de fazer.
Ufa! Enfim, eu, depois de muito estudar, acredito que o parto normal é o melhor para mãe e bebê se tudo está bem. Monitorou o bebê, coração batendo direitinho, bebê mexendo, nenhum sinal de problema, por que não esperá-lo nascer?
Mas essa é minha opinião e eu defendo o direito da mulher de decidir sobre o seu corpo. E isso inclui ser respeitada na sua escolha por um parto normal, e não ser empurrada para uma cesárea denecessárea como vê-se constantemente acontecendo por aí.

Anônimo disse...

Eu tive meus três filhos via parto vaginal.A recuperação foi mais rápida,mas sofri demais nos dois primeiros partos.
Não acho q parto normal seja uma coisa normal,e acho q a romantização está aí.Não é pq sempre foi q sempre será.Tanta coisa tida como natural e certa hj não passa de misticismo...
Risco de hemorragia parto normal tb tem,eu quase q me fui dessa pra melhor e ninguém precisa contar como é não...
Mas tb acho q cada experiência é única,cada um tem q ver o q é melhor e mais seguro para si.
Agora dizer q parto normal é aquela maravilha...rsrsrs
Não vejo nada de normal em uma mulher sofrer por dias,às vezes horas para dar a luz.Me desculpem quem pensa o contrário,mas eu pari 3 sem anestesia e sei do q estou falando.
Hj aconselho minhas noras a terem cesariana mesmo,desde q esperem a bolsa estourar.


Bjos e []s

Ivette Góis

Giovanni Gouveia disse...

Dois fatos que eu conheço bem de perto:
Uma prima minha, por conta do doutorado do marido, estava em Paris para parir, com alguns minutos de dor pediu para fazer uma cesárea, e a resposta dos médicos foi: "Madame, você não está no Brasil, cesareana é um recurso, não uma opção..."

Na gestação de Danton, passamos todo o tempo em grupo de discussão, lendo tudo sobre gravidez e parto, esperávamos tê-lo em casa, Parto Natural, como alguns(as) amig@s noss@s tinham tido, Cris sempre foi a mais animada, já que quem teve pancreatite (considerada uma das maiorres dores conhecidas pela medicina), um parto não seria uma experiência tão dolorosa. Mas, com 13 horas de bolsa estourada, e dilatação absolutamente ZERO, tivemos que "optar" por uma cesareana.
Tudo bem até sairmos da sala de cirurgia. Uma reação desgraçada da anestesia, deixou Cris, por 4 dias seguidos, com uma dor de cabeça insuportável, que não cessava nem com a medicação dada. Amamentação e ocitocina, que é o hormônio que "produz" as contrações, caminham junto, a cada sugada que Danton dava Cris subia aos céus (a tão temida dor do parto existia, o abdomen se contaía, mas agora rasgado e costurado)... Cris mal conseguia caminhar, por causa dos pontos, segurar o filho no colo era tarefa simplesmente impossível, a recuperação foi assim, a passo de tartaruga, por uns vinte ou trinta dias... Daí que dizer que cesareana não tem dor pra mim é uma das maiores mentiras já inventadas pela humanidade...

Não me considero xiita(não nesse caso), mas concordo com a posição dos médicos europeus, cesareana é um dos maiores avanços da medicina obstétrica, mas é o último recurso, e a posição da medicina brasileira, via de regra, é tratar gravidez e parto como patologia, e não como fisiologia.


odvqsw

Kenia Mello disse...

Ah, Gio, a recuperação da minha cesareana também não foi bolinho, não. No meu caso, o que pegou foi um inchaço tremendo nos pés, parecia que eu tinha elefantíase, tive um cortezinho num dos dedos e sequer senti. Mas dez dias depois, estava bem.

Sobre as dores que Cris teve ao amamentar, não eram dor do parto que deveriam ter acontecido, não. Também senti as benditas, sempre ao amamentar, mas segundo entendi, elas têm a ver com o útero voltando ao lugar à medida que a milher amamenta, algo hormonal, os médicos de plantão, se possível, dêem uma esclarecida nesse ponto. ;)

Giovanni Gouveia disse...

