quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

I'm a Barbie girl in a Barbie world...



E não é que a Barbie está fazendo 50 anos, gente? Tirando as pernas finíssimas, que dificilmente equilibrariam um tronco real e os peitos desproporcionais, que mais serviriam para vergar de vez a coluna, até que a bichinha está bem conservada, hein?

Brincadeiras à parte, não sei se vocês lembram que no vídeo Criança, a alma do negócio, um dos comentaristas fala sobre as bonecas do tipo Barbie e alerta para uma inversão de imagens: antes, as meninas brincavam com bonecas e exerciam a maternagem (Rubrica: psicanálise. Técnica empregada na psicoterapia, esp. das psicoses, que busca estabelecer entre terapeuta e paciente, no simbólico e no real, uma relação semelhante à que existiria entre uma "mãe boa" e seu filho; fonte Houaiss). Com as bonecas acima citadas, esse processo não mais acontece porque ele é substituído pela projeção: a menina brinca com a Barbie não como sua mãe, mas, sim, como uma representação do que ela quer ser.

Além da imposição do padrão estético caucasiano e da magreza como ideal de beleza, existe um choque do real com o imaginário que é devastador: uma menina de quatro anos, por exemplo, construir uma auto-imagem baseada nessa distorção. E por mais que se diga que não, as coisas estão aí para serem vistas mesmo e que cabe aos pais educar e blablablá, o negócio todo parece bem alinhavado e coerente, dentro de uma coerência que visa só a atender um lado, o que vende: a menina de quatro anos se vê como uma Barbie, portanto, vai precisar da maquiagem da Barbie, da sandália de salto da Barbie, do celular da Barbie e de quantos mais produtos forem lançados em nome da boneca. Amém.

Ah, sim, e antes que venham me dizer que tem Barbie negra, morena, asiática e marciana e que assim todas as etnias estão valorizadas e a criança pode ser identificar e não se sentir marginalizada, eu digo que isso não é favor e fruto da consciência e da globalização e que we are the world, we are the children etc. São fatias de mercado a mais para consumir e com a ilusão adicional de que estão sendo valorizadas.

Na minha infância, a boneca da vez era a Susi. E eu tive não só a Susi, como o Beto, a Susi ciclista e mais as roupas de ambos, que eram compradas na antiga e extinta Viana Leal, no centro do Recife. Até bem pouco tempo, quando a minha avó era viva, revi esses bonecos e uma coisa me impressionou: comparada com a Barbie e até mesmo com o modelo atual da Susi, a antiga boneca era muito mais carnuda, tinha um corpo normal, de uma mulher magra, mas não anoréxica.

Aí eu pergunto: a questão é só os pais colocarem limites e educarem suas crianças? Acredito que isso seja a base e o dever de casa de quem se propõe a botar filho no mundo. Mas será que o bombardeamento de mensagens que levam a esse tipo de consumo inconseqüente pode deitar e rolar em nome da liberdade de expressão? Sim, porque liberdade de expressão virou o passe da hora para justificar toda e qualquer coisa.

Não quero mudar o mundo, não quero brigar com as minhas amigas publicitárias, não quero dizer que a culpa de toda e qualquer sacanagem do mundo é da TV e da publicidade. Apenas entendo que senso crítico e ética são pontos que devem nortear nossa vida pessoal e profissional. Não é porque está na TV e a campanha foi feita pelo papa da publicidade internacional ou tupiniquim que eu devo achar que é lindo e maravilhoso. Existe uma mensagem que subjaz a esse texto e ela, no fundo, se resume a compre! A peça pode ser linda, bem-feita, sutil etc., mas ela não pode me cegar a ponto de putz!, eu preciso disso porque senão a minha vida acaba agora,
embora a idéia seja essa mesmo: tira a tua bunda do sofá e vai comprar!

