quinta-feira, 14 de maio de 2009

Confissões aborrecentes de uma mariazinha






Está todo mundo ouriçado com a entrevista que Maria Mariana, aquela com cara de pintinho ciscando no lixo, que escreveu o idiota Confissões de adolescente, deu para a revista Época. Qual o espanto? Por que a indignação diante das falas da moça? Já não era de se esperar que sandices como as que ela falou na entrevista pudessem sair de sua cabecinha? Se a idéia de casamento dela é entender o ato de catar as cuecas deixadas no chão pelo marido com uma prova de resistência e paciência, se ela acha que amamentar é merecimento, que depressão pós-parto é castigo, que é o parto normal que confere à mulher a condição de mãe e mais umas tantas imbecilidades que quem quiser pode ler aqui, tudo isso é problema dela, ora.

Se alguém quiser comprar o livreco onde ela elenca seus insights esquizóides, azar. Eu acredito na possibilidade e na existência de espaço para qualquer um falar o que quer. E não entro mais - ou tento não gastar energia à toa - em polêmicas vazias. De um lado, uma criatura falando bobagens. Do outro, um alguém refutando seus argumentos. Um querendo sobrepor o seu discurso ao do outro. Cada um querendo demonstrar por A+B que o seu ponto de vista é o mais acertado, engajado, ajustado, politizado, humanizado, original, revolucionário... Pra quê? Isso muda em que medida o fato de a moça encontrar quem lhe compre o livro e a tosquice das suas idéias? E se alguém comprar e gostar e aplicar as teorias marianísticas à sua vida e se sentir bem? Será um ser obscuro a mais, que não conhece a luz, o jogo ideológico que subjaz ao texto, que não terá futuro? Ai, isso me dá sono.

O fato é que já não me espanto com coisa nenhuma que vejo, ouço ou leio. É simples e nem dói: você vê, ouve, lê. Estabelece relações pessoais e intelectuais com o que vê/ouve/lê. Se houver cabimento, elucubre sobre o assunto. O que você viu/leu/ouviu compensou o seu empenho físico (sentar a bunda numa cadeira em frente a um computador, por exemplo) e intelectual? Caso positivo, acrescente esse novo saber ao seu conhecimento de mundo e à forma como você atua nele. Negativo? Não perca mais tempo, simplesmente boceje e siga em frente.

19 comentários:

Anônimo disse...

essa moça está em completo descompasso histórico,psicológico,sociológico,etc.
Aliás,acho q ainda está em estado de depressão pós-parto.rsrsrs

Mas vc tem razão:perder tempo só com coisas (e pessoas) relevantes.

Bjos e []s

Ivette Góis

Beth/Lilás disse...

Pois é, Kenya, o pessoal tá revoltado, mas não deixam de ter razão, porque assim como ela tem espaço prá falar besteiras as pessoas reagem à sua maneira.
E a verdade é que com todo este estardalhaço ela acabará vendendo muito destes livreto vagabundo.
É a vida, minha amiga!
bjs cariocas

Kenia Mello disse...

Beth, pois é. Ser comentada era tudo que ela queria. Melhor marketing, impossível. Besta é quem perde o tempo com isso.
Beijos.

Paola disse...

Eu tb acho, Ivette, acho que ela está com depressão, aliás alguém acredita que ela recolhe alguma cueca do chão? A foto dela com o bebê é a foto de uma adolescente e sua boneca, esse livro é um delírio coletivo, dela, do marido, do editor e até do pai dela que tem ex[periência com o mercado cultural, né? Se eu fosse o Domingos Oliveira dava umas chneladas nela, não aprendeu nada?

Socorro!

Eliana BR disse...