Ke, a Ocitocina "tem a função de promover as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ocitocina

fbxfsk

Kenia Mello disse...

Sim, é verdade. Mas a mulher que teve parto vaginal também sente essas dores ao amamentar? Ou só a mulher que teve o útero rasgado e costurado?

Giovanni Gouveia disse...

Até onde eu sei, a ocitocina produz contração (tanto que na sua forma sintética é utilizada para induzir o parto), mas estando rasgada e costurada essas contrações viram um inferno...

Outra coisa que é preciso tratar sobre partos é a utilização da "cesareana vaginal".

Quando estávamos "grávidos" fomos ao interior de São Paulo visitar os pais de Cris, e a mãe de Cris achava que "a medicina do nordeste é atrasada, por isso vocês não consegue ver o sexo do bebê", e pagou uma ultra no obstetra dela, ( o animal que disse que Danton era Beatrice, mas isso é outra história), e eu falei do caso da minha prima em Paris e ele foi taxativo: "Ela deve ter sofrido muito, por que lá os médicos não fazem Nem episiotomia...
OU seja, a imensa maioria dos médicos, quando não cortam por cima cortam por baixo, sem nem ligar se há indicação ou contra indicação.

aohnsu

Cris Mirna disse...

Kenia, Estou contigo! Parto normal tem de ser sinônimo de NATURAL e não esses absurdos que temos vistos, colocando em risco a vida do bebê e da mãe. Eu tambem queria um parto normal para o meu 1o filho, mas não deu, bolsa estourada, mas nada de dilatação. Mesmo depois da induçao, senti a contraçao de verdade, mas nada de dilatação. Resultado: faca!!! Agora estou esperando Bruninha (já com 27 semanas). Vou fazer o mesmo! Vou aguardar as 40 semanas e ver o que acontece. Sei dos benefícios do parto normal e acho que seria maravilhosos, mas não quero ser XIITA quanto a esse ponto. Se der, beleza! Se não der, vamos pra faca de novo! O mais importante é que o bebê não sofra e nem a mãe também, a ponto de passar 10 dias de cama se recuperando, um verdadeiro absurdo! Gostei do tema proposto e acho que um outro interessante seria sobre amamentação. Beijos.

Kenia Mello disse...

Mirna, seja bem-vinda e parabéns pela Bruna, vocês três devem estar radiantes, hein?

Com certeza o tema da amamentação vai ser discutido, especialmente porque a Semana da Amamentação será no próximo mês. ;)
Beijos.

Anônimo disse...

Oi Kenia,

Realmente sei muito bem sobre as indignações e dúvidas que ficamos entre parto normal e cesárea. Enquanto aqui no Brasil a cesárea é feita na maioria dos casos, lá na Europa ( em especial na Finlândia, onde tive um filho a 3 anos),o negócio muda eles realmente esperam até o último minuto par pensar em fazer uma ceśarea. Minha gravidez correu sem nenhum problema, e duas semanas antes do tempo previsto minha bolsa estourou e lá fui eu para o hospital pensando que logo, logo meu filho chegaria, hi engano meu, foram 22 horas de trabalho de parto entre milhares e doloridas contrações, enjôos , náuseas e muita paciência. Eu não tinha dilatação, o bebê e eu monitorados 22 hrs, por enfermeiras e médicos ( batimentos cardíacos, pressão e tudo mais), então não tinha motivo segundo eles para entrar numa cesárea se na verdade estava tudo bem conosco, lógico tirando minhas dores.
Entre as vantagens do parto normal ou natural,posso dizer sobre a recuperação mais rápida da mulher, que já se levanta na hora ou no dia seguinte. Já na cesária, a recuperação pode levar de uma semana a um mês. "Para o bebê, a cesária aumenta o risco de doenças respiratórias, como bronquite e asma.Na verdade ocorreu tudo bem, sempre defendi o parto normal porém há casos e casos , cada mulher reage de diferente maneira, e cada parto é um parto não é porque na primeira gravidez o parto normal deu certo que na segunda vai dar. O Brasil precisa mudar a idéia de parto cesárea se bem que os médicos não estão aí para eles é lógico que a cesárea dá mais dinheiro e é isso que eles se preocupam.
No parto normal, a amamentação começa mais rápido e em maior quantidade, e há menor risco de complicações para a mulher com anestésicos. A cesária deveria ser feita apenas em casos de risco.
Todas essas defesas em prol do parto normal tenho muitas dúvidas pois no meu caso:
* amamentação começa mais rápido: bem comigo isto deu certo duas hrs depois estava amamentando.
* a recuperação da mãe é mais rápido,: dois meses para me recuperar. Bem comigo isto não aconteceu já que na hora foi difícil para Lucas sair , usaram nele um aparelho para puxá-lo ( o que não causou nenhum problema, graças a Deus), e quando puxaram ele o rasgo foi grande que aí tive que ir para a sala de parto para costurar pois estava perdendo muito sangue, aí recebi anestesia geral e tudo mais depois de 2 hrs de cirurgia voltei para o quarto para ver meu filho.Depois de uma semana estava em casa mas tive infecção e aí tive que tirar os pontos sem anestesia e da-lhe mais dor e assim fui indo fazendo os exercícios necessários e me arrastando pela casa quando depois de 2 meses consegui sair de casa para oprimeiro passeio com meu filho. Realmente, antes, sempre defendi o parto normal ,mas realmente como disse cada caso é um caso, e para o próximo não sei se vou ter coragem para parto normal, pois só me vem á cabeça as dores e os dois meses que tive para me recuperar , não foi nada fácil.

