quinta-feira, 19 de junho de 2008
Brincadeira republicana e racista
Button vendido numa convenção do Partido Republicano, no Texas.
O vendedor, que foi proibido de aparecer nas próximas convenções e teve a venda do seu produto proibida, alegou que tudo não passava de brincadeira. De péssimo gosto, diga-se de passagem.
Infelizmente, a fonte é um jornal holandês. Quem quiser tentar, veja aqui.
Update: Alex fez um comentário sobre o que pode ser considerado brincadeira ou não, e isto realça a questão do politicamente correto que vem transformando a linguagem num verdadeiro campo minado:
Ah discordo da tua observação! Antigamente muito se podia brincar com a raça e com o sexo que toda a gente se ria, Hoje, ser humorista é difícil. O que quer que ele diga, tem que ter muito cuidado, porque logo, logo, pode ser condenado em tribunal por racismo, xenofobia, etc, e ainda ter que pedir milhões de desculpas até ao fim dos seus dias.
Hoje em dia não podemos chamar "preto" a ninguém, porque somos racistas, mas quando eles nos chamam "brancos" é natural e não há qualquer tipo de racismo.
Acho isso um preciosismo. As pessoas têm o direito de brincar, contanto que não passe de brincadeira. Essa de apelidar a ideia do button de racismo não faz sentido, sobretudo porque a Secretária de Estado para a diplomacia do Republicano George W. Bush é a "negra" Condoleezza Rice. Fala-se, inclusivamente, que o Vice-Presidente de John McCain terá descendência latino-hindú.
Por tudo isto, acho que este é mais um dos casos em que as coisas tomam uma dimensão maior do que aquela que realmente têm. Não vejo racismo. Vejo uma brincadeira e vejo política. Da mesma maneira que vejo os cartoons dos apoiantes de Obama contra John McCain.
Alex, também acho que a turma do politicamente correto exagera e não é pouco. Uma vez, num blog da vida, a discussão era se a palavra neguinho, usada assim, por exemplo: Neguinho não quer saber se você fez ou não tal coisa, traria uma carga racista. Eu costumo usar o termo em situações nas quais o neguinho em questão, substituindo a palavra fulano, nem sempre está em contexto desfavorável ou negativo, como o escritor do blog pretendia fundamentar e provar. Aí, fazer o quê? Ao invés de usar a palavra neguinho, de sacanagem, passo a dizer: O afro-descendentezinho e coisa e tal? É um exemplo da brochada lingüística e do radicalismo que essa turma quer impor.
No caso do button, acho que a coisa não é por aí. O vendedor alegou que era brincadeira, o que mais ele poderia dizer? Se bem que nem entre seus pares republicanos, brancos e texanos (atente para este contexto que ele diz muito!), a piada foi considerada engraçada pelo simples fato de só ter vendido 4 unidades, sendo duas destinadas à imprensa.
Também entendo que as piadas muitas vezes carregam em si mensagens preconceituosas, explícitas ou não, e quase sempre as ironias e depreciações estão direcionadas às minorias: mulheres, negros, homossexuais, judeus etc., cada época, lugar e situação(política) determinando o alvo da vez. A incorreção faz parte da natureza da piada, o que eu posso fazer é gostar ou não. Ouvir e rir ou reclamar e sair fora.
Mas comprar a piada, neste caso, o button, e pregar na minha blusa, mochila ou onde me der na telha já são outros quinhentos, não?
Sem contar que ter um negro na presidência dos EUA deve estar fazendo muito eleitor branco, conservador e hillbilly tremer nas bases...
Update 2: De Rocher Chadel via email:
Claro que é racismo. O sujeito ser proibido de aparecer nas próximas convenções é pouco. Merecia ser punido exemplarmente. E se fosse a Hillary a escolhida, ele diria o que? Chamar a Casa Branca de cozinha?
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35 comentários:
Ah discordo da tua observação! Antigamente muito se podia brincar com a raça e com o sexo que toda a gente se ria, Hoje, ser humorista é difícil. O que quer que ele diga, tem que ter muito cuidado, porque logo, logo, pode ser condenado em tribunal por racismo, xenofobia, etc, e ainda ter que pedir milhões de desculpas até ao fim dos seus dias.
