domingo, 21 de junho de 2009

Seu que era meu



Seus livros de capa dura, seu licor de jenipapo, suas abotoaduras, seu cão perdigueiro, seus óculos, sua poltrona, seus cigarros, sua letra desenhada, seu relógio de bolso, suas revistas Pasquim, seus discos de Cartola, seus ternos brancos e suas calças de risca de giz, seu chapéu panamá... sua voz já quase esquecida, suas mãos trêmulas, seu abraço, seus porres e seus pequenos desatinos... sua espingarda de caça, sua coleção de moedas, a sua menina dos olhos: eu, que esquecida do tempo, continuo lá, parada, na porta da casa, à sua espera.

7 comentários:

KS Nei disse...

Caracoles.

Eu sempre quis usar um panamá. Mas depois que assisti O Amante com aquele terno branco, deixa quieto.

Besos!

josue mendonca disse...

''sua voz já quase esquecida''

isso dói.

Loreta disse...

eu senti, tudo.

Loreta disse...

Loreta? Que Loreta, porra?
Ah! estou usando a área de trabalho de outra pessoa!

Beijos
PAola

Kenia Mello disse...

Hehehe

Cecitha Rodrigues disse...

nossa!!!

Anônimo disse...

"a sua menina dos olhos: eu, que esquecida do tempo, continuo lá, parada, na porta da casa, à sua espera."

no meio de tantos objetos, a menina dos olhos e da voz já quase esquecida.Tão lindo...

Bjos e []s

Ivette Góis