quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Orkut, Facebook, Twitter e algumas gotas de noção



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E dizem que o Orkut vai trocar de visual, incrementar ferramentas, vai ficar igualzinho ao Facebook. Detestei a ideia.





Acho o Facebook muito zoneado, tudo misturado, não gosto. O que acho mais legal nele é a possibilidade de achar amigos que se perderam mundo afora. E o Twitter definitivamente não é a minha, sei lá, acho aquilo paranóico, não me agrada a ideia de ter pessoas me seguindo, muito menos de seguir algo ou alguém, parece fanatismo religioso ou ideológico, o que vem a dar no mesmo, coisa de gente obsessiva, sai pra lá!





Na verdade, estou meio de saco cheio dessas paradinhas de redes sociais, comunicação real time tipo MSN e tal. Porque nego não tem mais respeito por nada. Se você está ocupado ou ausente, é incomodado, não adianta. Dia desses, aconteceu de uma criatura estar off line e ficar me bombardeando com idiotices só porque eu estava disponível. E ainda teve a audácia de perguntar por que eu não respondia já que estava on line!





Acontece que no domingo fico on em tudo, mas não paro no computador: quem tem filho pequeno sabe a ginástica que é. Também tenho marido do outro lado do Atlântico, que deixa recados sobre horários pra gente papear no Skype, essas cousas. Mas existem pessoas que não têm noção, inclusive de perigo, especialmente no que diz respeito à criatura que aqui escreve. Tomo o maior cuidado para não ser invasiva e justamente por isso detesto que invadam meu espaço. Ódio mortal de quem faz isso. E não é porque se tem blog, Orkut etc. que não se pode reivindicar respeito à privacidade. As pessoas precisam entender que a civilidade que as conduz (ou deveria conduzir) na vida real deve ser aplicada à virtual, aquela noçãozinha básica de quem tem educação doméstica, como diria minha avó. E o que eu tenho encontrado de gente sem noção não está escrito...





Do you have Facebook?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009






A gente vai cansando, cansando e quando se dá conta... cansou.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Toras, Torá






O corte revela o tempo passado,
sem alarido:
arbóreo relógio de estações centenárias.
Sob a superfície do invisível estão os nós,
os sulcos,
os misteriosos desenhos,
materializados,
concretos,
ao alcance,
sem que se percebesse o silencioso mourejo.
Tomou-me há dias a sensação de madeira talhada:
um mundo subterrâneo me convoca.
Guiada pela música incidental
das profundezas da terra,
aquiesço: a febre me consome e embala.
Na escuridão,
as raízes se contorcem buscando o mais fundo,
húmus,
seiva,
fertilidade de novos ramos,
brotos.
Diante dessa orquestra laboriosa e úmida,
húbris,
veleidades,
são poeira e
nada.
O transitório, que tudo esmaga,
esculpe sinuosidades nas nossas entranhas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Karma Sutra






Sei não, mas desconfio que em outras vidas fui:

a) animadora de festas
b) psiquiatra
c) vidente
d) muambeira
e) dona de pensão
f) cafetina
g) orelhão

Só pode. Karma é a única explicação que me resta.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009






não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não...


Fazendo a lição de casa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Exit






Estava aqui pensando na pouca atenção e cuidado com que a maioria das pessoas trata os períodos que requerem mais silêncio nas suas vidas. Aqueles em que qualquer palavra, por mínima que seja, cheira à verborragia, momentos em que tudo é excessivo. Por que o silêncio se tornou algo tão perturbador e inadequado? Essa loucura toda de ter que fazer parte a todo custo, essa urgência de apresentar-se (ou seria mais justo representar-se?) vida afora sempre com o mais belo sorriso, com as frases mais espirituosas e tudo mais que de bacana houver, fazem com que se esqueça que assim como o corpo pede comida, ele também pede silêncio e recolhimento. Falta de respeito a si mesmo, cabe mais honestamente dizer porque violência maior é a de quem se sabe, e, mesmo assim, agride-se, inflige-se desnecessariamente. Em dias como estes, sabendo o que sei sobre os fantasmas nada camaradas e os demônios de estimação, prefiro ficar quieta no meu canto e isso nada tem de pernóstico. Pelo fato de conhecer a minha crueza nestes dias, abstenho-me da partida ao invés de sair por aí tentando comover as pessoas com os meus pequenos grandes dramas existenciais. Sim, porque a dor, além do óbvio de socar as entranhas e tirar o fôlego, também confere uma aura de martírio que impossibilita o enxergar do outro. A minha dor será sempre a maior, a mais angustiante, a mais imerecida. A dor do outro? Faniquito! Então, fugindo desse tipo de comportamento pequenininho, e também para não fazer das relações com as pessoas que me são caras um campo de batalha, pois estando amesquinhada no meu próprio umbigo não poderei ser quem sou sem recorrer a quebras de braço de naturezas várias, prefiro me recolher e lamber as feridas. Muitas vezes, a porta da saída é o melhor caminho para se preservar a própria dignidade e a alheia. Sair à francesa é arte para poucos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Farsesco