Hoje em dia não podemos chamar "preto" a ninguém, porque somos racistas, mas quando eles nos chamam "brancos" é natural e não há qualquer tipo de racismo.
Acho isso um preciosismo. As pessoas têm o direito de brincar, contanto que não passe de brincadeira. Essa de apelidar a ideia do button de racismo não faz sentido, sobretudo porque a Secretária de Estado para a diplomacia do Republicano George W. Bush é a "negra" Condoleezza Rice. Fala-se, inclusivamente, que o Vice-Presidente de John McCain terá descendência latino-hindú.
Por tudo isto, acho que este é mais um dos casos em que as coisas tomam uma dimensão maior do que aquela que realmente têm. Não vejo racismo. Vejo uma brincadeira e vejo política. Da mesma maneira que vejo os cartoons dos apoiantes de Obama contra John McCain.
Corrigenda:
*onde se lê "terá descendência latino-hindú", leia-se "será descendente de latino-hindú".
Respondendo-te:
de facto, e voltando à mesma questão:
- se nos chamam "branquelos" é normal. Mas chamá-los "neguinhos" pode ser racista. Se eu sou branco, então aquele que é mais escuro que eu só pode ser preto! Para eles serem "negros" ou "afro-xpto", então eu serei caucasiano! Disto ninguém se lembra.
Concluindo, acho que a campanha de John McCain teve que repudiar a venda do tal button, já por causa dos tais personagens que falaste e que levam tudo à letra, ofendem-se, etc. Na política isso pode significar perda de eleitorado, sobretudo agora que Barack Obama anda a ser levado às costas pela comunicação social. Qualquer passo em falso poderá ditar um KO imediato para os Republicanos. Mas vendo bem a questão, confesso que até achei graça ao button, sobretudo porque não deixa de ser cómico ter um "preto" na White House, isto levando as cores à letra e não as competências das pessoas.
Cuidado com os Hill-Billies não...
Em resposta ao Roger:
- e se for o John McCain? Vão chamar a Casa Branca de Pentágono e centro de operações militares?
Qual é o mal? Todos têm qualquer característica à qual podemos fazer apontamentos!
Eu concordo com o Alex. Essa onda de politicamente correto tá virando religião. Qué que tem ? Qual é o problema de pintar a casa branca de preto ? Alguma coisa contra o pretinho básico ? Isso sim é preconceito contra o preconceito.
Preconceito é uma via de mão dupla. Há quem tem o preconceito contra o diferente e há quem ache que tudo que de ruim que lhe sucede é fruto do preconceito dos outros contra si. É a paranóia do preconceito ou a auto-vitimização do preconceito. Isso acontece com negros, com nordestinos, brasileiros em Portugal e até portugueses na Espanha.
A linha que divide o combate ao preconceito e o estímulo por exemplo reverso e muito tênue. Quem perde são os humanos que aos poucos tem cada vez menos chances de dar uma boa risada, o melhor remédio.
Da mesma forma, valeria a piada se o(a) candidato(a) fosse gay e a sugestão fosse a substituição da Casa Branca pela Gaiola das Loucas, por exemplo? Vocês venderiam/usariam um button desses? Por favor, senhores...
Subscrevo, por inteiro, o João Eurico.
Abraço
eu acho que é racista, sim. o tom também define o conteúdo. eu canso de chamar todo mundo de nêgo, nêga, seja de que cor for, aí o tom se sobressai, e dá pra sacar que é só um modo de falar. mas com uma coisa eu concordo, do que disse o dj: não me parece muito normal branco ser branco, e não caucasiano, enquanto é preciso chamar negro de afro-whatever. acho que, muitas vezes, o excesso de preocupação quase vira mais preconceito que o próprio preconceito.
Mas reafirmo: o button é racista, sim. A Casa é Branca, cacilda. Que tem a ver quem mora dentro? Ninguém ficou achando que todos os presidentes argentinos eram gays só porque viviam na Casa Rosada. A vitória de Obama será muito interessante para ver preconceitos velados virem à tona...
