domingo, 14 de junho de 2009
Mariposa
Com os olhos cravados na janela do segundo andar,
um bordeaux e um maço de flores quase murchas na mão,
pés dormentes pela espera,
ela escuta,
os sinais que não virão,
as palavras impronunciadas,
o momento desfeito antes de existir, deliberadamente.
Ela, mesmo assim, por desígnios de eterna submissão, fita
a janela em constante penumbra
que parece ocultar um mundo que lhe provoca aquela ternura morna,
certo horror
e mais paciência ainda.
E tudo aquilo a atrai
como a luz à mariposa,
que mesmo sabendo da fatalidade,
busca, em vôos cegos e circulares,
a brutalidade do seu destino
que é arder
e se cumprir
Só.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Olá, amiga!
Voltei do sul e vejo que andas escrevendo coisas bonitas, sérias, mas "num tô intendeinndo"!
Tá tudo bem por aí?
beijos cariocas de volta
Td mutchobom, mt bem.
Postar um comentário