quinta-feira, 16 de julho de 2009
Sonhei com Liv Ullmann, não com a que está aí na foto, mas a senhora de hoje, de 70 anos. Para quem estava há tanto tempo sem sonhar em inglês, até que a conversa fluiu bem. No sonho, eu lhe falei da importância de ter lido Mutações em plena adolescência. Ela me olhou, agradeceu e sorriu com aquela compreensão fraterna que acontece entre as mulheres e que é única. Acordei pensando que, a despeito e por muita sorte e felicidade de Clarices, Cecílias, Florbelas, Simones, Elizabeths, Anas Cristinas, Adélias e Hildas, não temos, como mulheres, uma ancestralidade literária: a voz que nos acostumamos a ouvir, a Outra Voz de que nos fala Octavio Paz, é a voz do homem, é uma visão masculina de mundo, por mais sensível e poética que ela possa ser. Talvez por isso, por termos contato com esse estar no mundo que brota das entrelinhas, das camadas mais profundas dos seus textos, tenhamos uma percepção mais aguda da natureza masculina, de suas defesas e dos seus temores. Pena que esse sentir não se realize numa via de mão dupla, reciprocamente: a literatura, além de fruição, seria também um espaço de tácito entendimento.
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6 comentários:
Liv Ullmann tinha uma beleza exótica,loira sem ser aguada.Ela ainda permanece bonita?
E sobre a questão da literatura feminina,faz todo sentido o q vc falou.
Bjos e []s
Ivette Góis
a eterna musa do Bergman
Ano passado quando ela esteve aqui, fiz até um post sobre ela e sua figura simbólica de uma época fantástica do cinema. Ainda acho-a bela mesmo do alto de seus quase 80 anos.
bjs cariocas
Menos, Beth, ela ainda vai fazer 71 anos. :)
Beijos.
ok, Kenia!
Não tem muita diferença depois que você começa a fazer os "entas".
Eu, por exemplo, já estou nestes "entas" faz tempo. hahaha
bjs cariocas
Pô, Beth, a mulher mal acabou de fazer 70 (dezembro de 2008) e tu já vens dizendo que ela tem quase 80! :P
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