Momento cão no couro

Ai, gente, vocês me conhecem. Eu não mexo com ninguém, eu não cutuco ninguém. Mas quando mexem comigo, quando me cutucam... Ah, meus anjos e ângelas... E junta que esta semana estou com uma TPM dos infernos, daquelas que se olharem para mim duas vezes, estou mordendo a canela. Aliás, já fico deitadinha rente ao rodapé esperando para abocanhar o passante, seja no calcanhar ou onde der, igualzinho a cachorro com distúrbio de conduta, que fica malocado só esperando a hora de alguém dar sopa numa moto ou bicicleta. Melhor definição para mim por estes dias, impossível.

Mas eu me conheço bem. Também pudera, já tive tempo suficiente fazendo sala para a minha dileta pessoa, de modo que sempre tento evitar certas situações e gentes quando estou assim. O problema é que o povo me procura e geralmente acha. E eu tenho minha opinião sobre elas, sobre todas elas, mas guardo para mim. Tenho esse direito, aliás, todo mundo tem. E só dou minha opinião quando sou solicitada a fazê-lo - mudei, reconheço, antes eu achava que o meu modo de ver o mundo e as pessoas era essencial para que as energias fluíssem e o Universo entrasse em comunhão. Então, se eu não chego para ninguém, na lata, dizendo como o vivente deveria ou não fazer com as coisas da sua vida, por que alguém que me vê de tempos em tempos, mal sabe de mim, se acha no direito de fazê-lo? Ah, meus amores e amoras, não tem boquinha, não.

Então, bonitos e bonitas, não temam respingos hidrofóbicos batendo nas suas vestes. A bronca não é com vocês. E não postei no blog por puro desabafo, não, porque sou uma mulher prática e objetiva. Sei que sou lida pela destinatária do recado. E quem me conhece também sabe que prefiro o texto ao vivo e em cores, mas justamente por estar num momento de guerrilha urbana, prefiro o distanciamento do texto escrito, afinal, sou uma pessoa do bem e temo pelos dentes alheios, mesmo quando a maior interessada nem desconfia que eles estão correndo perigo...