Da mesma forma e para não dizerem que tirei a semana para espinafrar a publicidade, também não é porque eu tenho um livro nas mãos e saiba que o(a) autor(a) suou para publicá-lo e tem seu nome na listinha dos mais lidos da Veja, que a obra é boa.

Simplesmente não consigo engolir as coisas só porque elas parecem ser boas, porque o filho da minha amiga tem, porque apareceu na novela das oito, porque isso aparentemente vai elevar a minha auto-estima. É essa a diferença e é essa a mensagem que a publicidade tenta nos meter goela abaixo: que você será único e exclusivo e que o mundo te tratará melhor, Fernandinho.

Não, o mundo não te tratará melhor e você será mais um que usará a mesma roupa, o mesmo tênis, o mesmo cabelo, o mesmo perfume. Você, na sua ilusão de exclusividade, virou uma criatura pasteurizada e lugar-comum, é só olhar ao redor que dá para perceber. No máximo, você vai ser bem tratado e aceito na tribo que não vive sem as roupas X, os sapatos Y e o perfume Z. Seu micro-mundinho que lhe dá segurança e a sensação de conforto. Seja diferente sendo igual, assim você não terá problemas. Zona de conforto total flex.

No entanto, não estou pregando uma vida de zero consumo, morar no mato, sem luz, telefone, TV, internet e demais bens de consumo, antes que me façam essa proposta irrecusável... O que eu gostaria de pontuar é que não existe almoço de graça e que comprar ou não, consumir ou não, deveria ser um direito exercido mediante uma necessidade real e não imposta de maneira muitas vezes desonesta. A sensação é aquela: ah, hoje estou deprimida, vou no shopping gastar e logo, logo passa. Não passa. O buraco volta porque não era a bolsa, o batom ou o CD que você queria de verdade... E é com essa sensação de desconhecimento, de alheiamento de si que a engrenagem se move. Porque pensar é artigo cada vez mais de luxo e, obviamente, pouco estimulado. Melhor ter. A eterna guerra da essência contra a aparência. Idiotices que existem pra quê, mesmo? Ah, apenas para você ser o do contra, o radical, o porra-loca, o alternativo. Melhor mesmo é c-o-m-p-r-a-r e ser feliz como as famílias de comercial de margarina.

Claro que as fábricas precisam produzir e se produzem, precisam vender. Aí entra a publicidade, com suas lindas e elaboradas campanhas. Beleza. Só não queiram me dizer que é coisa fácil resistir e não comprar, mesmo sem ter condições. Na íntegra do vídeo, são entrevistadas uma mãe e uma filha. A menina é aquela que na versão curta diz que não sabe por que quer se maquiar, que ainda não descobriu a razão disso, lembram? Pois bem, o vídeo maior mostra a entrevistadora se despedindo das duas em frente um a casebre sem acabamento, com os tijolos à mostra, provavelmente de dois cômodos, num terreno baldio, onde as duas moram. Isso é bacana? Eu não acho. Mas isso vai da consciência de cada um, claro.

E, sim, minha filha tem bonecas Barbie, que, infelizmente, é um dos presentes mais recebidos nos seus aniversários e eu, como não sou uma ogra, não devolvo ou jogo na cara de quem deu. Mas sabem o que me dá prazer e a me faz constatar que estou no caminho certo? É ela ganhar, brincar umas horinhas e depois deixar pra lá porque prefere andar de bicicleta, patinete, ir às aulas de natação ou brincar com os animais quando vai à fazenda da avó. Ah, ela também não resiste a bons livros infantis, os quais já lê desde o ano passado, aos quatro anos de idade.

13 comentários:

Anônimo disse...

clap,clap,clap!

Eu não acrescentaria nem tiraria nem uma vírgula.

Com todo o meu respeito e admiração,assino embaixo!

Bjos e []s

Ivette Góis

Anônimo disse...

