quinta-feira, 28 de janeiro de 2010




Tempo de sentir o peso das palavras.

sábado, 16 de janeiro de 2010

O Haiti definitivamente não é aqui...



Eu já desconfiava e hoje confirmei. Numa grande rede de supermercados aqui de Recife, cujo nome é apenas um engodo porque os preços não são bons nem nada, pratica-se um dos piores crimes: a falta de solidariedade para com os que têm fome. Em conversa com um funcionário, fiquei sabendo que todos os produtos que não se adequam ao nível de exigência do consumidor que frequenta o estabelecimento, seja pela aparência, no caso das frutas, legumes e hortaliças, seja pela proximidade do fim do prazo de validade - que pode chegar a até uma semana! - , esses produtos encalhados têm destino certo: o lixo. Mas não foi isso que mais me chocou, pois, conhecendo a política predatória do grupo que vem administrando a rede de supermercados, a revelação não me soou como novidade. O que me deixou pasmada foi a maneira como eles são descartados. O funcionário me explicou que todos os produtos, de todos os tipos (comida, material de limpeza etc.), são lançados ao mesmo tempo numa espécie de máquina trituradora junto com o lixo que o estabelecimento produz, inclusive o dos banheiros! Ou seja: para que não haja chance alguma de serem reaproveitados.

E não se trata de produtos impróprios para o consumo, mas apenas que não se adequam ao consumidor padrão desse supermercado.


Um tomate como esse aí do centro é um exemplo do que é descartado: um alimento perfeitamente aproveitável retirando-se a parte estragada .
(Clique nas imagens para ampliá-las)





Outro exemplo: não estão iguais à da Branca de Neve, vermelhinha e tentadora, mas são igualmente aproveitáves, especialmente por quem passa fome...








O que custava fazer um convênio com asilos de idosos ou comunidades carentes ou orfanatos – o que não falta é carência – e destinar esses restos a quem realmente precisa e não tem de onde tirar? Que prazer sádico é esse corporificado numa máquina que destrói pelo simples objetivo de destruir e, o que é pior, de não permitir que esses produtos sejam retirados do lixo? Não dá para entender. A lógica por trás disso só pode a de que, ao deixar os produtos à disposição para coleta no lixo, as pessoas se acomodarão e nunca virão a ser consumidores. Mas será só isso? Pois eu levo para o lado pessoal, sim, e digo que é ruindade mesmo, falta de humanidade, porque para vir a ser consumidora, a pessoa precisa minimamente produzir, trabalhar, e se não tem o que comer, como fica? Não é fácil conviver com uma coisa dessas. Boicotar o supermercado? É uma possibilidade e eu posso fazê-lo tranquilamente. Mas o que dizer da maioria do público que frequenta essa rede, o cliente habitual e não aquele que vem somente por causa das promoções, que, quando vai comer fora (não vou nem entrar no mérito do desperdício que deve praticar na própria casa...), costuma deixar o prato assim?





Adianta esperar de gente assim alguma mobilização contra o estabelecimento e a sua política do desperdício perverso?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Zilda Arns e os pequeninos (de espírito)






Fico besta diante do ranço de certas pessoas que tentam obscurecer a grandeza de outras simplesmente porque elas (seus alvos) têm posições ideológicas diferentes das suas. Botando os pingos nos is: ouvir que Zilda Arns foi uma grande mulher apesar de suas posições me soa de uma arrogância sem par (ou despeito ou vontade de sobressair em meio à unanimidade do discurso que lhe atribui valor, mesmo que à fina força ). Ela foi e fim. Porque se salvar uma vida já faz a diferença, o que se dirá de várias e várias gerações? E o que importa, diante dessa constatação, o fato de haver religião no meio? Acho que o valor da vida humana e de quem efetivamente levanta a bunda da cadeira e de suas tão bem ordenadas teorias que cercam o nada com a paisagem do lugar nenhum deveria transcender essas miudezas.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Caranguejos at Christmas - Ho ho ho



Deu no globo.com que a ilha australiana Christmas está sendo invadida por mais de 100 milhões de crustáceos, que todos os anos migram das florestas para o mar para a reprodução e a desova.


Eles vão chegando de mansinho...





E, de repente, transformam a ilha em um imenso tapete vermelho:





O local fica em alerta para que os caranguejos possam realizar a migração com total segurança:





Fico imaginando algo do gênero por aqui...











Este ano tem tudo para passar correndo: Carnaval já em pleno vapor por estas paragens, monografia, Copa, mudança, eleições (destas, com toda fé que remove as montanhas de livros que tenho de ler, estarei livre) e demais drogas recreativas. A sensação de ainda estar devendo para 2009 é insuportável, mas, ao mesmo tempo, libertadora: compromissos quitados, estou livre. Enfim, só vou me desejar um feliz 2010 no segundo semestre. E se não existe uma descrição que dê conta do modo stand-by em plena a-inércia, está inventada. :P

domingo, 3 de janeiro de 2010






Passado o oba-oba das festas de final de ano, cheias de votos de realizações, sucesso e blablablá, você volta a achar que a sua vida está uma merda? Tá não.