às vezes tudo parece sonho comprido, exaustivo, em preto e branco. as cortinas quebraram, o vinho azedou, a poeira cobriu os móveis e a minha cara, os jornais estão empilhados na porta da frente, assim como as roupas que não vou guardar. o sono me toma e eu prescindo de receitas infalíveis: conversas de bar, filosofias baratas, histórias requentadas nas quais o idiota da vez é sempre o mocinho, o que se deu bem, quando, na verdade, é apenas o mais infeliz dos clowns. quero qualquer coisa que está ao meu alcance e tão distante, quero falar do poço até me esvaziar, quero chorar até perder a voz em soluços, quero um abraço, quero só isso, mas de verdade. o abraço de quem tem coragem de ouvir sem interromper, de quem sabe que essa dor também lhe pertence pelo simples fato de estar vivo e que por ser assim, e tacitamente aceito, não vai se desconcertar diante dela. quero o impossível, eu sei, e não faço concessões. se isso não lhe agrada, me deixe em paz e vá viver a sua farsa de cada dia. cansei de fazer de conta que estou presente.

Fall down on me



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E eu aqui fazendo um esforço imenso para não deixar o barco à deriva, embora saiba que quase tudo é inútil, puro desperdício de energia física e mental. Mas sigamos cumprindo tabela.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Manhãs






Uma espécie de credo e transe me invade de manhãzinha,
na hora em que os humanos lambem, sonolentos,
os restos de baba seca.
E eu me espalmo como quem tem da licença
todos os direitos
do sem pedir.
Saída direto dos sonhos,
vou me desenhando no teclado
e comigo todas as delicadezas,
as dores,
as vontades,
os sentidos
e, por que não,
uma miúda e comovente esperança.
Mas isso só de manhã cedo,
antes que o correr do dia ache oportuno
ou engraçado, quem saberá?,
me quebrar inteira
como quem tritura grãos do café
que antigamente me davam bom dia.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Na borra de um cappuccino






tem dias em que um olhar áspero se solta e descansa
em órbitas de flutuação e remanso, deleite
re-conhecimentos
na boca, um riso feito de sem entrelinhas
cristalino de dentes, saliva e começos de saber-se vário no outro
mas, de novo, feito maldição, praga de mãe,
o tempo, as humanas convenções e seus aprisionamentos
dão ao medo força de crispar o cenho
então, subjugados, os olhos se fecham e deslizam para o nada
e o contínuo se refaz, vitorioso
somos sempre riso, sombra e adeus
e humanamente seguimos
soma de plantas que não crescem e mesmo assim minguam
muito antes de terem havido
indisciplina dos quereres
que diariamente se subtraem
como se houvesse tempo
como se houvesse amanhã

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Again and again






entre ventos
rodopios
e vertigem
segue o meu coração
remendado
e insolente
teimoso
em pulsar
e querer
e tecer festas
quebrando raios de sol
em chuva de serpentina
vertendo poça de lama
em maciez de pé descalço

que seja então louvada
essa fé cega na vida
essa vontade estúpida e juvenil
de querer mais ventos
mais rodopios
e vertigem

