domingo, 13 de setembro de 2009






E eu que me pensava tão frágil pelo embargo da voz e pensamentos em colisão, fiz daquele arremedo de gente a fortaleza que é o meu constante desmoronar e reerguer-me em várias outras. Por entre as palavras ditas enquanto despedaçava, tracei revisões e recaminhos. Norteei pela minha fraqueza o mapa do que eu não mais percorreria e cheguei, finalmente, a uma paz que se não para sempre, hoje me acolhe e amansa o dia. Ontem, dos uivos em que desprendi remotas dores, tão velhas quanto a mais anciã das pedras, fiz-me água, essência, reencontro. Doravante, sigo meu rumo sem tantos pesos e senões e devo tudo (e ao mesmo tempo nada) ao despudor de mostrar-me, de brigar pelos desmascaramentos, os meus, sobretudo, e de proferir verdades ao mesmo tempo em que esbofeteio minhas defesas. E ao final dessa rinha, suja de lama e sangue, triunfo, sobrevivente que sou de lutas que às vezes sequer me pertencem, mas que não me escuso de travá-las pelo bem do que de mais humano há em mim.

3 comentários:

Cristiana disse...

Certos posts que leio cabem tão dentro de mim...
Só que no meu caso, a pessoa que testemunhou sofrimentos, lutas, vitórias e reconstruções é a que mais descrê na minha fortaleza. Por increça que parível, essa testemunha, que viu, viveu, sentiu e comprovou tudo, considera-me uma farsa.

Kenia Mello disse...

Cris, guardadas as devidas proporções no seu caso, é bem natural que o criador tendo sido superado por sua criação, ressinta-se e tente se reafirmar de várias maneiras. Uma delas você, melhor do que eu, sabe qual é.
Beijos, deglutidora de batráquios. ;)

Anônimo disse...

é verdadeiramente no enfretamentos das fragilidades e na admissão delas q reside a nossa força de renascer sempre,a cada dia.Essa escolha é sempre a mais fundamental de todas.
Texto profundo,maravilhoso e como vc,humano até o último ponto.

Bjs e []s

Ivette Góis