Que coisa!
Quer dizer que as trabalhadoras do Brasil que seguram a criança com uma das maos, o computer com a outra ( porque é preciso ganhar a vida) e o aspirador com a terceira, que se desenvolve depois do casamento e a quarta para os prazeres da vida porque afinal ser mae nao é - ao contrario do que Mariazinha pensa - padecer no paraiso, todas essas, repito, trabalhadoras do mundo todo - uni-vos, quer dizer, unamo-nos contra esse besteirol - , nos todas estamos erradas. Todas as que nao casamos com o chefao da plataforma de petroleo que ganha muuuito, estamos erradas. E quando o-chefao-da-plataforma -de-petroleo chega em casa, Mariazinha, que com certeza teve tempo de ler durante o dia, enquanto as empregadas faziam o trabalho sujo, pode conversar inteligentemente e namorar romanticamente. Musa-flor. Excelente. Bom pra ela. So nao pode é querer estruturar conjunçao pessoal em teoria, que ela nao é do ramo. Nem perdi tempo lendo o livrinho da adolescente pois, como diria Madame de Guermantes, ela nao é minha contemporânea. Mas que era boa atriz era. So vi dela A alma boa de Tse Tsuan e num dia em que ela estava iluminada. Mas todo mundo procura seu gato. So nao pode é achar que gato preto da sorte a todo mundo. Nao é?

João Eurico disse...

A questão levantada pelo seu post é: should we care ? A gente tem que se lixar com o que ela diz ? Se alguém fala sandices numa revista de alcance nacional a gente deve se importar ou deve polemizar ?

Depende da repercursão e a gente não pode confundir causa com efeito. Repercute porque a gente discute ou ao contrário ?

Primeiro a gente tem que discutir sim senão "A Turba" vai adicionar essas sandices ao rol de verdades absolutas e teremos dado mais um passo em direçào a obscuridade. Assim como os baobás dos planetinhas, uma besteirinha tem que ser morta quando ainda é apenas isso, caquinha de saiu de uma boca que pensa que nosso ouvido é pinico ! Alto lá ! No meu não !!! Senão fazemos isso, a besteira vira tendência de verão, mini-série (tem hífen?), religião new wave, partido político e, não impedida, chega ao poder. São 10 mil anos de atraso, como profetizou Hari Seldon. Façamos nossa parte para reduzir esse atraso a menos de 1000 anos. Munamo-nos (existe isso?) de nossos sacosdepapainoel e enfrentemos A Turba antes que ela acabe com o bom senso.

Kenia Mello disse...

JE, assim que vocês salvarem o mundo da turba ignara, me avise. Zzzzzzzzzzzz.

João Eurico disse...

Kenia, defina "vocês" ... Acho que eu vou para o sacrifício sozinho.

Fatima disse...

Quanto besteirol que saiu da boca dessa moça!!
Tive meus tres filhos de cesárea, não tive nenhum problema para amamentá-los, trabalhava mais de 10 hs por dia e eles foram educados com carinho e amor....são criaturas normais, como aqueles que foram educados com a mãe dedicada só para o lar, educando o filhos e catando cueca do marido pelo chão ( que bagunça que deve ser a casa dela)....quanta arrogancia de dona Maria Mariana!

Anônimo disse...

Vamos por partes pra ver se eu entendi essa entrevista.

1-Largou a vida de famosa para exercer a função de mãe. Até aí super normal, louvável, saudável. Quem dera todas as mães se dessem a esse “luxo”.
2-Cita parto normal como experiência única. Realmente, quem passou pelas duas experiências enxerga bem essa diferença, mas nem uma nem outra desqualifica a mulher que é mãe pra valer. Aí ou ela não soube se expressar ou simplesmente vacilou mesmo, mas nada que mereça a forca rsss
3-O lance da amamentação é fato. Poucas são as mães que querem se dar ao trabalho mesmo, principalmente com essa febre do silico.( Já a expressão “mãe que merece”... só a forca mesmo rsss)
4-E, sinceramente, eu não creio que ela cita o exemplo da cueca como forma de “submissão”. Até porque no final da entrevista ela fala com sabedoria sobre união de casais. Tem mesmo homem distraído –que deixa peças de roupa aqui e ali- sem ser necessariamente machista; por outro lado a mulher não precisa ser a sargentona da ordem e da disciplina doméstica. Afinal, extremos só trazem desgaste. (Falo de cátedra rss)
5-Outra coisa: bastante oportuna essa abordagem sobre a pressão que o mundo faz em cima das jovens.
6-Enfim... Essa coisa da briga pela igualdade a ferro e fogo só mostrou que é uma luta inglória. As próprias feministas entenderam que homem e mulher são seres COMPLEMENTARES.
Quanto ao livro, é como vc mesma diz, vai ter sempre alguém disposta a ler.
Eu mesma não tenho tesão pra esse tipo de leitura... pelo menos no momento não me sinto atraída. Mas quem sabe ele cai em minhas mãos e eu dou umas folheadas displicentes...
Até porque ler de tudo e reter o que é bom faz parte de uma mente livre e sadia.
Beijos
Rê.