enquanto a minha
embolorada
e rota
sombra de quem esperou demais

segue assim
como quem cumpre
como quem paga
mesmo sem crer
promessa antiga

segunda-feira, 5 de outubro de 2009






roland barthes. althusser. estruturalismo. harold bloom. bakhtin. chomsky e seu modelo arbóreo. a estética da recepção. punheta. o capote de gogol. octavio paz. ortega y gasset. brecht e artaud e ionesco. pós-estruturalismo. walter benjamin. cu. avalovara. genet. norman friedman e sua tipologia, bem como jakobson. alteridade. terry eagleton, marx e engels. freud e lacan, deus seja louvado, k.g. jung e suas couraças. marilena chauí. roger chartier. formalismo russo. umberto eco. boquete. pavlov e piaget. julia kristeva. escola de frankfurt. pós-modernidade. new criticism. leyla perrone-moisés. calvino. mahabharata. esaú e jacó. estranhamento. baudelaire. todorov. lukács e greimas. positivismo. zola. alfredo bosi. fragmentos de um discurso amoroso. as vanguardas europeias. raimundo carrero. léry. oswald de andrade. os sertões. paulo freire. a náusea. impressionismo. metalinguagem. foucault. lsd. a fabricação da loucura. thomas mann e cortázar. dostoiévski. haicais e infovias. foda. saussure. fernando pessoa. puella parva. leminski. melanie klein e os seios. pqp. neruda. miró da muribeca. gil vicente. picasso. antonio candido. capitu. benveniste. arthur miller. homero. diacronismo. epistemologia. a dança das abelhas. claude levy-strauss. sílvio romero. derrida. cesário verde. norberto bobbio. las venas abiertas de america latina. o cão sem plumas. caralho. o ano da morte de ricardo reis. mia couto. skinner. bukowski. buceta. abnt. j.l. borges. habermas. eros e civilização. o lobo da estepe. duras. o.m. carpeaux. fausto. aristóteles. a divina comédia. clepsidra. poesia marginal. perspectivas. hipertextualidade. porra. edgar alan poe. e. bishop. ontologia, didascálias. pierre lévy. o banquete. édipo rei. deleuze e seus mil platôs. o auto da compadecida. santaellla...

Ai, bora ali tomar uma cerveja? Overdose de papo pseudo-intelectual. Saco cheio mode on.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Bienal de Pernambuco






Queridos e queridas, obrigada pela força e continuem votando e divulgando meus textos, a Bienal de Pernambuco começa hoje e irá até o dia 12. Aí embaixo estão os links dos textos; caso gostem de algum (ou de todos :P), é só deixar um comentário, o nome e o e-mail. Qualquer pessoa, de qualquer lugar, pode votar.

Desaguar

Fragmentos

Conversa na Tabacaria

Agosto

Obrigada a vocês!


Update:
O voto nos poemas é computado pela quantidade de comentários, assim, se você gostou de um (ou de mais de um), deverá deixar um comentário lá no site (clicando nos poemas acima você chega lá).

Programação de outubro - SESC Santa Rita



* Oficina de Recitação com Mariane Bigio
Período de Realização: 26, 27, 28 e 29
Horário: 9h30 às 12h

* Palestras

- A Literatura na Internet, com Cida Pedrosa
Data de realização: 06
Horário: 16h30 às 17h30

- A reivindicação contemporânea da identidade pernambucana: um olhar sobre Bandeira e Ascenso Ferreira, com Lourival Holanda
Data de realização: 13
Horário: 16h30 às 17h30

- Lavoura de insuspeitos frutos: leitura de Lavoura Arcaica, com Renata Pimentel
Data de realização: 22
Horário: 16h30 às 17h30

- Miró: preto, pobre, poeta e periférico, com o poeta Miró
Data de realização: 29
Horário: 16h30 às 17h30

* Apresentações

- Gestão poética com o poeta Miró
Data de realização: 05
Horário: 13h

- Cadê Ascenso? com Adriano Cabral
Data de realização: 30
Horário: 13h

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ainda dou um caldo, não?



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Recentemente, o ator José Mayer fez essa pergunta numa entrevista dada a uma revista especializada em celebridades e demais subcategorias do gênero.





Do alto dos seus quase 60 anos, o Richard Gere tupiniquim, discretamente trabalhado no tema da toxina botulínica, ainda dá um caldo, leitora amiga?





José Mayer estaria apto a participar de uma Enquete Betty Faria ou já faz tempo que o caldo entornou? Opine.