terça-feira, 9 de setembro de 2008
Minúsculos Assassinatos...
Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.
(Graciliano Ramos, em entrevista concedida em 1948)
E ela diz, bem aqui:
Já tem na Cultura aqui de Recife e o de cima é meu e ninguém tasca.
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6 comentários:
Ihh, eu vi este livro num blog noutro dia e fiquei até curiosa para saber mais sobre ele.
Quem é ela, a escritora?
Bem, deve ser muito boa, pois vindo de vc este elogio, só pode ser!
abraço carioca
Gostava de o conseguir aqui. Não sei se chega a Portugal. Vou procurar!
Beijos
poxa, adorei a sugestão.
acho que ele tem razão, às vezes sinto a necessidade de mergulhar um texto inteiro meu numa bacia de água sanitária pra ver se fica mais limpinho...
abração,
saudades de PE!!!
eu quero!
Não aguentei esperar chegar, aí pedi o meu pelos correios, mas tá demorando q só, viu? Ô, q inveja de vc já estar com o seu pertinho. rsrsrsrsrs... Xêro!
A Fal é uma abusada né? Arrasou...
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