Anônimo disse...

Ser comentada era tudo que vc queria? Pois aí vai o meu único comentário:o que vc considera idiotice,sandice,imbecilidades,insights esquizóides, são apenas experiências vividas por uma mãe e mulher diariamente... se isso não altera em nada o intelecto de outros, não nos cabe julgar.Não queira ser o juiz do mundo. Quanto ao seu texto...Ai, ele me dá sono.

Kenia Mello disse...

Anônimo, meu texto te deu sono? Fico feliz em saber. Um(a) idiota a menos acordado(a).

João Eurico disse...

Oía !!Num falei ? "A Turba" se manifesta quando a gente menos espera, seja por si mesma, seja pelos advogados e procuradores. Como distinguir se foi um membro da Turba ou o seu preposto quem postou o post ? Simples, A Turba é analfabeta e não tem medo. O preposto não comete erros de sintaxe (talvez de semântica) e se escondem atras do anonimato. O preposto dA Turba não ignorante e simplório com a própria mas é instruido e educado na técnica e nos procedimentos da civilização. O preposto quer o benefício da civilização mas acende uma vela aA Turba, para o caso em que ela assuma o poder. Essa postura é incompatível com a ética bem como com a coragem de assinar seus próprios posts.

Anônimo disse...

Turba ignara: diz-se da coletividade “antiética” e geralmente anônima cuja característica marcante (deficiência terrível!) é não pensar igual a blogueiros cuja idade emocional estacionou na época das picuinhas intelectualóides de colégio.

Parte boa: da cavalice dessa coletividade se extrai o soro para neutralizar tamanha agressividade de natureza ofídica.


Dá até pra filosofar ao se constatar que o processo da formação do soro ocorre injetando pequenas doses dessa agressividade no próprio cavalo.

De um anônimo do mundo equino.

Informativo importante/relaxante:

Apesar de existirem algumas espécies particularmente agressivas, a maioria não atacará seres humanos- a menos que sejam assustadas ou molestadas- preferindo evitar este contacto. (Consultar wikipedia ;)

Mani disse...

Pois é...Tô cansada demais pra rebater os pensamentos dela...E confio que minhas bruguelinhas estão sendo preparadas pra um vida plena, em que nao serão reduzidas, nem subestimadas.

João Eurico disse...

Faltou o relinchar do preposto dA Turba. Se A Turba orienta suas ações pela pura ignorância, eventualmente imposta pelas circunstância do meio ou do tempo em que vivem, o preposto dA Turba o faz por opção e conveniência. É loquaz, é conectado, é munido de vocabulário, de netbook. De argumento só tem o "não li e não gostei".

Patricia Daltro disse...

Sei lá, tendo a concordar com a Paola e achar que tudo faz parte de um delírio coletivo.

E também ando concordando com você Kenya, tem coisas que você lê, se achar que é válido, ok, se não, meta o pé e procure coisa melhor.

Com maluco, discussão para quê? Ela acha essas sandices? Pena dela.

Bjs

Kenia Mello disse...

Eliana BR, seja bem-vinda! :)

Anônimo disse...

a imagem que ilustra o post matou a pau.
:o)