Como costumo falar: você disse tudo... e mais alguma coisa!
Com muita propriedade!
Não consegui "abrir" o segundo video, mas no final do primeiro me chamou à atenção a resposta da última mãe entrevistada: é uma COVARDIA essa coisa de propaganda direcionada à criança.
Imagino o publicitário, todo orgulhoso, responsável por aquela sandália de plataforma:
"Eu contribui para que essa criança deixasse de correr".
E o publicitário responsável pelo batom que vc cita aqui no texto:
"Ora, a criança pode até não saber o porquê do uso mas... e daí?!
Ele sabendo já tá de bom tamanho pois essa é a idéia!"
Enfim... não importa se faz mal ao aparelho digestivo (batom chocolate) ou ao sistema neurológico (batom batom), mas compre batom, compre batom, compre abatom!
Caramba!
O que me acalma e me deixa menos pessimista é saber que ainda existem pais e mães que não entram nessa neurose do "é proibido pensar", ainda que recebam rótulo de porra louca, entre outros.
Taí...
Não curto rótulo, mas recebo com alegria esses que fogem desses transes coletivos, histéricos, alienados.
Parabéns e obrigada por nos alertar acerca das sutilezas e ciladas do dia-a-dia.
E que a Barbie um dia cresça:P
bj
R.

Anônimo disse...

Falou e disse, cada dia te admiro mais!

Beth/Lilás disse...

Parabéns pela consciência e o carinho que está criando e direcionando sua filhota!
A propaganda atualmente é prá isso, fazer a cabeça dos não pensantes, mas esquecem que ainda existem pessoas como nós, alertas!
beijão carioca

Eugênia Bittencourt Morais disse...

Clap, clap, clap pra você Kenia: pelo texto super bem redigido, claro e acima de tudo real!
Estou batendo palmas junto com o anônimo e concordo quando ele diz que,
você, sem dúvida alguma sabe dizer tudo e com muita propriedade.
Kenia querida...Acabei de ver o vídeo, e li os comentários[sem deixar de ler um sequer!] que estão escritos no post anterior. Com ambos me espantei...
M e n i n a! Pura loucura, viu?
A galera endoida quando quer defender seus "princípios".Ri com as pérolas e fiquei bege[como costuma dizer uma amiga minha,rs] com tanta discussão sem sentido. Sem falar, é claro, na hipocrisia que rolou...
Final de tudo: A propaganda que é considerada como a alma do negócio, só consegue mesmo ser isso: a alma do negócio, e os publicitários só pensam mesmo “naquilo”: em faturar. E nessa sede de faturar, não estão nem aí para o que é positivo, o que é salutar ou o que prejudica.
A propaganda direcionada para os adultos, até que vá lá...Mas, quando se trata de crianças, a coisa muda. É uma lástima o que fazem com as pobres das criancinhas do nosso século.E eu dou graças a Deus por meus filhos já terem crescido[e escapado] e especialmente por minha filha ter desistido do curso de Publicidade [largou a facul no segundo ano] porque eu já me preocupava com o futuro profissional dela. Sábiamente, ela desistiu porque percebeu que não ia, por exemplo, trabalhar em cima de uma propaganda ou criar alguma em que fosse vender um produto com o qual ela não gostaria que sua filha, uma sobrinha ou uma criança que amasse, usasse. E o pior, sabendo que era o mal... Como todos nós sabemos, o publicitário faz de tudo para induzir, para vender, para entrar na alma do cliente e conseguir convencê-lo de que determinado produto é tudo de bom. E aí ele faz misériasssssss!!rsrsrs Tudo para tornar o produto ÚNICO, ESPECIAL e necessário. E aí, fica difícil o “compra quem quer”.Infelizmente, a maioria do povo é “Maria vai com as outras” e a criança então...

Eugênia Bittencourt Morais disse...