Glicéria.owamyqz

Kenia Mello disse...

Glice, bem-vinda e obrigada pela sua contribuição, que achei de suma importância para exemplificar que o meio-termo deve existir e que nem sempre o que se preconiza como benefícios para os casos A e B é o que acontece na realidade.
Você pariu fora do Brasil, num país onde a qualidade de vida o coloca entre os primeiros do mundo, fez parto normal e, no entanto, as coisas não foram assim tão descomplicadas.

Continuo achando que o caminho do bom senso é o melhor.

Beth/Lilás disse...

Nossa, fiquei impressionada com o relato da Gliceria e a estória de sua cunhada na Holanda.
Imagina só sentir dores, ter um filho e ainda por cima de parto normal lá na Finlândia, país tão longe.
Também tive dificuldades para ter meu filho, pois não marquei cesárea nenhuma e fui pensando em tê-lo de parto natural, mas passado uma noite inteira e lá pela tarde é que, vendo que não tinha mais dilatação (8 cms), perguntou-me a médica se eu concordava com a cesareana, aí eu capitulei e fiz a cirurgia. Graças a Deus, correu tudo bem e recuperei-me rapidinho.
Mas não concordo com este exagero de casareanas em série que se faz no Brasil. Principalmente aquelas marcadas com antecedência e sem necessidade.
abraço carioca

Anônimo disse...

na verdade uma das grandes causas da dor pos parto se deve a alteracao de pressao que acontece com a abertura do abdomem
alem da reacomodacao uterina
e o proprio corte em varios planos da cirurgia
o edema nas pernas e' estase venosa
que e' bem comum tambem

Anônimo disse...

Eu de novo,
Pois é... li tudo e o bom senso é sempre o melhor caminho. Se tiver tudo tranquilo vamos tentar parto normal mas se começar sofrimentos desnecessários... FACA! Ninguém vai ser mais ou menos mãe por optar por sofrer como uma condenada ou ir pra faca.

Nos partos normais acho que o medo é um fator sério, quando senti minha primeira contração estava em casa e pensei que fosse uma dor de barriga mas como eu já tinha ido ao médico e já estava com 2cm de dilatação achei melhor ligar pra ele e ele mandou eu ir pro hospital, quando os intervalos das dores ficaram mais próximos uma figura chegou pra mim e disse "você não viu nada" aí eu me apavorei e criei uma expectativa de dor muito maior. E na verdade minha dor de contração não aumentava a intensidade o que aumentava era a quantidade de contrações. No segundo filho, macaco véio num mete a mão em cumbuca, não avisei a ninguém que estava indo pra maternidade, já estava tensa demais por causa da rubéola na gravidez e não queria urubulinos por perto hehehehe - Bom, com Marcelo entre o primeiro exame de toque e descobrir que estava c 2cm até ele nascer foram 20h mas o período crítico foram as últimas 2h e Dani foi um caso a parte pois passei uma semana com 5cm de dilatação e nenhuma contração, indo pro médico dia sim dia não no dia dela nascer que eu senti contrações totalmente diferentes das de Marcelo, a barriga só ficava dura como uma bola de basquete mas sem nenhuma dor já cheguei no hospital com 9cm de dilatação e ... num deu nem tempo de Iremar vê-la nascer, enquanto ele me internava ela nasceu quase que na porta da sala de parto.

