quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bichinho de estimação



Desde que chegamos aqui, Mariana vem aperriando pra ter um bichinho de estimação, que pode ser um gato ou um cachorro. Aliás, desde Recife que ela quer, mas lá havia a desculpa de que o apartamento era pequeno e dava pra ir desconversando. Acontece que aqui na Nederlândia o povo ama bichinhos de estimação e toda hora que Mariana encontra um hondje ou um poesje (cachorrinho e gatinho, respectivamente) na rua é aquele escândalo: ela fica cheia de fofurice e vozinha dengosa querendo alisar, brincar e tal. E aqui a desculpa tradicional não cola porque o apartamento é grande.

Eu gosto de animais, mas, confesso, tenho especial predileção por cachorro e de caça, de preferência. Esses animais costumam ter porte de médio a grande. Essa paixão começou na infância, pois meus avós maternos tinham um perdigueiro, King, que me acompanhou do nascimento até meus 7, 8 anos, não lembro bem.



Minha avó costumava contar que King ficava deitado na porta do meu quarto, quando eu era bebê, e as únicas pessoas que ele deixava entrar eram meus avós. Infelizmente, nosso cachorro morreu envenenado, depois de muitos dias lutando pela vida. E fui eu quem o descobriu morto na sua casinha, coitado. Meu avô passou dias sem comer por causa da tristeza de perder seu companheiro.

Depois disso, não houve mais nenhum animal na casa.

Já adulta, no meu primeiro casamento, tive duas fêmeas da raça retriever do labrador, mãe e filha, Hannah e Emily. A primeira tinha pelagem caramelo e Emily era a negona. Ajudei no parto, do qual nasceram oito cachorrinhos. Hannah foi uma mamãe maravilhosa.



Não tenho fotos delas digitalizadas e as que tenho estão no Brasil, mas esse cachorro aí de cima é a cara de Hannah. Infelizmente, com o divórcio, tive de me separar delas. Sei que ambas morreram (Hannah, de morte natural e Emily, envenenada). Se estivessem vivas, seriam duas senhoras de idade. Ainda hoje morro de saudade e choro quando penso nelas.

Pois bem, acontece que eu sempre morei em casa e como tive cachorros grandes, eles transitavam dentro de casa, mas moravam no quintal, em suas casinhas, abrigados e com todo conforto. Não me agrada muito a ideia de cachorro dormindo em cima da cama, esparramado no sofá e tal. Mas aqui, com o inverno rigoroso, não tem como deixar os bichinhos do lado de fora. Sem contar com a mão de obra de descer pra passear duas, três vezes por dia. E tem as férias também, né? Nossas idas ao Brasil começam ano que vem, meus cunhados vão também na mesma época por causa das férias dos sobrinhos, assim, quem cuidaria do animal? Hotel. Sairia mais barato levar o cachorro junto, de férias. :P

Aí entra a questão da praticidade de ter um gato. Estou tentando rever minhas preferências, mas, sei lá, gosto mais de cachorro, apesar de ouvir dos amigos que têm gatos que eles são apaixonantes e blablablá. Como disse, adoro animais, mas pra pet, sou louca por cachorro e se tiver um de novo, com certeza, será labrador, raça maravilhosa em todos os sentidos e nisso Mariana concorda: ama os labrinhas também.

Por enquanto, vou deixar o assunto quieto, em fase de amadurecimento, mesmo porque estou cheia de projetos no momento (depois conto!) e preciso de tempo para executá-los.

P.S.: Existem muitos sites de asilos de cães e gatos à espera de adoção aqui, inclusive contendo dados como idade, histórico dos hábitos, saúde, donos anteriores etc. Obviamente esse será o caminho que tomaremos caso a decisão seja de ter um bichinho em casa.



5 comentários:

S. W disse...

Ahhhhhhhhhh como eu entendo dona Mariana! Lá em casa sou eu que encho os pacóvas do Iwan por um hondje, mas é exatamente o que agente, e quando formos pro Brasil? minha sogra tem dois cães enormes, mas não ia querer a responsabilidade de cuidar de mais um, e ai josé? Eu acordo e durmo pensando em como resover esse problema, assim que chegar a uma solução vou correndo te contar.

beijao

Unknown disse...

Também sou da turma dos cachorros e das tartarugas, meus netos adoram. Já tive muitos cães, qdo se vão sofro horrores mas não fico sem, adoro o amor incondicional deles para conosco. E, vá, de um cachorrinho pra maricota. rsrsrs

Bjos e []s

Kenia Mello disse...

Simone e Ivette, o lance é que não estou a fim de rabo, sabem? :) É muito trabalho e mesmo a criança se empenhando, sempre sobra pra quem a história de passear, limpar etc. e tal? Como aqui quem faz tudo somos eu e Paul, é mais um encargo, fora que preciso de tempo pras minhas coisas além casa. :P Isso é o lado prático (nem estou colocando nessa equação o dindim porque bichinho também precisa de plano de saúde -- o gato dos meus cunhados precisou de uma cirurgia e foi uma grana porque o bichano não tinha plano de saúde), fora que tem um lance de imposto sobre o animal (não sei ao certo, preciso me informar). Mas não estou fechada a rever esses obstáculos, o que a gente não faz pelos filhos? Quem sabe daqui a uns 15 anos... :P

Line disse...

Eu tenho uma misturinha não definida que trouxe comigo do Brasil, de porte pequeno. Ela estava desde cedo acostumada a passar bastante tempo sozinha, já que eu trabalhava e estudava, e morava sozinha.
Aqui só temos trabalho quando vamos viajar, mas como não somos pessoas que viajam 5x por ano,nem me importo muito. Prefiro o perrengue e mesmo assim ter a companhia dela, do que não tê-la por conta de umas possíveis 2 viagens curtas.
Labradores são maravilhosos!!!!

Kenia Mello disse...

Line, você trouxe a sua do Brasil? Que massa! Acredito que aqui ela tenha mais a sua companhia do que lá, não?