E que luta fica restando para as pobres da mães,para conseguir tirar da cabecinha delas que “aquilo” não presta. Sem falar que a maioria das mães não querem ter esse trabalho[sentar pra conversar e explicar].
Oxalá que pelo menos metade das mães fossem como VC, KENIA!!Já pensou se cada uma se preocupasse em escrever um blog e mostrar de forma salutar, inteligente e direta os prós e os contras das propagandas direcionadas às crianças?
Quem for mãe DE VERDADE, TER CONSCIÊNCIA e ler isso aqui, independente da profissão, tem mais é que agradecer a você pelos conselhos super úteis e se ESPELHAR no seu exemplo que sem dúvida alguma, é irrepreensível.
Ah se todas as mães fossem como você! Que bom seria viver! Com certeza teríamos crianças mais sadias, mais crianças e naturalmente...crianças!
Maricotinha é uma felizarda de ter uma mamãe como você.
PARABÉNS para ela pela sorte e parabéns para você pela inteligência e acima de tudo disposição de estar aqui escrevendo para que te leiam , RACIOCINEM e parem um pouco para pensar que VOCÊ ESTÁ MAIS DO QUE CERTA!
Quem for dotado de pelo menos um pouco de inteligência, nem discutirá.Te dará razão.
E quer saber, Kenia? Se eu fosse poderosa e pudesse criar uma lei, acabaria com a PUBLICIDADE! Sério!! Pelo menos, a publicidade direcionada à criança. É vergonhosa e revoltante.Ô coisinha mais nojenta viu? Me perdoem aqueles que vivem disso! Mas, depois de ver o vídeo, foi só o que consegui dizer!
Esse vídeo me fez mal.Me embrulhou o estômago.

E , sem discussão, mesmo porque acho isso perda de tempo, acho que você está certa.
Você escreve irretocavelmente bem e quem te criticar tem que escrever pelo menos igual à você para me convencer do contrário.
Sinto não conhecê-la pessoalmente, mas pelo que já li de tudo que você já publicou por aqui na internet, me sinto perto de você, não só pela identificação do que você escreve, mas pela intensidade de tudo que escreve.
Impossível uma pessoa sensível não te dar razão e concordar com tudo que você escreve.
E tudo isso só me faz te admirar daqui do outro lado da telinha e estender um longo tapete vermelho para ti.
Passe Kenia! Desfile pelo tapete. Você é 100000000000000, menina!!
E está no caminho certo...
Mais clap, clap, clap.
E não ligue para o que escrevem de contrário, viu minha linda?
Perdoe-os. Eles ão sabem o que escrevem... rs
Miles de besitos, menina retada!!

Paola disse...

Kenia,
Somos da mesma tribo.
Onde assino?

Beijo

PAola

casa, cores e coisas. disse...

gente,

não tive tempo de vir aqui ontem. nem terei hoje. agradeço a oportunidade de "conversar" sobre isso com vcs. kenia... obg pelo convite e parabéns pelo blog!

bjos.

;)

Anônimo disse...

Kenia, Barbie é um assunto que eu gosto de discutir. (rs)

Bom, como todos sabem, eu coleciono Barbies e outras fashion dolls (nome que se dá para as bonecas que são mulheres adultas) há uns oito anos. Realmente não dá pra negar que a Barbie reflete os padrões criados pela sociedade, mas eu, muito sinceramente, acho que ela mais reflete do que cria. E olha que uma colecionadora e amante inveterada como eu teria tudo pra acreditar no grande poder desse ícone, mas eu acho que ela é um ícone justamente porque acompanha o que está se passando na moda e na sociedade. Ainda em 1959, ano do surgimento da boneca, a Barbie lançou versão morena (branca de cabelos castanhos). A primeira Barbie negra foi lançada ainda na década de 60, e a verdade é que nos Estados Unidos as Barbies negras têm mais saída do que aqui, o que eu acho uma pena, porque eu adoro. Muitas vezes elas nem chegam aqui, e o mesmo se aplica a Barbies orientais.