Quanto as dores ao amamentar eu senti também as cólicas mas em uma intensidade bem menor e só nos dois primeiros dias.
Quanto a minha recuperação, assim que levantei cerca de 2h depois nem parecia que tinha tido filho.

Anônimo disse...

No Brasil, para uma mulher conseguir fazer um parto normal ela tem que ter muita força de vontade, conhecimento do processo fisiológico envolvido e um grupo (parteira, obstetra, doula, família etc) que dê suporte a sua escolha. Acho que a falta de um desses itens vai levar a mulher a uma cesareana (principalmente se estiver na rede privada).

Então, o que vejo nos defensores do parto natural humanizado no Brasil é sim um radicalismo. Mas não como algo ruim, mas sim um suporte para ser capaz de se contrapor à corrente generalizada e conseguir forças de remar contra a maré.

André Costa
(que anda estudando sobre partos ultimamente)

Giovanni Gouveia disse...

"Então, o que vejo nos defensores do parto natural humanizado no Brasil é sim um radicalismo. Mas não como algo ruim, mas sim um suporte para ser capaz de se contrapor à corrente generalizada e conseguir forças de remar contra a maré."

Radical = Normal, não é, caro professor? ;)

hmzjj

Anônimo disse...

Perfeitamente amigo Gio. Você bem sabe que um parto normal no Brasil é RADICAL!

André Costa

Anônimo disse...

Bem, eu como mãe, também tenho de opinar sobre este assunto que tanto me interessa.

Eu tive a minha filhota de cesariana ( em Portugal é assim que se diz:)) num hospital publico, por acaso o maior do País e o mais completo, segundo dizem. Eu morria de medo de ter parto normal... Não sei, tinha medo das dores...Então por opção e por decisao médica, fomos para o bloco. Epidural, e assisti a tudo... E nunca mais me esquecerei do cheiro... A música que estava a ouvir. Era uma rádio conhecidissima em Portugal e uma música fantastica dos Keane.Não sei, nunca mais irei esquecer o cheiro da filhota quando saiu e chorou...
Não acho nada normal as mulheres sofrerem até á ultima para terem os seus filhos. Dar á luz é uma dávida que so nós temos (mulheres) e deve ser relembrado como um momento feliz e não traumatizante e doloroso. É evidente que depois tudo se esquece, mas ás pessoas (poucas) que falei sobre o meu parto e experiencia, falava sempre com um sorriso, porque naquele hospital, a equipa médica foi MARAVILHOSA.
Não sei se irei ter mais algum filho, mas a ter se tivesse opção, nao hesitaria em "pedir" cesariana. Apesar, de com essa maravilhosa invenção chamada epidural, o parto normal não ser doloroso.
Só mais uma coisa, quer aqui, França, Holanda, e Europa em geral, a cesariana é sempre e apenas um recurso. Nos hospitais publicos. Nos privados, a historia é diferente mas nao posso opinar acerca disso.
F.

Giovanni Gouveia disse...

"Perfeitamente amigo Gio. Você bem sabe que um parto normal no Brasil é RADICAL!"

Eu tava falando de Geometria analítica... :p

vftvii

Coronel Yanossauro disse...

Madama,
Minha opinião era fechada e, alicerçada nas dezenas de partos que auxiliei (ok, de vacas, mas ainda assim partos difíceis), radicalmente, 100% contra a cesareana. Só via as vantagens do parto normal. Depois de teu texto que, reconheço, não teve a intenção de convencer ninguem a nada, eu vi o outro lado da força, aliás, do parto normal.
frjxslte