Sim ! Um candidato gay será a próxima grande jogada das minorias. Mas a coisa vai pegar mesmo quando um candidato bissexual tiver chances de ganhar. Aí eu quero ver porque essa é a orientação sexual que mais preconceito sofre. Sofre preconceito inclusive dos gays.
dj e joão eurico (é o joão eurico que eu conheço?), não vamos extrapolar! Sem dúvida essa onda do "politamente correto" ultrapassou os limites do bom senso. Há muita coisa que beira o ridículo, só por receio de ofender algumas minorias. Concordo com praticamente tudo o que foi dito, mas no caso específico do button tem preconceito sim. Além do que brincadeira tem que ter graça, e essa não tem absolutamente nenhuma. Mas os EUA são um país preconceituoso, principalmente os adeptos do GOP. Acho muito bom um negro (ou mesmo uma mulher, se Hillary tivesse vencido as primárias) conseguir se eleger, mesmo porque esses dois estão muito mais bem preparados par a pegar uma presidência em tempos de crise do que o McCain.
É por essas e por outras que em Portugal existem quotas para as mulheres: obrigatoriamente os partidos políticos devem incluir 1/3 de mulheres nas listas para qualquer eleição em que concorram. Sou favorável à igualdade de oportunidades para homens e mulheres, mas essa obrigação que a "Lei da paridade" impõe é absurda, sobretudo porque nos obriga a incluir mulheres em partidos onde possivelmente elas nem sequer tenham competências, mas só por serem mulheres têm que ser candidatas.
Aí, concordo novamente com o João Eurico: qualquer dia vamos ter a obrigatoriedade de incluir gays e negros nas listas políticas, não pela competência que tenham, mas apenas porque o são. Escrevam isto! Não acredito nessa história de mulher vs homem. Acredito em competência política. Ponto!
Brincar com raça ou defeito físico já deu piada. Depois virou ISMO, as coisas ISMO são de doer. Racismo, sexismo, eteceterismo. Depois vem a FOBIA. Homofobia, pretofobia, negãofobia, crioulofobia, globelezafobia. Eufobia. Tufobia. Nósfobia.
Nessa maçaroca ideologica sem tampa, alça e fundo, junta-se o tempero inodoro e sensaborão escroto do politicamente correto. A coisa é simples. Concorda? Use o button. Não concorda? Não use.
Monthy Python ia ser difícl hoje em dia.
Piada de preto é boa. De japa também. De viado, mais ainda. De argentino então! E fanho? E loura? e portuga?
Neguinho quer ser presidente. Yeah, bro.
A questão não é ser A, B ou C uma jogada das minorias. No que diz respeito à política, muito mais que raça, gênero ou opção sexual, o que deveria ser examinado é a capacidade de governar de maneira competente e, dentro do possível e da realidade, com o mínimo de rabo preso possível.
Quando alguém canta a pedra priorizando o racial, como no caso do button, mesmo a título de troça, está demostrando preconceito, sim, porque está atuando, mesmo que na superfície do discurso, com o intuito de desacreditar uma possível competência. Esse desmerecimento é atenuado e mesmo relativizado porque sempre há a desculpa do ter sido de brincadeira, era "apenas" uma piada. Mas o discurso que subjaz é um só: Get out of here, big black mother fucker. Ui. :)
é muito fácil dizer que não é racismo quando se faz parte da minoria privilegiada branca,é muito fácil dizer q piada com gay é engraçada qdo se é hétero,é muito fácil falar em igualdade de gênero qdo sabe-se q ela não siginifca de fato igualdade de oportunidades.
Alguém já se perguntou como é ser personagem da piada da vez?
Bjos e []s
Ivette Góis
Ivette,
se te passasse pela cabeça a quantidade de piadas de "portuga", branquelo, etc que eu oiço de cada vez que vou ao Brasil... Ui! A esta hora acho que já tinha feito uma viagem com uma G3 só para cilindrar "todos-aqueles-que-oprimiram-a-nação-lusitana-e-ariana"! NUKE THEM ALL! lololol
Podem contar piada de português, branco e hetero que eu levo na boa! Peace! :)
Ei Kenia, essas letrinhas estão virando uma bíblia.