Sempre gostei da Barbie, mas uma das mudanças que mais gostei foi o novo corpo da década de 90, mais proporcional. Parece mais corpo de gente, tem mais bunda, menos quadril e menos peito. Nos anos 2000 foi lançado um outro corpo, de "modelo", beeeem magra. É claro que eu poderia dizer "ué, não tem Barbie gorda?". Mas seria sacanagem exigir isso só da boneca. Novelas, revistas de moda, comerciais de tevê, filmes, tudo isso é que molda o padrão, e os brinquedos seguem a onda, infelizmente propagando par a infância ideias com as quais nem sempre concordamos. Mas cabe a nós fazer do que o mundo nos dá o nosso próprio mundo. Anos atrás a Mattell lançou a Vovó Happy Family, que tinha um corpo gordinho. Eu comprei duas, e com uma delas fiz uma transformação. Troquei a cabeça pela de uma outra boneca, jovem, e criei uma Barbie gordinha. (rs) A gente fazemos o que podemos, né?

Sei que teu post era muuuuito mais profundo que só falar da bonequita, mas não resisto a me rasgar num papinho "glamour in pink". (rs)

bjs!

Bruna

Kenia Mello disse...

Geny, retada és tu, lindona!
Beijos.

Molga, eu que agradeço pela sua participação. Sua presença é sempre bem-vinda aqui. :)
Beijos.

Bruna, e eu não tinha esquecido dessa sua paixão, menina? Como pude? Hehehe

O fato de você ser colecionadora e estar antenada com os aspectos culturais relacionados à moda, além do fato de você ser uma mulher bem-resolvida e inteligente, lhe dão cacife suficiente para subverter a ordem das coisas e colocar a cabeça da Barbie no corpo da Vovó, por exemplo - achei o máximo, sou sua fã! Hehehe

Agora, dificilmente uma menina ou pré-adolescente faria isso, né, amiga? É aí que o bicho pega!

Beijos.

Anônimo disse...

Engraçado...
Eu não consigo enxergar nada do que li ( e escrevi) nem como discussão e muito menos achei que alguém precisasse se acalmar rssss.
O que acontece é que cada um tem uma maneira peculiar de dizer o que sente e INDIGNAÇÃO não se manifesta com doçura :P
Nem tampouco dá pra ficar calada diante de leviandade em tudo que se refere à criança, principalmente
Com toda a calma do mundo... :P
bj
R

Marco Yamamoto disse...

Concordo.

Além de pregarem um padrão estético longe da realidade, que pode gerar conflitos internos e uma grande insatisfação com o próprio corpo, estes brinquedos "obrigam" as crianças a consumir e consumir cada vez mais.

Nós, pais, ficamos na dúvida se devemos dar os brinquedos para evitar que a criança fique alienada nas conversas com os amiguinhos ou se devemos negar e tentar direcionar para brinquedos mais educativos e saudáveis.

Fica a eterna dúvida de como agir para ser um bom pai, já que os pequeninos insistem em aparecer nas nossas vidas sem manual.

Anônimo disse...

Bom, passei por aqui e este post, apesar de antigo, despertou mt minha atenção, embora a Barbie tenha feito e faça parte da minha vida, trabalhando bastante o meu aprendizado quanto a coletividade, pois conheci muitas amiguinhas durante a infância através desta brincadeira, rs, concordo plenamente quanto ao fato da imagem da boneca padronizar a beleza de maneira tão falsa. Hoje aos 17 anos, ainda bem jovem, mas consigo ver tudo com mais maturidade, vejo o quanto a sociedade é fútil, e se na infância são dados os primeiros passos para o consumismo e a futilidade desacerbados, peço que procurem mais por estas revistas adolescentes, são terríveis e preconceituosas, com a revista capricho da editora Abril, estabelece padrões de beleza e estereótipos que não correspondem a realidade, a futilidade teen é ainda mais deprimente digo isto pq sou adolescente e convivo diariamente com essa triste realidade.