quarta-feira, 4 de março de 2009
Não tão inusitado assim...
É compreensível que numa região como a nossa, onde ver um filho morrer aos poucos de desnutrição e de doenças que poderiam ser facilmente prevenidas e diagnosticadas é coisa corriqueira, o respeito e o tratamento digno dispensando aos animais seja coisa praticamente inexistente ou apenas encontrada nas classes mais abastadas.
Mesmo aqui em Recife, capital com aproximadamente dois milhões e meio de habitantes (incluindo a região metropolitana), é bastante comum a presença de carroças, especialmente nos bairros mais periféricos. E a forma como os animais que as conduzem são tratados é, na maioria das vezes, repugnante: geralmente mal nutridos, são açoitados por seus donos de maneira cruel. Não consigo ver uma cena dessas sem me revoltar. E esse tipo de tratamento não é apenas dispensado aos animais de tração: ver cachorros de rua apedrejados e envenenados, gatos mortos com água fervente ou chumbinho também é fato comum.
Explicação para esse tipo de atitude existe. Posso muito bem racionalizar e ver na brutalização do sujeito pela miséria, ignorância e violência a resposta para tal comportamento: se a vida humana não vale nada, o que dizer da de um animal? O problema é que não consigo me conformar com isso. Na edição de hoje do Jornal do Commercio (04/03), o flagrante a seguir ilustra esse meu sentimento:
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12 comentários:
Caraca! Que troço doido!
É de cortar o coração mesmo uma coisa dessa, o aspecto desprotegido e debilitado dos animais chega a chocar. :-(
Como ele não percebeu que ela estava prenhe??? Impossível dado o estado de desnutrição que o animal aparenta.
Eu fico revoltada quando vejo esse tipo de coisa, tenho paixão por animais e me corta o coração esse tipo de notícia e ainda mais sabendo que ninguém [ou poucos] fazem algo por estes serem inocentes.
o q a ignorância não faz,não é?Se tratasse e alimentasse bem o animal,teria o trabalho do mesmo por mais tempo.É o círculo vicioso da miséria e ignorância...
Bjos e []s
Ivette Góis
Aí fica aquela situação: o dono do animal poderia ser preso por maus-tratos, mas como ele provavelmente usa o bicho para uma atividade de subsistência, elege-se a prioridade de não deixar a família à míngua enquanto o pai estiver preso e os animais, como sempre, são a parte da corda que arrebenta. A situação faz sempre esse percurso que parece fadado a não ter fim...
também não!! também não consigo me acostumar com isso!! sim, são ignorantes, mas não sei até que ponto isso os isentam da questão...
Ps: nossa vi que você é de Recife, como está a repercurssão do caso da menina? pois a igreja condena qualquer tipo de morte mas se a garota morrer no parto por exemplo? que a igreja irá condenar??
abraço.
a Paulinha disse tudo.
sei lá... nasci no dia de São Francisco, isso me acaba.
:-\
Flávia, a novidade no caso da menina é que a mãe se responsabilizou e os médicos deram alta à menina... Pode uma coisa dessas? E nem o paradeiro delas eles sabem. Se o abortamento sair por conta própria e sem supervisão, aí é que os riscos vão aumentar. Sem contar que ela jamais poderia ter tido alta, já que, além da gravidez de risco, está subnutrida.
Sem contar que agora é a ICAR que resolveu meter a colher. Pronto, O circo está armado.
Menina, eu não tinha visto isso... que coisa mais triste!Coincidência... hoje mesmo eu ia falando com Rico como eu tenho dó desses bichinhos indefesos, por causa de um cachorro que a gente viu mancando no meio do trânsito.
E qto à menina... fico triste porque, pelo seu texto, eu havia entendido que já estava definida a situação.
Lamentável.
bj
R.
Kenia, pela foto se vê a desnutrição da égua, e por isso não isento o dono, por mais que ele viva na miséria! Me envergonho da raça humana... Me parece que não baste a educação ou sensibilização para a nossa raça. O método mais eficaz é de baixar uma lei severa que tutele os animais, com uma multa daquela bem pesada!
* Desde a adolescência tenho um projeto em mente, que poderei realizar num futuro, espero não distante, pela tutela de animais abandonados ou maltratados(no Brasil). Projeto privado modesto, nada de ONGs parasitários, já que nada levarei desta vida. Fatos como este, da égua, me põe em ânsia, de querer realizá-lo o qto antes... Pode até demorar, mas sei que não estarei sozinha. Beijos!
Querida, voltei! Obrigada pelos votos de boa viagem! Foram muito boas mesmo e tenho muito para contar, mas tenho o mesmo em roupas e coisas para arrumar, portanto estou passando para dar um alôzinho às amigas queridas da Net e dizer que assim que puder, estarei colocando fotos e contando sobre a viagem de navio.
Tive que deixar meu recado neste teu post tão pungente, quase chorei, pow!
Que m. esse país! Tão grande, tão rico e ainda tão atrasado!
Tô com saudades de ler seus textos maravilhosos, mas vai ter que ser devagar.
um beijinho carinhoso.
Smacks!
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