É só um detalhe...
Nei, não entendi a metáfora.
A fonte está pequena ou você acha que o post merece dar cria? :)
Hum, Kenia, vc instigou a galera e todo mundo que aqui postou tem um pouco de razão, principalmente esta frase que João Eurico disse: "preconceito contra o preconceito". Porque, na verdade, tudo que se falar ou pensar, gerará Pré-conceito.
Esse negócio é tão complicado e às vezes pega a gente de surpresa,como certa vez aconteceu comigo no Orkut, deixando lá um comentário sobre um determinado assunto, polêmico até, onde usei a palavra "nortear" e uma pessoa lá disse que eu era preconceituosa porque tal palavra lembrava norte e ao usar esta palavra estava desmerecendo o povo nordestino.
Veja só a ignorância e como muitos podem se achar ofendidos com apenas uma palavrinha.
Claro que fiquei furiosa, porque longe de mim usar algo para atingir um povo ou uma raça, mas veja como isso pode causar dores de cabeça.
A mesma coisa se usar a palavra "proliferar" (que vem de prole) para dizer como estão crescendo em número os habitantes de localidades pobres - tem sempre um que associa a idéia a ratos ou insetos e aí cai de pau, achando que a pessoa está usando um termo preconceituoso.
Então, acho, sinceramente, que tem-se que ter um cuidado enorme hoje em dia para que não causemos "constrangimentos" a outrem.
Ah, Lilás, também não se pode usar os verbos "denegrir" nem "judiar", sabe? Ai, ai, isso cansa, viu? :(
As piadas reforçam preconceitos. É fato. Se Obama é ou não competente, passa batido. E ainda não vi piadas com o candidato republicano porque é idoso, provavelmente seria considerado de péssimo gosto também.
As letrinhas do VERIFICAÇÂO DE PALAVRAS, esse troço aqui embaixo que a gente reescreve pra poder postar.
Antes era um palavra esdrúxula. Agora é uma grande palavra esdrúxula.
Logo seremos engolidos.
Olha, caí no fafgjmsz, se errar, desisto.
Besos
Ola Kenya,
Obrigada por me alerar sobre o uso descontextualizado de meu texto em outro blog.
Ja deixei meu comentario por la, mas acho que nem vale a pena levar essa discussao adiante. Pois certamente essa pessoa nao teve a capacidade de entender a entrelinha das coisas e preferiu me rotular como misogena e mocinha da classe media (santa ignorancia). OK. Temos que entender a dificuldade das pessoas em sair do superficial e contextualizar as coisas mais complexas. O texto que ele usa como modelo para iniciar a discussao dele foi exatamente o mesmo que usei para iniciar a minha lembra ? Eu mesmo critiquei esse texto no momento que achei adequado. Eu mesmo discordo dele... o que acontece eh que esse rapaz nao leu os outros posts para contextualizar a coisa. Entao... espero que ele consiga os mesmos frutos que nos conseguimos com nossa linda campanha pela causa feminina ! Que deu um trabalhao danado mas valeu super a penas !
Mas enfim, obrigada pelo alerta e pelo carinho e respeito.
beijos
Lys
Kenya, seu post está muito bom e os comentários demonstram isso. Concordo com vc. A brincadeira racista pra mim ñ tem graça. Mas cresci dentro de uma família que fazia piada de si mesma, entao ñ creio que seja uma pessoa sem humor. Tenho preconceitos, como todos. Alguns me surpreendem, e tento lutar contra eles. Mas nao suporto quando se tenta manipular a "inteligência" alheia usando a desculpa de " era só uma brincadeira" quando na verdade a intençao subjacente era humilhar uma pessoa... e ainda sair "por cima" de gracioso.
Saquei, Nei, um saco sem sentido. ;)
Beijo.
