sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cazuza, te trago mil rosas roubadas...







Se estivesse vivo, Cazuza completaria hoje 50 anos. O tempo não pára, Caju.

>> Ideologia, eu quero uma pra viver *

Em 79
"Olhar o mundo/ Com a coragem do cego/ Ler da tua boca as palavras/ Com a atenção do surdo/ Falar com os olhos e as mãos/ Como fazem os mudos."

Em 84
"Antes de nascer, já era Cazuza. Minha mãe tinha vergonha de me chamar, tão pequeno, de Agenor. Na escola, nunca respondia à chamada. Não sabia que meu nome era Agenor."

Em 85
"Não me considero um cantor. Levo legal meu lero, sou afinado, mas não passo de um letrista que canta, que gosta do palco. No palco, me sinto o cara mais gostoso do mundo. Fora dele, fico meio indeciso, perdido."

Em 86
"Os marginais estão mais perto de Deus. Toda ovelha desgarrada ama mais, odeia mais, sente tudo mais intensamente, embora eu mesmo não me sinta assim (...)."

Em 87
"De cara, fiquei meio constrangido por dividir o prêmio da Associação Brasileira dos Produtores de Discos, de melhor letrista da MPB, com o Chico Buarque. Mas depois pensei melhor e achei que não devia menosprezar assim o meu próprio trabalho."

Em 88
"Estou querendo me livrar do personagem Cazuza. Não quero mais falar, em minhas músicas, de sexo e drogas. Não quero mais segurar cartaz. Não quero nem que cachorro me siga na rua."

"De alguma forma me considero brega nas coisas que escrevo. Sou cafona e assumo. Gosto de palavras como ingratidão. Sou meio Augusto dos Anjos: 'escarra nessa boca que te beija'."

Em 89
"Meu amor agora está perigoso, mas não faz mal. Morro, mas morro amando."

"Meu pai nasceu pobre, trabalhou e foi subindo na vida até chegar a uma cobertura em Ipanema. Quando eu cheguei em casa e disse que ia morrer, ele me respondeu: 'vamos ficar juntos e vencer isso'."


* Fragmentos tirados da matéria O poeta exagerado do rock, de Tatiana Notaro, pro Caderno C do Jornal do Commercio.

2 comentários:

Anônimo disse...

É isso...
Como diz o título da matéria e ele próprio: deliciosa e perigosamente EXAGERADO.
Talvez o excesso o tenha arrancado de nós tão prematuramente pois como já dizia a velha bá "tudo demais é veneno".
Ele sorvia a vida dicunforça (como diz Jr)representando uma geração cujo sentido era ter orgarmos em todas as dimensões, o que tirou-lhe toda a energia. Literalmente.
Triste e sábio poeta tão amado por gente de todas as gerações e que sabia lá no recôndito da sua alma o quanto era amado por Deus, não obstante sua perplexidade!
Pobre menino rico tido como rebelde sem causa por alguns...
Eu o amava e chorei a sua partida.
Que Deus o tenha!
E parabéns pela bela homenagem!
Bj.
Rê.

Sweet! disse...

Vixe, eu adoro Cazuza. Bj.