Mani, não acho que Obama é a reencarnação de Dom Sebastião como estão lá pensando, não. E acho até interessante vê-los passando pelo processo messiânico que passamos (mais uma vez!) há bem pouco tempo. Mas isso é outro papo. De qualquer jeito, a piada impossibilita ir adiante de qualquer forma: seja recaindo o debate sobre o preconceito em si ou tergiversando pelo que pode ser ou não engraçado.
Lys, independente do tema e sua importância, o que questionei e me incomodou foi a falta de ética, a necessidade de embasar argumentos de qualquer forma, sem levar em conta absolutamente nada além da própria necessidade de auto-afirmação.
Mas no fim, o sujeito e o entorno nem valem a pena mesmo...
Beijo.
Nora, você nem imagina a raiva que eu tenho desses artifícios e de quem os usa...
Beijo.
Kenia, também nao acho que Obama possa ser a panacéia dos EUA...Dei essa impressão? Pois não acho que ele seja tudo de bom que apregoam, mas também duvido daquelas frases que o demonizam. E duvido dessas posições mais messiânicas, em que se aposta numa única pessoa como resposta a tudo. Até confesso que estava torcendo pela Hillary(sim, sei que ela não é santa também..)...Porém, concordo mais ainda com a Nora, afinal o cara ainda por cima quis esconder sua intenção sob o manto da alegativa de "era só uma piada". beijos...boa viagem!
Oi, Mani.
Você não deu essa impressão de jeito nenhum, eu que aproveitei o gancho do seu comentário.
Aliás, lembra que falamos (e concordamos) sobre isso no seu blog? Salvo engano, o seu post mostrava uma entrevista com um estudioso americano, que justamente tentava dismistificar essa onda messiânica em torno de Obama.
Beijos e até a volta.
Bah! Que nojo.
"então eu serei caucasiano!"
Meio difícil chamar um Português de caucasiano, conhecendo a cultura missigenista dos lusitanos como nós brasileiros conhecemos, e sabendo da dominação centenária moura/bérbere sobre terras ibéricas...
Voltando ao foco da discussão, o "botão" em questão, é muito menos uma inocente piada, e muito mais uma tentativa de desqualificar alguém por sua etnia, que poderia ser de género, opção sexual, cultura, etapa do ciclo menstrual (né não, Kenia? :p)... e não um debate, como desejável (embora devesse ser imperativo) numa Democracia, de idéias e projetos.
P.S. a palavrinha foi "yobthol", depois virou mhymhegk sugiro um rol dessas palavrinhas de verificação
Rapaz, se é racista ou não, não me importo. Achei engraçado, até por que impõe outras brincadeiras: E se fosse Hillary Pinton, chamaríamos a Casa Branca de Cabaré Branco? John McCain transformaria o Oval Room em Oval Bowl?
Homi, acho isso mais é falta do que fazer da imprensa...
Nêgo (afro-descendente? Afro-Brasileiro? Afro-americano? Afro-negão) procurando o que falar pra não ter que baixar a lenha na política externa absurda dos candidatos estadunidenses...
E vou é voltar pro trabalho que é melhor!
O bom mesmo seria saber como se sente alguém que é alvo constante de piadas: um negro, um homossexual, por exemplo.
Será que eles levam assim tão na boa? Porque é muito fácil tirar uma gozação de letra quando se faz parte de uma minoria privilegiada...
Ah! E ia me esquecendo:
Eu, como gordo que sou, sei o que é ser alvo de piadinhas. Passei a infância e adolescência sendo alvo de leseiras como "bola", "gordo", "gordinho", "rolha de poço", "willy" e seu irmão idiótico "free willy" e o pior de todos pra mim: "forte".
Hoje em dia, depois que aprendi que quem me chama assim é tanto por falta do que dizer quanto por burrice mesmo, nem ligo mais, e até acho graça quando alguem me chama de algo mais elaborado, como "orca", ou mesmo o tal do "willy", ou o meu favorito: "Ferrari". Aprendi a ver a brincadeira atrás do preconceito, ao invés do contrário.
E notei que há mais a se fazer nesta vida do que ficar atrás do "politicamente correto", e caçar bruxas por qualquer coisa. Que tals conversar sobre as delícias da culinária alagoana?
Ah! mowhg
Estou de dieta. :P
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